Sou
geneticamente um amante da natureza, paixão reforçada pelos diversos cursos de
sobrevivência que fiz (averbados e não-averbados) e por me regular sempre que
possível pelo relógio biológico, que me põe em sintonia com os diversos
momentos dos ecossistemas e facilita o meu entendimento acerca do viver dos
animais, também eles intimamente ligados ao relógio biológico (finalmente as
andorinhas chegaram, altura propícia para se juntar os canários para o
acasalamento devido à fixação da temperatura ideal, acima dos 23 graus celsius).
Ninguém sabe como, quem e porquê surgiu o mito de pedir um desejo a uma semente
voadora de dente-de-leão, mas a prática tem-se mantendo viva até aos nossos
dias. Eu nunca pedi um desejo a uma dessas sementes, mas se o pedisse seria
para que todos os meus binómios conseguissem evoluir unidos e alinhados com os
cães em liberdade para sempre. Nada dado a crenças e a fezadas, porém cativo
aos procedimentos provenientes da razão, ao invés de esperar um milagre advindo
da planta atrás citada, dediquei a aula de sábado à condução em liberdade e logrei
alcançar bons resultados. A alusão ao dente-de-leão resultou da estampagem na
t-shirt da Maria onde se lia - “Make a Wish” – conforme se pode ver na foto
seguinte e que se enquadra perfeitamente na magnífica primavera que vivemos e
quando se começam a soltar os primeiros dentes-de-leão.
A
aula iniciou-se com alguns exercícios de IMOBILIZAÇÃO
À LINHA a 12 metros de distância, procurando-se a tangente
entre as patas dos cães, depois de deitados, com a linha previamente demarcada.
Na foto abaixo podemos observar o momento da imobilização efectuado pelo
binómio Jorge/Gaia.
O
mesmo binómio, agora num segundo momento, vemo-lo a executar
irrepreensivelmente o “deita”, com a jovem CPA Gaia a tirar uma tangente em
relação à linha. Com o continuar dos exercícios, a cadela da necessidade da
tangente, esticando-se ou encolhendo-se para a alcançar.
Para
melhor preparar a condução em liberdade, os binómios foram convidados a evoluir
por percursos acidentados e a diversas alturas, deslocando-se os condutores com
as trelas por cima dos seus ombros. Na foto que se segue vemos o binómio
Paulo/Bohr a executar um deles que exigia um “up” consecutivo.
O
CPA Dobby, um verdadeiro globetrotter
e um all-terrain, nunca se desligou
da sua dona durante os exercícios, evoluindo nas diferentes alturas alinhado
pela sua condutora, pessoa que realmente adora e que é capaz de dar a vida por
ela – ainda há cães assim!
Nascida
para trabalhar no “fio da navalha” e em momentos de alta tensão sem perder o
norte, a CPA negra Gaia nunca se intimidou com as mudanças de plano, avançando
decidida e alegre para agradar ao seu condutor e fazer o que mais gosta.
O
GIF seguinte mostra o desempenho em liberdade do binómio Maria/Dobby com o cão a
sair de um parapeito com 1 metro de altura para depois saltar a uma passada um
muro de 1,3 metros colocado na sua frente, exercício que ultrapassou sem qualquer
dificuldade.
No
mesmo exercício, as expressões mímicas da cadela não enganam, a CPA Gaia
avançou decidida para o desafio, transitando de andamentos naturais facilmente.
Porém, ficou claro que precisa de treinar mais, que não se podem lembrar dela somente
na hora do treino, precisando de se exercitar diariamente.
O
envelhecimento dos cães leva-os a arranjar defesas para não trabalharem, mesmo
perante exercícios facilmente ao seu alcance, particularmente quando os donos
não se encontram no sítio certo para melhor os incentivar, lacuna crónica no
Paulo Jorge que fica à espera que o CPA Bohr tudo faça com o mínimo do seu
empenho. A transposição abaixo teve êxito, mas não se reporta à primeira
abordagem do cão ao obstáculo – os cães mais velhos necessitam de maior empenho
por parte dos donos!
Quem
“pagou as favas” da Maria ter estado uma semana no estaleiro foi o Dobby, que
assim se viu confinado em casa sem trabalhar, o que não impediu que se
dedicasse vivamente ao trabalho. Quando este CPA fica em casa torna-se
demasiado protector da dona e antissocial, reagindo agressivamente contra todas
as pessoas ao seu alcance ou que se acerquem da sua dona – uma semana em casa e
lá se vai a sociabilização por água abaixo!
A
jovem abaixo pertence ao GRUPO
DOS AMIGOS EVENTUAIS E SEM NOME, gente voluntária
convidada ocasionalmente para nos auxiliar na sociabilização dos nossos cães,
conduzindo-os numa fase mais adiantada do seu percurso pedagógico e debaixo da
nossa supervisão. Ontem coube à CPA Gaia ser conduzida por aquela prestável e
simpática jovem.
Como
a jovem em questão se mostrou descontraída e disse não ter medo de cães, foi-lhe
permitido conduzir a cadela lupina num raio de 30 metros, pedindo depois ao
animal que se sentasse e deitasse. Agradecemos aquela colaboração ocasional e
demos por encerrados os trabalhos.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Jorge/Gaia/; Maria/Dobby e Paulo/Bohr. O aproveitamento da aula foi excelente e não se desperdiçou tempo útil. A reportagem fotográfica foi da autoria do Paulo Jorge e a sua edição coube ao Adestrador. A Catarina não esteve presente no treino com a Titã, a Stephanie ainda não deu à costa e o tempo esteve de feição. Amanhã retomaremos os nossos trabalhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário