sexta-feira, 12 de maio de 2017

FILHO DO PADEIRO E PAI DA DESGRAÇA

Quanto à desgraça toda a gente sabe o que é (vimo-la no nosso dia-a-dia, alguns já a experimentaram e outros ainda vivem nela), agora “filho do padeiro”, só os portugueses sabem a que se refere esta expressão. Diz-se na gíria que um indivíduo é “filho do padeiro” quando apresenta grandes diferenças físicas em relação aos seus progenitores ou progenitor como se eventualmente fosse filho doutrem ou de alguém desconhecido (as más línguas sempre lhe atribuem uma filiação conhecida pelo tomar das parecenças). Não faltam pois “filhos do padeiro” na canicultura, cães que não aparentam à vista qualquer parecença com os seus progenitores, como se houvessem nascido de geração espontânea, facto que pode ficar a dever-se a uma falsa filiação, o que não é tão raro acontecer por múltiplas razões, ou porque afortunadamente só herdaram o melhor dos seus pais, o que raramente acontece e que tem obrigado muitos criadores a optarem pela consanguinidade. Infelizmente também podem herdar o pior dos dois e da restante família, o que frequentemente acontece.
Na reprodução, diante do entendimento que temos dos beneficiamentos, há que evitar o concurso dos “filhos do padeiro” para que não venham a ser pais da desgraça, o que equivale a dizer que o mais excelente dos cães não pode ser avaliado isoladamente sem o conhecimento dos seus verdadeiros ascendentes, colaterais e descendentes, para que melhor se possa aquilatar do peso da sua carga genética e aquilo que poderá transmitir, já que não é raro cães excelentes gerarem cachorros medíocres ou reprováveis, pois há que evitar a qualquer preço um tiro no escuro! Só assim se poderá escolher o cão indicado para a minha cadela com menor margem de erro, já que não basta pôr-lhe à disposição o mais formidável “Apolo” canino. Assim como é importante conhecermos as mais-valias familiares de um animal (virtudes), é também de suma importância termos conhecimento das suas menos valias (defeitos) para que não venham a agravar aquilo que pretendemos desprezar ou eliminar, cuidado que nos levará a descortinar o que não salta à vista para não sermos apanhados de surpresa. Como o assunto “tem pano para mangas” e clientela interessada retomá-lo-emos oportunamente.

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