Falemos primeiro da sociabilização
da Nasha, a Fila de S. Miguel vermelha que constitui binómio com o Afonso, que
para além da sociabilização irrefutável que lhe é exigida, está agora a aprender
a andar em liberdade. Estas metas têm como objectivo dotar a cadela da esperada
autonomia condicionada. Quanto à “mãe coragem” falaremos mais adiante e dela é
a foto acima. Os trabalhos matinais de ontem começaram com o binómio Afonso/Nasha
e logo pela condução em liberdade.
Depois de algumas voltas
efectuadas em liberdade e a pensar na desejada sociabilização, optámos por
atrelar a Fila para que se acostumasse a andar entre crianças e trotinetas,
trabalho que a cadela efectuou com grande tranquilidade e alguma indiferença.
Dando continuação à
sociabilização da Nasha, acabámos por convidar uma senhora ucraniana a conduzi-la,
convite que foi imediatamente aceite com muita descontracção e alegria. A
mudança de condutor, do Afonso para a senhora, provocou alguma estranheza
inicial na cadela, que meia-dúzia de passos à frente deixou de existir.
É chegada a hora de
falarmos da “mãe coragem”, senhora que alcunhámos assim e que nada tem a ver
com a peça teatral “Mãe Coragem e os Seus Filhos” ou com o seu autor, o poeta e
dramaturgo alemão Bertolt Brecht, cuja visão histórica, ideologia e modelo de
sociedade não partilhamos, mas com uma mãe que carregava ao peito um bebé com
um mês de idade (Pedro) e que assistia interessada ao treino. Perguntámos-lhe
se queria conduzir a Nasha ao nosso lado e ela acedeu.
Perante o acerto da senhora
e a disponibilidade da cadela, deixámo-las evoluir momentaneamente sozinhas,
certos de que conseguiriam desenvencilhar-se sem maiores dificuldades, ao ponto
de se constituírem num binómio, o que veio a acontecer debaixo de algumas
cautelas.
Convencidos do grau de
sociabilização da Nasha e apostados no seu robustecimento, pedimos à “mãe
coragem” que conduzisse a Fila com a sua pequena e irrequieta filha ao lado,
não resultando disso qualquer problema ou incómodo para a condutora e para a
cadela.
Espantados com a
disponibilidade da senhora, ousámos pedir-lhe que conduzisse duas cadelas em simultâneo,
pedido a que acedeu naturalmente e tarefa que executou irrepreensivelmente?!
Durante um momento de
supercompensação travámos diálogo com uma pessoa conhecida, homem que
recentemente tinha adquirido duas Grand Danois vindas do Porto, animais agora com
7 meses de idade, rotuladas de tontas, ainda por atrelar e consequentemente
avessas à condução à trela. Como as cachorras se encontravam alojadas ali
perto, pedimos-lhe que as trouxesse, que de imediato as atrelaríamos. A
primeira que nos chegou foi a arlequim, que inserida na classe escolar, bem
depressa aceitou e aprendeu a andar à trela.
Certos da adaptação da
cachorra, passámo-la para as mãos do Afonso, que a partir daquele momento
passou inesperadamente a conduzir mais uma cadela, tarefa que veio a revelar-se
fácil.
Uma vez atrelada a
cachorra arlequim, foi-nos confiada a preta para o mesmo fim, animal que saiu
das nossas mãos sem puxar e a aceitar as nossas indicações direccionais. A pronta
adequação das cadelas levou o dono inscrevê-las na escola e terão hoje a sua
primeira lição.
Confiantes no nosso
trabalho, passámos as cachorras para as mãos do dono. Na imagem seguinte é
possível vê-lo a conduzir acertadamente (ainda que curvado) a pequena Grand Danois negra no meio de
outros binómios escolares.
E para fechar com chave de
ouro esta sessão do treino, convidámos a “mãe coragem” mais uma vez, não para
conduzir uma Fila já ensinada, mas para se entender com uma Grand Danois
recém-atrelada! E não é que a matriarca deu bem conta do recado!
Perguntar-nos-ão porque
lhe chamámos “mãe coragem”. Seria pela sua abnegação em pegar naqueles cães
para ela desconhecidos? Nada disso, apesar de termos sido surpreendidos pela
sua incondicionalidade. “MÃE
CORAGEM” porque tem dois filhos, não é rica e ainda pensa ter
um terceiro, o que é cada vez mais raro nos tempos que correm.
Para o sucesso deste
treino matinal, para além do Afonso, muito contribuiu a Svetlana, que acabou
por conduzir em conjunto ou isoladamente os Filas de S. Miguel Ben e Lexa.
Daqui a pouco estaremos a
iniciar uma nova sessão de treino, que esperamos ser tão proveitosa como esta
que acabámos de narrar.
Sem comentários:
Enviar um comentário