Por
que razão tantas pessoas são mordidas e tantos bebés são mortos à dentada? Por
que provocam tantos acidentes e morrem tantos cães? Basicamente por descontrolo
e especificamente por ausência de um travamento eficaz. Para evitar o aumento
destas dolorosas situações e não consentir que a desgraça desabe sobre os
nossos cães é que treinamos amiúde a IMOBILIZAÇÃO
À LINHA, exercício que visa o seu travamento pronto e imediato
quanto é imperativo que o façam, tanto para poupar terceiros como para livrar
os cães da morte, já que nenhum cão tem mais ou menos obediência do que outro,
ou tem ou não tem, pois é nas situações extraordinárias que mais precisamos
dela. Sábado foi dia de “Imobilização à Linha” e fizemo-la junto a uma pequena
feira biológica, já que esta tarefa imprescindível, numa fase ulterior, deverá
ser desenvolvida em locais de maior azáfama, distracção e eventual provocação,
para que o travamento seja soberano e não dependa de circunstâncias
particulares.
A
Imobilização à Linha consiste numa linha formada por duas ou mais trelas juntas,
onde os cães irão ser convidados a parar e ser condicionados a deitar-se com os
donos deles distantes a 12 metros. A linha dista 6 metros dos dois lados de
chamada. Podem participar neste exercício vários binómios e cabe a primeira
chamada ao condutor mais à direita e assim sucessivamente. Os condutores só
poderão chamar o seu cão depois do anterior se encontrar imobilizado.
Pretende-se que os cães, depois de imobilizados façam a tangente à linha. Como
o condutores mais exímios fazem desta tarefa um jogo, não alcançando nenhum cão
a tangente, ganha aquele que por excesso ou defeito se encontrar mais perto da
linha. São automaticamente eliminados os cães que se levantarem ou andarem
antes da chamada do seu condutor, quer por distracção ou por responderem à
chamada de outros. Serão igualmente imobilizados os cães que depois de
eliminados voltarem a levantar-se. Na fase inicial desta tarefa a chamada e a
imobilização são operadas pelos comandos verbais, muito embora posteriormente
seja apenas permitida a linguagem gestual, considerando a necessidade de
travamento em áreas com muito ruído. Condutores experientes discutem a
imobilização praticamente ao milímetro.
Para além deste trabalho pedagógico
constituído em jogo, sujeitamos os cães destinados à segurança a travamentos
extraordinários, operando a cessação dos seus ataques lançados depois de vivamente
provocados, para que não respondam a involuntárias provocações, não procedam a
ataques inusitados e cessem imediatamente qualquer acção de perseguição,
captura ou ataque mediante ordem expressa que, como foi dito, tanto pode ser
verbal como gestual. Exceptuando um cão que seja deixado debaixo de um comando
de alerta e entregue a si próprio no desempenho de um serviço, os outros só
deverão intimidar, proteger ou atacar debaixo de ordem expressa, sendo isto que
classifica a qualidade de um genuíno e útil guardião. A IMOBILIZAÇÃO À LINHA e
a CESSAÇÃO DOS ATAQUES
são trabalhos que pretendem evitar que mais vidas se percam, tanto de pessoas
como de cães, devolvendo aos donos o controlo dos seus parceiros. Cão de guarda
não é aquele que sai a morder às cegas, que teima em largar o agressor e que é
facilmente eliminado, mas aquele que procura a vantagem e que segue
escrupulosamente as instruções do dono, como só cão é capaz de fazer.
PS: As imagens constantes neste texto reportam-se ao trabalho do binómio Jorge/Gaia que junto com os binómios Paulo/Bohr e Stephanie/Harley constituíram a classe de instrução no Sábado. Sentimos a falta da Maria, que à procura de respostas para si, decidiu ir a uma conferência sobre Espinosa, um judeu sefardita nascido em Amsterdão no Séc. XVII, um filósofo racionalista tido como um dos primeiros pensadores do iluminismo (espera-se que a Maria tenha sido iluminada). Ignora-se o motivo da não comparência da Catarina.
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