A Índia é uma nação que
assusta pelo seu tamanho (130 vezes maior que Portugal) e pela sua densidade
populacional (3 vezes superior à população da Europa), decididamente um tampão
para o avanço continental chinês. Lá tudo acontece a uma escala para nós
impensável, basta dizer que a sua rede ferroviária tem de extensão 3 287 000
km2 contra os nossos míseros 2 842 km2, o que a coloca em 4º lugar mundial
logo a seguir aos Estados Unidos, Rússia e China, apesar dos seus comboios
sempre circularem super apinhados de passageiros, provavelmente por serem poucos para tanta
gente.
Por norma costumamos
consultar o que a agência noticiosa indiana NDTV faz saber on-line acerca de
cães naquelas paragens, já que sempre tem novidades para contar e algumas de
interesse global. Por ela ficámos a saber que os seus caminhos-de-ferro vão ter
criação própria de cães, particularmente destinados à detecção de droga e
explosivos e também cães de patrulha, salvaguardando e multiplicando assim a
qualidade dos seus cães. As raças mais requisitadas são normalmente quatro: Doberman,
Pastor Alemão, Labrador e Golden Retriever, cujos preços de mercado variam ali entre
os 280 e 420 euros (de 20 000 a 30 000 rupias).
Acontece que o actual
efectivo de cães destinado àquele serviço é manifestamente insuficiente e não
dá resposta às suas múltiplas exigências. Actualmente estão no activo cerca de
400 em vez dos exigíveis 2 600. Caso os caminhos-de-ferro indianos não
optassem por criar a sua própria unidade de criação e treino de cães jamais
conseguiram atingir essa meta, já que os poucos canis que se dedicam a esse fim
só conseguem treinar no máximo 23 cães de cada vez.
Também aqui estamos a
precisar de mais binómios para os mesmos serviços nos comboios suburbanos que
circulam rumo às grandes cidades, cite-se como exemplo os da Linha de Sintra,
que é mais concorrida por meliantes que por turistas, o que do ponto de vista
social é uma vergonha e do económico uma desgraça. Até hoje o policiamento com
cães tem sido feito pelas forças policiais, também elas com poucos efectivos e
sujeitas à mesma austeridade que desabou sobre o País. É possível, faltará talvez
legislação para isso, que o exemplo indiano venha a seguir seguido em Portugal
e que binómios privados façam o policiamento das composições por contrato com
as companhias ferroviárias, já que estas preferirão pagar o serviço do que
aumentar o seu caderno de encargos como se compreende.
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