quinta-feira, 15 de agosto de 2019

ROMPER COM AS TRADIÇÕES EM KANCHANABURI

Na cidade tailandesa de KANCHANABURI, capital da província com o mesmo nome, um casal gastou cerca de 43.574€ na construção de um MAUSOLÉU ORNAMENTADO COM DOIS CAIXÕES REFRIGERADOS para o seu falecido cão, contrariando a tradição budista que defende nestes casos a cremação ao invés da conservação em gelo. A existência dos dois caixões serve para mudar o cão de um para o outro, caso o primeiro esteja demasiado gelado. O dono do cão, que o criou desde cachorro, adiantou outra vantagem acerca do mausoléu que mandou levantar: “Podemos tirá-lo (o cão) do caixão e abraçá-lo sempre que quisermos”.
Kanchanaburi foi ocupada por tropas japonesas em 1942, durante a II Guerra Mundial e nela foi construída a célebre Ferrovia da Morte, obra do trabalho escravo de prisioneiros de guerra aliados e asiáticos, que se viram obrigados a construir uma ponte, evento imortalizado no filme “A PONTE DO RIO KWAI”, projecto que matou quase metade dos prisioneiros devido a maus tratos, doenças e acidentes (o local está devidamente assinalado, tem agora uma ponte de pedra e é muito visitado por turistas de todo o mundo).
Com uma área três vezes e meia superior à de Portugal e com um PIB (Produto Interno Bruto) duas vezes maior que o nosso, a Tailândia é um país de grandes contrastes e numerosas assimetrias, onde há gente que tudo tem e outra que luta todos os dias pela sua sobrevivência, para além de ser um lugar de eleição para os ocidentais dedicados ao turismo sexual (dizem que ali não há sonho ou fetiche que não se concretize). Dentro deste contexto, não nos espanta ver sumptuosos mausoléus caninos naquelas bandas. “CEST LA VIE”, como dizem os franceses que também andaram por lá!

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