sexta-feira, 9 de agosto de 2019

ESTÃO FARTOS DE APANHAR PORRADA, MAS NEM ASSIM LHES DÃO RAZÃO!

Não fora a existência de vítimas e o respeito que lhes é devido, passam-se coisas nos Estados Unidos que não acontecem em mais lado nenhum, que de tão escabrosas que são, chegam a provocar a hilaridade quase incontida por parecerem ficção. Esta semana, para espanto dos menos informados acerca dos States, surgiu vinda do Texas uma fotografia que rapidamente se tornou viral e que originou muita contestação, por ressuscitar velhos fantasmas, abrir velhas feridas e recriar o mundo cowboy, rude e sobejamente rico em justiceiros pouco escrupulosos. Por outro lado, persiste nos Estados Unidos uma exagerada protecção do direito individual mesmo que ofenda ou vá contra o colectivo, como sucede agora com os proprietários de certos cães e as companhias de aviação.
As companhias aéreas norte-americanas têm-se visto à brocha com falsos cães de apoio emocional, o que as levou a proibir a entrada a certas raças de cães e a variadas espécies animais. Um mês depois de um comissário de bordo ter sido mordido por um pretenso cão de apoio emocional, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos informou ontem o sector da aviação que as transportadoras não podem barrar a entrada a certas raças caninas só por considerá-las perigosas, parecer que muito agradou, entre outros, aos detentores de cães do tipo Pitbull.
Em contrapartida, a mesma agência federal (Departamento de Transportes) deu luz verde às companhias aéreas para exigirem dos cães de apoio emocional um certificado de vacinas e a comprovação de treino específico na categoria que lhes é atribuída. Este esforço do Departamento de Transportes pretende esclarecer a sua política sobre animais em aviões é o capítulo mais recente da longa saga sobre animais de apoio emocional.
Entretanto, a United Airlines, uma das maiores transportadoras aéreas do país, relatou um aumento de 75% em animais de apoio emocional nos voos de 2017 em comparação com o ano anterior. Juntamente com o aumento veio um aumento nos incidentes de animais urinando, defecando, mordendo e a ladrar nos aviões. E como se isto não bastasse, um passageiro foi atacado por um cão de 23 kg num voo da Delta em 2017 e uma comissária de bordo da American Airlines teve que receber cinco pontos na mão esquerda depois de ser mordida por um cão de apoio emocional no passado mês de Julho.
Penso que o esforço levado a cabo pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos não surtirá o efeito desejado, porque nem as companhias aéreas nem o seu pessoal terão como certificar-se se determinado animal é ou não de apoio emocional. Caberá ao governo federal sabê-lo e certificar de forma peremptória estes cães, não como até aqui, aceitando várias agências emissoras de certificados, muitas vezes comprados e oferecidos a bom preço na Internet. Será que a seguir à dificuldade de proibir a venda livre de armas de fogo vai seguir-se o imbróglio dos cães ferozes nos aviões? O tema dava um grande filme de terror, imaginem um cão dito de apoio emocional, que a seguir ao jantar a bordo e com os passageiros a dormir, começa a matá-los um após outro. Na América nunca faltaram bons guiões para filmes, a realidade fornece-os! Será que nos voos internos dos States ainda veremos passageiros ataviados de capacete e munidos de Tasers? Queira Deus que não, já que por lá dizem que “in God we trust“.  

Sem comentários:

Enviar um comentário