segunda-feira, 5 de agosto de 2019

NINGUÉM QUER OS DESGRAÇADOS

De acordo com o relatório revelado pelo canal alemão de televisão ARD no seu programa “REPORT MÜNCHEN”, revista televisiva sobre eventos políticos, que teve com parceiros de investigação o GUARDIAN britânico e o centro de busca CORRECTIV, com base em centenas de documentos internos da FRONTEX, agência europeia que visa prestar assistência aos países da UE na correcta aplicação das normas comunitárias em matéria de controlos nas fronteiras externas e do reenvio de imigrantes ilegais para os seus países de origem, com sede em Varsóvia, na Polónia, membros desta autoridade, devidamente fardados, infligiram maus-tratos a refugiados, promoveram-lhes caçadas com cães e não hesitaram em atacá-los com sprays de gás pimenta, agressões também perpetradas por guardas fronteiriços na Bulgária, Hungria e Grécia, numa clara violação dos Direitos Humanos. Segundo o mesmo relatório agora tornado público, a Frontex não implementou quaisquer medidas contra estes abusos.
Por conta desta inacção, que a muitos choca, há quem acuse a Frontex de conivência e cumplicidade. Outro relatório a que os jornalistas tiveram acesso faz saber que, nos voos de deportação, os menores foram embarcados desacompanhados e que os refugiados foram sedados. Comportamentos destes levaram Andreas Potakis, Comissário dos Direitos Humanos condenou o ocorrido, lamentando estes padrões de comportamento no seio da autoridade fronteiriça europeia. Como é do conhecimento público não existe na prática um consenso relativo às políticas de emigração da UE, uma vez que diversos estados-membros optam por diferentes estratégias.
O comportamento abusivo de alguns países europeus em relação à emigração lembra, e em alguns casos é idêntico, às políticas fronteiriças do Sr. Trump, tão condenadas aqui na Europa, mas igualmente praticadas, porque ninguém quer os desgraçados - teme-se pela miséria! Diante da situação actual, vivemos numa guerra global e aberta entre ricos e pobres, com uns a defenderem a sua riqueza e outros a querê-la também para si, peleja em tudo igual à verificada entre os cães, que não gostam de repartir os seus repastos, mesmo que não tenham fome.
Portugal sempre oferece os seus bons ofícios aos imigrantes que chegam à Europa e nisto é incorrigível, mas porque será que depois de cá chegarem, logo se escapam para outros países europeus mais prósperos, apesar de receberem aqui melhores apoios que muitos nacionais, gente há muito acostumada a esconder a sua própria miséria? Deseja-se que seja encontrada uma solução para esta guerra, que faça regressar os cães às suas boxes e que reduza a zero o número de vítimas.

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