Ao ler o SPIEGEL ONLINE
de hoje, um incidente acontecido na localidade turística de FLAMETREE,
na região costeira de Whitsunday, Queensland, na Austrália, chamou-me à atenção
pelo inesperado da situação, muito embora a parte noroeste da localidade faça
parte do Parque Nacional de Conway. Durante uma caminhada por ali, empreendida
por um casal de idosos na companhia do seu cão, foi surpreendido por um enorme LAGARTO VARANO
que atacou de imediato o seu animal de estimação. Vendo o cão em aflição, o
dono de 74 anos, em vão tentou salvá-lo, acabando por receber ferimentos graves
nos braços e nas pernas, o que o obrigou a ser transportado para o hospital de
helicóptero. Afortunadamente a sua esposa foi apenas ferida num pé, recebeu
também tratamento hospitalar e somente há a lamentar a perca do cão, para quem
as dentadas e arranhões do Varano foram fatais. Resta dizer que estes lagartos
podem atingir os dois metros de comprimento, têm dentes e garras bem afiados e
podem ser muito agressivos, apesar dos seus ataques a humanos serem raros na
Austrália.
Felizmente que não temos
por cá bicharada desta e nem nos faz falta! Contudo, são muitos os perigos que
cercam o nosso cão quando o soltamos pelos campos fora, decisão irresponsável
que pode reverter-se num tremendo disparate e que pode inclusive ser-lhe fatal,
não sendo por isso de estranhar que a maior parte dos acidentes com cães
aconteça no Verão, quando os animais vão de férias com os donos para locais
desconhecidos de uns e de outros.
Todos sentimo-nos
particularmente felizes quando podemos devolver a liberdade aos nossos cães,
soltá-los e deixá-los correr a ser bel-prazer, libertá-los por instantes do
stresse da trela e vê-los exultar de alegria. Porém, para que isso aconteça em
segurança, é obrigatório, considerando a salvaguarda dos cães e a
responsabilidade dos donos, que os últimos batam previamente o território onde pensam
largar os seus cães, atitude responsável que poderá impedir o dolo e a morte
dos animais.
Não temos nos nossos campos
Lagartos Monitores, mas temos víboras (ver texto “ALERTA
VÍBORA: PROCEDIMENTOS ESCOLARES E DOMÉSTICOS”, editado em
28/01/2010); não temos grandes predadores, mas temos armadilhas e laços para
javalis; não temos areias movediças, mas temos derramamento de produtos
químicos, vidro partido e entulho onde menos se espera; não temos grandes
felinos, mas temos gente acoitada ou a fazer exercício que dispensa ser
mordida; não temos matos espinhosos; mas temos arame farpado, prados e gado a
respeitar; não temos rápidos; mas temos lagoas cheias de algas tóxicas, e assim
por diante.
Penso que não é preciso
enfatizar mais o assunto, voltámos ao tema porque estamos na época sazonal,
ocasião em que os cães correm mais riscos por conta da sandice e preguiça dos seus
proprietários, que entregues ao relaxe que a estação proporciona, ainda conseguem
aumentar o seu descuido (há quem lhe chame irresponsabilidade).
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