segunda-feira, 19 de agosto de 2019

A AIR FRANCE NÃO DESEJA VÊ-LOS!

A saga dos cães dentro dos aviões continua e todos os dias surgem novos episódios. Desta vez é AIR FRANCE que não quer transportar cães braquicéfalos nos seus aviões, proibindo-os de embarcar como carga no porão. Por detrás desta proibição está um incidente ocorrido no dia 12 do mês passado, quando uma fêmea de Bulldog Francês com 4 anos de idade foi encontrada morta num vôo Cayenne-Orly. Os donos revoltados, decidiram apresentar queixa compara a companhia aérea. Três dias depois o incidente, no dia 15 de Julho, a Air France avisou no seu site que " cães Pug, Bulldog e Boston terrier, assim como os animais com nariz arrebitado (o que inclui, neste caso, gatos persas e birmaneses e cães Boxer e Shih Tzu) estão proibidos de ser embarcados no porão dos seus aviões. Todavia, o transporte destes animais na cabina (junto dos passageiros) é possível, ainda que sujeito a um “contrato de serviço ao cliente”, desde que o peso do animal com o seu saco não exceda os 8 kg.
Para a SOCIÉTÉ CENTRALE CANINE, o equivalente ali ao nosso Clube de Canicultura/Kennel Club, a companhia aérea francesa, ao adiantar este limite de peso, está a proibir a entrada aos Bulldogs Franceses, que em adultos pesam bem mais do que isso.
Compreende-se perfeitamente esta decisão da Air France à luz de duas razões: porque não lhe interessa pagar indeminizações e muito menos a donos de cães que a qualquer momento podem morrer devido ao seu particular morfológico. As raças caninas braquicéfalas, a quem o focinho foi praticamente suprimido nas últimas décadas, apresentam sérias dificuldades respiratórias, porque tendem naturalmente a fechar as narinas, pormenor que é agravado quando estes animais se encontram sujeitos ao exercício físico, ao stress e ao calor, situações em que precisam se mais oxigénio a entrar-lhe pelo nariz e pela boca, pormenores que não alvitram nada de bom quando transportados por via área no porão, apesar de correrem os mesmos riscos quando transportados ao lado dos seus donos. Nem os parisienses que criaram a raça e nem Toulouse-Lautrec que os divulgou imaginaram algum dia que estes cães viriam a andar de avião).
Como estes cães apresentam com alguma frequência dobras de pele obstrutivas na garganta, quando assim sucede, é de todo conveniente removê-las, já que tal é possível por operação a laser (consulte o seu veterinário-assistente). Segundo o que fizemos saber e se ainda pretende ir de férias com um cão destas características, não o faça embarcar num avião, leve de carro ou de barco, tendo o cuidado de parar quando necessário para evitar-lhe o stress e o calor, stress que tende a aumentar quando se vê privado dos seus donos por ser territorial. Esta notícia chegou-nos através da SCIENCES ET AVENIR online, uma revista mensal francesa dedicada à ciência e criada em 1947.
Quando pensar em adquirir ou adoptar um cão, porque podemos amar aquilo que nos condena, a menos que esteja disposto a isso, o que não deixa de ser louvável, evite adquirir um cão braquicéfalo, pois cães assim não estão isentos de problemas e espelham o pior que o eugenismo negativo já produziu até hoje em matéria de cães. Julgo que no futuro não haverá lugar para braquicéfalos, porque a humanidade tende a libertar os cães das enfermidades ou deformidades que lhes causou. Pelo menos esse é o meu desejo! 

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