terça-feira, 13 de agosto de 2019

O DEITA EM “3 TEMPOS”

O Afonso tem em mãos uma cadela extraordinária – a Nasha, uma Fila de São Miguel que não pára de surpreendê-lo e à qual dedica muito do seu tempo livre. Como a cadela já lhe chegou adulta e há muito pouco tempo, a cumplicidade que antecede o adestramento não está a acontecer automaticamente, uma vez que o animal perdeu os dois principais pilares em que assentava a sua confiança: o seu anterior dono e território. Seguindo a actual tendência no treino canino, em que as escolas se adaptam aos indivíduos e não o contrário, fenómeno que já está a acontecer nas escolas dedicadas aos humanos, antes de alcançarmos alguma figura de travamento, antecedemo-la com exercícios de ginástica que proporcionam a confiança na liderança. Assim, antes procedermos à instalação da figura de “deita”, convidámos a Nasha para várias transposições.
Com os índices de confiança da cadela melhorados pela solução dos saltos, iniciámos o ensino do “deita”, sabendo que a Fila não é nada gulosa, resiste a subornos e ainda se encontra desambientada. Diante destas circunstâncias, tomámos com primeiro procedimento para o alcance da figura estender-lhe em simultâneo os dois membros dianteiros, tendo o cuidado de a amparar para que se sentisse confortável (1º tempo).
Após algumas repetições bem-sucedidas, optámos por estender-lhe somente uma das patas dianteiras (2º tempo), procedimento que repetimos para que a cadela melhor aceitasse e gravasse o comando e figura pretendidos.
Depois aplicámos somente o comando verbal acompanhado pelo gestual e o “deita” aconteceu sem sobressaltos (3º tempo), figura que a cadela executou pronta e imediatamente para gáudio do seu condutor.
Voltámos para casa satisfeitos, felizes com a Nasha, cientes do dever cumprido, ávidos de novas vitórias e esperançados no dia de amanhã.

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