domingo, 25 de agosto de 2019

ESTIVEMOS ONTEM COM OS HOMENS E MULHERES DE AMANHÃ

Mal estaríamos se a sociabilização canina se remetesse apenas em levar os cães para grandes aglomerados de pessoas (concertos, feiras e outros eventos), dispensando assim a necessária interacção dos animais com gente de diferente apresentação, tamanho, comportamento, modo de locomoção e serviço. A aceitação destas diferenças tenderá a fortalecer o carácter dos cães pela libertação dos medos e possibilitar-lhes-á maior acerto nas acções para que forem chamados, para além de promover a sua melhor integração e bom-nome. E se assim o dizemos, assim o fizemos.
Como preparação para este trabalho recapitulámos os subsídios direccionais que pressupõem a autonomia condicionada indispensável à tarefa, nomeadamente o comando de “à frente” que vemos executado abaixo pelo binómio Svetlana/Ben.
E onde há “à frente” terá que haver “atrás”, porque importa evitar as mais associações, equilibrar o carácter dos cães sem enfraquecer a liderança. Na foto seguinte vemos este subsídio direccional a ser executado pelo binómio Afonso/Nasha.
A pensar no que viria a seguir, considerando a irreverência infantil, colocámos o Tiago aos ombros do Afonso para que a Nasha ignorasse a novidade pela supremacia e imperatividade dos códigos, códigos que foram instalados gradual e pacientemente pelo reforço positivo.
A primeira “colaboradora” que respondeu ao nosso apelo foi uma expedita menina de 9 anos, uma apaixonada por cães que adorou andar com a Nasha e que prestou muita atenção ao que lhe foi dito, mostrando-se curiosa e atenta.
A aguardar a sua vez, ficou uma pequenina de 3 anos, que apesar da sua tenra idade e pouco tamanho, nunca desistiu das suas intenções. Por cautela e para evitar possíveis desastres, o Adestrador decidiu acompanhar os primeiros passos da pequenina nesta aventura.  
Para grande espanto nosso, a menina revelou-se decidida e confiante, dona de vontade própria e pronta para vencer desafios, o que prova uma vez mais que os miúdos não são todos iguais. Vale a pena reparar na delicadeza e segurança que postas na condução da Fila de S.Miguel. Apesar de não sabermos o que virá a ser amanhã, desejamos-lhe a maior sorte do mundo.
O nosso terceiro colaborador do dia foi um ciclista miniatura, um robusto menino de 4 anos de idade, que tinha vindo com o avô ao jardim. Com a anuência do avô e diante do desejo da criança em participar, convidámo-lo para se cruzar frontalmente com dois binómios (Svetlana/Ben e Afonso/Nasha), manobra que decorreu conforme o esperado – sem qualquer incidente.
Apesar dos cães lhe terem apertado a paisagem e de se posicionarem um de cada lado, o garoto não hesitou e avançou para eles sem qualquer receio. Por sua vez, os cães avançaram seguros e não se incomodaram com aquele cruzamento célere e apertado.
Certos dos bons préstimos deste pequeno ciclista, mandámo-lo apear e conduzir o Fila de S.Miguel Ben. Não comentamos a foto que segue, porque ela fala por si. Cada um que a analise e faça o seu próprio juízo.
Aproveitando a disponibilidade uma jovem que por ali passava, que carregava um saco debaixo do braço e transpirava a Verão, pedimos-lhe que conduzisse a Nasha, tarefa que executou sem defraudar a técnica e com rara elegância.
Feliz com o sucesso alcançado e sem pedir autorização a ninguém, o pequeno ciclista decidiu acompanhar as corridas empreendidas pelo binómio Tomás/Lexa na esperança de o ultrapassar. Continuará a gostar de praticar desporto ou será enredado pelos telemóveis e consolas?
Lamentando o modo de condução aplicado a uma podenga anã cerdosa que por ali passava, que tremia e se esgatanhava para se libertar do arnês e da trela, o Adestrador optou por vir em socorro da cadelinha e da sua dona, equilibrando o animal e adiantando subsídios de condução à sua dona.
Dona a quem “mostrámos a luz ao final do túnel”, quando a convidámos para conduzir a Nasha, cadela que se conduz “com a mão no bolso” e que mal se sente quando conduzida à trela. Como  se calcula, a senhora adorou a experiência e lamentou o comportamento da sua cadela, provavelmente por pensar que os cães já nascem com um kit de obediência.
O endiabrado ciclista apresentou-se de novo e fez questão de acompanhar com a sua bicicleta aquele binómio espontâneo, sem saber que com isso estava a ajudar-nos. Sabem que mais? Falar de cães é também falar sobre as pessoas que os rodeiam, porque nem uns nem outros vieram a este mundo para estar sós!
Engana-se quem julgar que a sociabilização canina é um entrave para os cães de guarda, porque ela serve-lhes de aprimoramento, reduz quase a zero o número de incidentes, ajuda-os na identificação dos alvos certos e possibilita o melhor entendimento das suas reacções e “vozes”. Na foto abaixo podemos ver como a simpática Nasha reage perante um potencial intruso ou agressor.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios; Afonso/Nasha; João/Ben; José António/Bohr; Paulo/Bohr; Svetlana/Ben e Tomás/Lexa. As fotografias estiveram a cargo do José António e do Paulo. A Sónia foi para a praia, o Jorge e a Liliana foram de férias para o Algarve e outros continuam de férias.
Voltaremos com novidades para a semana. Um bom Domingo para todos. 

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