Para
começo de conversa, Roßdorf é um município alemão pertencente ao distrito de Schmalkalden-Meiningen,
no estado de Hessen, terra com uma rica história e também terra de vinho. Lá,
um jovem de 27 anos, quando passeava o seu cão, encontrou várias almôndegas num
relvado. De acordo coma polícia, as tais almôndegas serão provavelmente iscas
venenosas. Por prevenção, porque não se sabia se o cão tinha comido alguma
delas, o animal foi levado a um veterinário. Depois de observado, comprovou-se
que o cão não tinha sofrido qualquer dano ou ferida. A polícia garantiu
tratar-se uma isca envenenada, abriu uma investigação à luz da Lei do Bem-estar
Animal e espera recolher informações através de uma linha telefónica que
disponibilizou para o efeito.
Mal
o chilrear dos pássaros começa a anunciar a primavera, começam também a surgir
as iscas envenenadas para os cães nos locais que eles dividem com as pessoas, o
que não só os coloca em risco como também as crianças. O hábito de envenenar
animais é anterior às grandes civilizações da antiguidade, está ligado a formas
arcaicas de caça e pode ter surgido com maior incidência no momento em que o
homem se sedentarizou e era imperativo defender as suas colheitas. Na nossa era
e num passado bem recente, envenenar cães era um prática constante de alguns
caçadores e dos seus opositores, os caçadores porque não queriam que a sua
passagem fosse denunciada pelos cães de vigia e os outros porque não queriam
ver caçadores aos tiros dentro das suas propriedades e cães a danificar as suas
culturas. A maldade saltou do campo para a cidade e há muito que se envenenam
cães por cá (todos os anos morrem alguns e não são assim tão poucos!).
Para
quem sai de casa com o seu cão ao amanhecer e à noitinha, os riscos de
envenenamento são maiores, porque os engodadores precisam de desenvolver a
criminosa actividade a coberto da noite e quando há menos gente a circular.
Para evitar que alcancem os seus intentos, se você tem um cão que padece de
surdez selectiva, é de boa boca e come tudo o que encontra, não tendo como
treiná-lo para a recusa de engodos, o melhor que tem a fazer é estar sempre
atento e sair com ele à rua açaimado, evitando assim que ele abocanhe o que não
deve.
Lembro aqui que o açaime carece de habituação e que se esta for bem conseguida, com o animal a associar o acessório à alegria do passeio, depressa o cão se acostumará ao açaime e até é possível que o vá buscar! Se porventura se deparar com uma isca venenosa ou lesiva para os animais, dê conhecimento imediato às autoridades e avise o maior número possível de proprietários caninos da sua existência. Afinal o inferno de Roßdorf pode bater-lhe à porta – queira Deus que não!
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