O Afonso tem em mãos uma
cadela extraordinária – a Nasha, uma Fila de São Miguel que não pára de surpreendê-lo
e à qual dedica muito do seu tempo livre. Como a cadela já lhe chegou adulta e
há muito pouco tempo, a cumplicidade que antecede o adestramento não está a acontecer automaticamente, uma vez que o animal perdeu os dois principais pilares em que
assentava a sua confiança: o seu anterior dono e território. Seguindo a actual tendência
no treino canino, em que as escolas se adaptam aos indivíduos e não o
contrário, fenómeno que já está a acontecer nas escolas dedicadas aos humanos,
antes de alcançarmos alguma figura de travamento, antecedemo-la com exercícios de ginástica que proporcionam a
confiança na liderança. Assim, antes procedermos à instalação da figura de “deita”,
convidámos a Nasha para várias transposições.
Com os índices de
confiança da cadela melhorados pela solução dos saltos, iniciámos o ensino do “deita”,
sabendo que a Fila não é nada gulosa, resiste a subornos e ainda se encontra
desambientada. Diante destas circunstâncias, tomámos com primeiro procedimento
para o alcance da figura estender-lhe em simultâneo os dois membros dianteiros,
tendo o cuidado de a amparar para que se sentisse confortável (1º tempo).
Após algumas repetições bem-sucedidas,
optámos por estender-lhe somente uma das patas dianteiras (2º tempo),
procedimento que repetimos para que a cadela melhor aceitasse e gravasse o
comando e figura pretendidos.
Depois aplicámos somente o
comando verbal acompanhado pelo gestual e o “deita” aconteceu sem sobressaltos
(3º tempo), figura que a cadela executou pronta e imediatamente para gáudio do
seu condutor.
Voltámos para casa
satisfeitos, felizes com a Nasha, cientes do dever cumprido, ávidos de novas
vitórias e esperançados no dia de amanhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário