sexta-feira, 12 de maio de 2017

OS NÚMEROS DA ÍNDIA IMPRESSIONAM

A Índia é uma nação que assusta pelo seu tamanho (130 vezes maior que Portugal) e pela sua densidade populacional (3 vezes superior à população da Europa), decididamente um tampão para o avanço continental chinês. Lá tudo acontece a uma escala para nós impensável, basta dizer que a sua rede ferroviária tem de extensão 3 287 000 km2 contra os nossos míseros 2 842 km2, o que a coloca em 4º lugar mundial logo a seguir aos Estados Unidos, Rússia e China, apesar dos seus comboios sempre circularem super apinhados de passageiros, provavelmente por serem poucos para tanta gente.
Por norma costumamos consultar o que a agência noticiosa indiana NDTV faz saber on-line acerca de cães naquelas paragens, já que sempre tem novidades para contar e algumas de interesse global. Por ela ficámos a saber que os seus caminhos-de-ferro vão ter criação própria de cães, particularmente destinados à detecção de droga e explosivos e também cães de patrulha, salvaguardando e multiplicando assim a qualidade dos seus cães. As raças mais requisitadas são normalmente quatro: Doberman, Pastor Alemão, Labrador e Golden Retriever, cujos preços de mercado variam ali entre os 280 e 420 euros (de 20 000 a 30 000 rupias).
Acontece que o actual efectivo de cães destinado àquele serviço é manifestamente insuficiente e não dá resposta às suas múltiplas exigências. Actualmente estão no activo cerca de 400 em vez dos exigíveis 2 600. Caso os caminhos-de-ferro indianos não optassem por criar a sua própria unidade de criação e treino de cães jamais conseguiram atingir essa meta, já que os poucos canis que se dedicam a esse fim só conseguem treinar no máximo 23 cães de cada vez.
Também aqui estamos a precisar de mais binómios para os mesmos serviços nos comboios suburbanos que circulam rumo às grandes cidades, cite-se como exemplo os da Linha de Sintra, que é mais concorrida por meliantes que por turistas, o que do ponto de vista social é uma vergonha e do económico uma desgraça. Até hoje o policiamento com cães tem sido feito pelas forças policiais, também elas com poucos efectivos e sujeitas à mesma austeridade que desabou sobre o País. É possível, faltará talvez legislação para isso, que o exemplo indiano venha a seguir seguido em Portugal e que binómios privados façam o policiamento das composições por contrato com as companhias ferroviárias, já que estas preferirão pagar o serviço do que aumentar o seu caderno de encargos como se compreende.

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