sexta-feira, 19 de maio de 2023

OS ANGLICANOS JÁ ESTÃO A ABRIR OS SEUS TEMPLOS AOS CÃES

Hoje falar de cães é falar praticamente de tudo, porque eles nunca estiveram tão associados a nós e em tão grande número, fazendo hoje parte indissociável das famílias e da nossa cultura, o que certamente irá obrigar os envolvidos no seu panorama a uma constante actualização e a um maior saber, porque o comboio da informação passa depressa e não se detém em apeadeiros. Como é do conhecimento geral, as igrejas históricas na Europa estão cada vez mais vazias, porque são poucos os que mandam baptizar os filhos (baptizariam mais depressa os seus cães), os casamentos saíram de moda e a maioria dos funerais dispensa os bons ofícios de um sacerdote – o povo não vai à igreja!

Alarmados com esta situação, alguns responsáveis pelas igrejas entenderam reevangelizar a Europa a partir dos imigrantes vindos doutras partes mundo, estratégia em que podemos englobar as católicas JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE, que desta feita se realizarão este ano em Lisboa, entre os dias 1 e 6 de agosto. Não obstante, a igreja católica, conhecedora da profunda afeição que liga os homens aos seus cães, tem deitado mão de outra estratégia missionária ao encher as suas igrejas de cães, na esperança de cativar os donos e de voltar a encher os seus bancos, a pretexto de protectoras benzeduras. Debaixo deste mesmo objectivo e seguindo o princípio corânico que diz “se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha”, vários padres e frades têm vindo a associar-se com algum tacto às celebrações do DIA DO ANIMAL, dando-lhe um cunho religioso que elas não tinham.

Em termos práticos, tudo o que a igreja católica aceita é igualmente aceite pela anglicana e o que é válido para uma é igualmente válido para outra, porque são duas faces da mesma moeda e não foram razões doutrinárias que determinaram a sua separação. As catedrais de Lincoln, Durham e Wells já aceitam cães e a de Chichester foi a última a recebê-los. Curiosamente, a construção desta catedral remonta ao ano de 1075 (270 anos antes da Catedral de Notre-Dame de Paris), foi chamada de Catedral da Santíssima Trindade e é hoje sede do bispo anglicano de Chichester.

Para corroborar o que disse atrás, fiquemos com as palavras do Reitor Interino da Catedral de Chichester, o reverendo Canon Simon Holland (na foto seguinte), que junto com os seus Border Collies, Callie e Rae, disse: “Não vemos a hora de receber os nossos amigos de quatro patas na Catedral. Os cães são uma parte muito importante das nossas vidas diárias, trazendo tanto amor e alegria para as suas famílias. Esperamos que, ao tornar a Catedral um espaço amigo dos cães, os nossos visitantes possam criar memórias mais significativas com seus companheiros caninos.”

Escusado será dizer que os cães terão à sua espera água à discrição e alguns petiscos do seu agrado, para que se agradem daquele espaço e queiram lá voltar. Por seu lado, os seus donos sentir-se-ão em dívida perante tal acolhimento, o que os poderá fazer retornar àquele local de culto. Mas como para tudo são precisas regras, a Catedral de Chichester exige aos visitantes com cães que circulem com eles à trela, que devem apanhar os seus dejectos e que os animais sejam bem comportados para não incomodar os outros visitantes.

Não se sabe ao certo qual o retorno que estas igrejas têm tido destas acções para além do apreço popular, o que não impede que continuem perseverantes no seu esforço missionário, lembrando o que disse São Paulo na sua primeira carta aos Coríntios, no capítulo 9, versículo 22: “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.”

Não me cabe a mim julgar da justeza de tais acções, apesar de discordar dos seus pressupostos dogmáticos. Agrada-me de sobremaneira, para isso Deus cá me mantém, que mais pessoas conheçam a Sua palavra e qual o Seu propósito para as suas vidas. Só espero que no meio de tanta agitação e confusão não comecem a encomendar cães para o céu, a substituir no presépio a vaca e o burro por um cão e um gato ou por um casal de cães!

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