Senão eclodir uma guerra,
os cães continuarão a ser um dos melhores negócios deste mundo, não tanto pelo
que custam ou valem, mas pela importância crescente que vão tendo junto dos
cidadãos das actuais sociedades livres, que os querem cada vez mais juntos de
si e melhor tratados. Os cães estão na moda, na “mó de cima”, por causa deles
se pode ganhar ou perder uma eleição, pelo seu convívio alcançam-se novas
amizades, algumas inimizades, relacionamentos mais intensos e até casamentos
(também divórcios). Longe vai o tempo em que os cães ficavam em casa enquanto
os seus donos iam de férias, agora partem juntos para toda a parte e as companhias
transportadoras, sejam elas rodoviárias, marítimas ou aéreas, oferecem hoje
melhores condições para que isso aconteça.
No mundo dos negócios e a
na procura de maiores proventos mais interessa o lucro que o credo de cada um,
não sendo por isso de estranhar que companhias aéreas de países muçulmanos
aceitem cães e gatos na cabine da Classe Económica até 7 kg de peso, em voos com
duração até 5 horas, desde que o número de animais de estimação não exceda o
par por voo, as dimensões das caixas caibam debaixo da área do assento e seja
feita uma reserva 48 horas antes da partida, como pratica e se disponibiliza a
Royal Jordanian Airlines à imitação da vizinha El Al e de algumas companhias
aéreas ocidentais (nisto estão de acordo árabes, judeus e cristãos).
Ainda que à partida nos pareça
pouco provável, não estranharíamos ver primeiro resolvidos os problemas dos
pets que os dramas dos seus donos, porque a promoção canino/felina não tem sido
acompanhada por uma maior dignificação da condição humana. O que nos impedirá
de tratar condignamente o nosso semelhante? O que terá ele a menos que os nossos cães e gatos?
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