Uma simpática sexagenária
britânica, de quem não vale a pena mencionar o nome, proprietária de dois Staffies
a quem pôs os nomes de Lulu e Dizzi, acupunctora e/ou herbalista, que agora se
diz impedida de desenvolver as suas actividades “laborais” por incapacidade e
sentir fortes dores, exigiu junto do Tribunal Superior de Londres 200.000£ de
indemnização da autarquia local do Distrito de Hampshire, porque em Agosto de 2014,
quando o furacão Bertha atingiu o Reino Unido, decidiu sair com os seus cães
para junto da Reserva Natural de Fleet Pond, onde apanhou com uma árvore em
cima, um pinheiro escocês (Pinus Sylvestris) com cerca de 18 metros de altura e
duas toneladas de peso. Presa e com múltiplas fracturas debaixo daquela árvore,
valeram-lhe os cães que foram pedir auxílio.
Para quem não sabe,
adianta-se que Fleet Pond é uma reserva natural situada a norte da cidade de
Fleet, a nordeste de Hampshire e que tem o maior lago de água doce daquele
Distrito. Para além do lago fazem ainda parte da reserva os juncos, pântanos,
charnecas e bosques ao seu redor, que tem uma área total de 141 hectares.
Naquele lago dificilmente alguém se afogará, porque tem menos de um metro de
profundidade, cerca de 82 cm segundo dados de 2008. A reserva é rica em fauna e
flora, recebendo todos os anos aves migratórias vindas de diferentes partes do
Globo.
Voltando à nossa história,
o advogado da dita senhora argumenta que aquela árvore já há muito deveria ter
sido removida daquele local por se encontrar cheia de fungos e desequilibrada,
tarefa que competia à autarquia daquele lugar fazê-lo e que por desleixo não o
fez, o que a torna responsável pelo acidente da desafortunada mulher e a obriga
ao respectivo reparo e indemnização.
Parece-nos que esta
proprietária canina pôs-se a jeito e agora quer tirar partido, levar vantagem, alcançar
na justiça um seguro de acidentes pessoais e de vida que provavelmente nunca
fez. Por certo estaria informada da presença e dos perigos daquele furação, uma
vez que a BBC nunca se atrasa em matéria de informação.
Ao
sair naquela ocasião para a rua, o que esperava aquela pobre alminha que
acontecesse? Que o furação se intimidasse com ela ou que os cães o
escorraçassem? E se tinha mesmo que ir à rua, decididamente o melhor sítio para
ir não seria para os arredores duma reserva natural. Mesmo assim, apesar de pouco
inteligente, é bem capaz de vir a ter sorte.
PS:
Intencionalmente postámos uma foto do Juiz e Sir Rabinder Singh logo a seguir
ao parágrafo anterior, um sikh nascido em Nova Deli que aos 47 anos se tornou
no 1º juiz sikh do Supremo Tribunal de Justiça Britânico, não abdicando do seu
turbante em favor da tradicional cabeleira (bem vinda diversidade!).
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