A saga dos cães dentro dos
aviões continua e todos os dias surgem novos episódios. Desta vez é AIR FRANCE
que não quer transportar cães braquicéfalos nos seus aviões, proibindo-os de
embarcar como carga no porão. Por detrás desta proibição está um incidente
ocorrido no dia 12 do mês passado, quando uma fêmea de Bulldog Francês com 4
anos de idade foi encontrada morta num vôo Cayenne-Orly. Os donos revoltados,
decidiram apresentar queixa compara a companhia aérea. Três dias depois o
incidente, no dia 15 de Julho, a Air France avisou no seu site que " cães
Pug, Bulldog e Boston terrier, assim como os animais com nariz arrebitado (o que
inclui, neste caso, gatos persas e birmaneses e cães Boxer e Shih Tzu) estão
proibidos de ser embarcados no porão dos seus aviões. Todavia, o transporte
destes animais na cabina (junto dos passageiros) é possível, ainda que sujeito
a um “contrato de serviço ao cliente”, desde que o peso do animal com o seu
saco não exceda os 8 kg.
Para a SOCIÉTÉ CENTRALE CANINE,
o equivalente ali ao nosso Clube de Canicultura/Kennel Club, a companhia aérea
francesa, ao adiantar este limite de peso, está a proibir a entrada aos
Bulldogs Franceses, que em adultos pesam bem mais do que isso.
Compreende-se perfeitamente
esta decisão da Air France à luz de duas razões: porque não lhe interessa pagar
indeminizações e muito menos a donos de cães que a qualquer momento podem
morrer devido ao seu particular morfológico. As raças caninas braquicéfalas, a
quem o focinho foi praticamente suprimido nas últimas décadas, apresentam
sérias dificuldades respiratórias, porque tendem naturalmente a fechar as
narinas, pormenor que é agravado quando estes animais se encontram sujeitos ao
exercício físico, ao stress e ao calor, situações em que precisam se mais
oxigénio a entrar-lhe pelo nariz e pela boca, pormenores que não alvitram nada
de bom quando transportados por via área no porão, apesar de correrem os mesmos
riscos quando transportados ao lado dos seus donos. Nem os parisienses que
criaram a raça e nem Toulouse-Lautrec que os divulgou imaginaram algum
dia que estes cães viriam a andar de avião).
Como estes cães apresentam
com alguma frequência dobras de pele obstrutivas na garganta, quando assim sucede,
é de todo conveniente removê-las, já que tal é possível por operação a laser
(consulte o seu veterinário-assistente). Segundo o que fizemos saber e se ainda
pretende ir de férias com um cão destas características, não o faça embarcar
num avião, leve de carro ou de barco, tendo o cuidado de parar quando
necessário para evitar-lhe o stress e o calor, stress que tende a aumentar
quando se vê privado dos seus donos por ser territorial. Esta notícia chegou-nos
através da SCIENCES
ET AVENIR online, uma revista mensal francesa dedicada à ciência
e criada em 1947.
Quando pensar em adquirir
ou adoptar um cão, porque podemos amar aquilo que nos condena, a menos que
esteja disposto a isso, o que não deixa de ser louvável, evite adquirir um cão
braquicéfalo, pois cães assim não estão isentos de problemas e espelham o pior
que o eugenismo negativo já produziu até hoje em matéria de cães. Julgo que no
futuro não haverá lugar para braquicéfalos, porque a humanidade tende a
libertar os cães das enfermidades ou deformidades que lhes causou. Pelo menos
esse é o meu desejo!
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