sexta-feira, 16 de agosto de 2019

FLAMETREE: QUANDO SOLTAR É CHAMAR A MORTE

Ao ler o SPIEGEL ONLINE de hoje, um incidente acontecido na localidade turística de FLAMETREE, na região costeira de Whitsunday, Queensland, na Austrália, chamou-me à atenção pelo inesperado da situação, muito embora a parte noroeste da localidade faça parte do Parque Nacional de Conway. Durante uma caminhada por ali, empreendida por um casal de idosos na companhia do seu cão, foi surpreendido por um enorme LAGARTO VARANO que atacou de imediato o seu animal de estimação. Vendo o cão em aflição, o dono de 74 anos, em vão tentou salvá-lo, acabando por receber ferimentos graves nos braços e nas pernas, o que o obrigou a ser transportado para o hospital de helicóptero. Afortunadamente a sua esposa foi apenas ferida num pé, recebeu também tratamento hospitalar e somente há a lamentar a perca do cão, para quem as dentadas e arranhões do Varano foram fatais. Resta dizer que estes lagartos podem atingir os dois metros de comprimento, têm dentes e garras bem afiados e podem ser muito agressivos, apesar dos seus ataques a humanos serem raros na Austrália.
Felizmente que não temos por cá bicharada desta e nem nos faz falta! Contudo, são muitos os perigos que cercam o nosso cão quando o soltamos pelos campos fora, decisão irresponsável que pode reverter-se num tremendo disparate e que pode inclusive ser-lhe fatal, não sendo por isso de estranhar que a maior parte dos acidentes com cães aconteça no Verão, quando os animais vão de férias com os donos para locais desconhecidos de uns e de outros.
Todos sentimo-nos particularmente felizes quando podemos devolver a liberdade aos nossos cães, soltá-los e deixá-los correr a ser bel-prazer, libertá-los por instantes do stresse da trela e vê-los exultar de alegria. Porém, para que isso aconteça em segurança, é obrigatório, considerando a salvaguarda dos cães e a responsabilidade dos donos, que os últimos batam previamente o território onde pensam largar os seus cães, atitude responsável que poderá impedir o dolo e a morte dos animais.
Não temos nos nossos campos Lagartos Monitores, mas temos víboras (ver texto “ALERTA VÍBORA: PROCEDIMENTOS ESCOLARES E DOMÉSTICOS”, editado em 28/01/2010); não temos grandes predadores, mas temos armadilhas e laços para javalis; não temos areias movediças, mas temos derramamento de produtos químicos, vidro partido e entulho onde menos se espera; não temos grandes felinos, mas temos gente acoitada ou a fazer exercício que dispensa ser mordida; não temos matos espinhosos; mas temos arame farpado, prados e gado a respeitar; não temos rápidos; mas temos lagoas cheias de algas tóxicas, e assim por diante.
Penso que não é preciso enfatizar mais o assunto, voltámos ao tema porque estamos na época sazonal, ocasião em que os cães correm mais riscos por conta da sandice e preguiça dos seus proprietários, que entregues ao relaxe que a estação proporciona, ainda conseguem aumentar o seu descuido (há quem lhe chame irresponsabilidade).

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