Infelizmente todos os
países desenvolvidos são obrigados a ter uma ou mais prisões de alta segurança.
A portuguesa fica em Monsanto, no topo desarborizado da floresta que é o “pulmão
de Lisboa. Em Inglaterra existe a HMP Belmarsh, em Thamesmead, a sudeste de
Londres, para onde são enviados os detidos mais perigosos do Reino Unido (terroristas
e psicopatas), uma unidade prisional que pelo rigor das suas regras e alegadas
violações dos direitos humanos, já mereceu o título de “versão britânica da
Baía de Guantánamo”, pelo que quem lá cai não é boa praça!
Como não podia deixar de
ser, atendendo à sua importância estratégica para a segurança nacional e para
impedir a livre circulação de droga atrás das grades, ali operam cães de
patrulha e detectores de estupefacientes, vistoriando os últimos várias cadeias
do sistema prisional britânico (115 públicas e 14 prisões privadas na
Inglaterra e no País de Gales) devido ao elevado aumento do consumo de droga
entre os presos (droga e desacatos sempre andam de mãos dadas), num total de 550
cães, pertencendo 40 deles à empresa privada G4S líder mundial na prestação de
serviços de segurança, com sede em Londres e a operar em mais de 100 países.
No passado dia 31 de
Março, quando se encontrava de visita a um detido naquele estabelecimento
prisional, uma menina foi inesperadamente atacada por um Labrador treinado para
a detecção de drogas, vindo a necessitar de uma cirurgia plástica, quando o animal
procedia a uma operação de rotina. Após o ocorrido e como de costume, foi
elaborado um inquérito e o cão foi tirado de serviço, a família da criança
diz-se chocada e espera uma indemnização por parte do Ministério da Justiça
britânico (compreende-se).
Como nos custa acreditar
que o tratador do dito cão o tenha instigado contra a menor, é bem possível que
ela tenha sido agredida por se sentir insegura, mostrar medo ou ter entrado em
pânico, reacções suficientes para despoletarem o ataque daquele animal, o que
não isenta de maneira nenhuma a responsabilidade do seu tratador e que
compromete de sobremaneira o seu profissionalismo.
Este incidente lembra-nos
que há muita gente com medo de cães e que esse medo pode ser-lhe lesivo e até
fatal, por servir de detonador e incentivo para os ataques caninos. Se você tem
medo de cães ou tem algum familiar ao seu encargo que os teme, é de todo
conveniente que se dirijam a uma escola canina e levem gradualmente de vencida
esse temor, através de cães próprios para o efeito e debaixo da supervisão de
quem os forma e ensina, porque doutro modo e quando menos esperar, numa
esplanada ou em qualquer jardim, poderá vir a receber uma inesperada dentada de
um inocente cãozito que se estreou para o efeito naquela hora (não é por acaso
que a lei obriga que todos os cães sejam conduzidos à trela nos lugares
públicos). A cinofobia tem cura e está ao alcance de qualquer um, desde que
sinta essa vontade e seja convenientemente auxiliado.
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