Não é preciso ser-se bruxo
para calcular que mais cedo ou mais tarde a luta pelo espaço nas grandes
cidades aconteceria entre cidadãos com e sem cão, devido à alta proliferação
destes animais nas grandes urbes. A contestação estalou em Munique, onde não é
fácil encontrar um paraíso para os cães sem importunar muita gente. Graças a
isto, os cães começaram a ser corridos dos lugares que sempre percorreram e
vêem-se hoje obrigados a andar atrelados aos seus donos nos locais mais
aprazíveis, como no Böhmerweiher, lençol de água constituído por dois lagos de
dragagem na margem ocidental da cidade de Munique. Os lagos estão localizados
no extremo oeste do Distrito de Aubing-Lochhausen-Langwied, a sul de Gröbenzell
e a sudeste de Puchheim e foram criados pela extracção de cascalho, fazendo
agora parte da área de conservação paisagística de Aubinger Lohe.
Se no Böhmerweiher os cães
são agora obrigados a circular atrelados, noutros locais estão proibidos de
entrar desde Abril até Setembro, o que muito desagrada os seus proprietários,
que ficam assim sem os habituais espaços de frescura e de lazer que tanto
agradam aos seus cães (choveram reclamações e pedidos nas redes sociais).
Felizmente que a geografia de Portugal impede que isso aconteça, porque
quilómetros de costa não nos faltam e há lugar para todos, para gente que
abomina cães e para gente que não pode passar sem eles. Todavia, nas grandes
cidades do País, há quem reclame por novos espaços para os seus animais e quem
já não suporte ver cães pela frente, o que tem gerado algumas contendas e feito
soar alguns pares de sopapos, o que indicia um aumento das discussões motivadas
por cães. Terá a adopção de cães gerado um problema maior? Eu penso que que
não, que o problema é transitório, porque os cães que temos hoje serão uma
miragem amanhã, considerando que a esmagadora maioria é castrada e que os cães
com pedigree são cada vez mais indesejados. Por tudo isto, julgo que ter um cão
no futuro, não será tão fácil como até aqui.
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