domingo, 7 de maio de 2023

MAKE A WISH

 

Sou geneticamente um amante da natureza, paixão reforçada pelos diversos cursos de sobrevivência que fiz (averbados e não-averbados) e por me regular sempre que possível pelo relógio biológico, que me põe em sintonia com os diversos momentos dos ecossistemas e facilita o meu entendimento acerca do viver dos animais, também eles intimamente ligados ao relógio biológico (finalmente as andorinhas chegaram, altura propícia para se juntar os canários para o acasalamento devido à fixação da temperatura ideal, acima dos 23 graus celsius). Ninguém sabe como, quem e porquê surgiu o mito de pedir um desejo a uma semente voadora de dente-de-leão, mas a prática tem-se mantendo viva até aos nossos dias. Eu nunca pedi um desejo a uma dessas sementes, mas se o pedisse seria para que todos os meus binómios conseguissem evoluir unidos e alinhados com os cães em liberdade para sempre. Nada dado a crenças e a fezadas, porém cativo aos procedimentos provenientes da razão, ao invés de esperar um milagre advindo da planta atrás citada, dediquei a aula de sábado à condução em liberdade e logrei alcançar bons resultados. A alusão ao dente-de-leão resultou da estampagem na t-shirt da Maria onde se lia - “Make a Wish” – conforme se pode ver na foto seguinte e que se enquadra perfeitamente na magnífica primavera que vivemos e quando se começam a soltar os primeiros dentes-de-leão.

A aula iniciou-se com alguns exercícios de IMOBILIZAÇÃO À LINHA a 12 metros de distância, procurando-se a tangente entre as patas dos cães, depois de deitados, com a linha previamente demarcada. Na foto abaixo podemos observar o momento da imobilização efectuado pelo binómio Jorge/Gaia.

O mesmo binómio, agora num segundo momento, vemo-lo a executar irrepreensivelmente o “deita”, com a jovem CPA Gaia a tirar uma tangente em relação à linha. Com o continuar dos exercícios, a cadela da necessidade da tangente, esticando-se ou encolhendo-se para a alcançar.

Para melhor preparar a condução em liberdade, os binómios foram convidados a evoluir por percursos acidentados e a diversas alturas, deslocando-se os condutores com as trelas por cima dos seus ombros. Na foto que se segue vemos o binómio Paulo/Bohr a executar um deles que exigia um “up” consecutivo.

O CPA Dobby, um verdadeiro globetrotter e um all-terrain, nunca se desligou da sua dona durante os exercícios, evoluindo nas diferentes alturas alinhado pela sua condutora, pessoa que realmente adora e que é capaz de dar a vida por ela – ainda há cães assim!

Nascida para trabalhar no “fio da navalha” e em momentos de alta tensão sem perder o norte, a CPA negra Gaia nunca se intimidou com as mudanças de plano, avançando decidida e alegre para agradar ao seu condutor e fazer o que mais gosta.

O GIF seguinte mostra o desempenho em liberdade do binómio Maria/Dobby com o cão a sair de um parapeito com 1 metro de altura para depois saltar a uma passada um muro de 1,3 metros colocado na sua frente, exercício que ultrapassou sem qualquer dificuldade.

No mesmo exercício, as expressões mímicas da cadela não enganam, a CPA Gaia avançou decidida para o desafio, transitando de andamentos naturais facilmente. Porém, ficou claro que precisa de treinar mais, que não se podem lembrar dela somente na hora do treino, precisando de se exercitar diariamente.

O envelhecimento dos cães leva-os a arranjar defesas para não trabalharem, mesmo perante exercícios facilmente ao seu alcance, particularmente quando os donos não se encontram no sítio certo para melhor os incentivar, lacuna crónica no Paulo Jorge que fica à espera que o CPA Bohr tudo faça com o mínimo do seu empenho. A transposição abaixo teve êxito, mas não se reporta à primeira abordagem do cão ao obstáculo – os cães mais velhos necessitam de maior empenho por parte dos donos!

Quem “pagou as favas” da Maria ter estado uma semana no estaleiro foi o Dobby, que assim se viu confinado em casa sem trabalhar, o que não impediu que se dedicasse vivamente ao trabalho. Quando este CPA fica em casa torna-se demasiado protector da dona e antissocial, reagindo agressivamente contra todas as pessoas ao seu alcance ou que se acerquem da sua dona – uma semana em casa e lá se vai a sociabilização por água abaixo!

A jovem abaixo pertence ao GRUPO DOS AMIGOS EVENTUAIS E SEM NOME, gente voluntária convidada ocasionalmente para nos auxiliar na sociabilização dos nossos cães, conduzindo-os numa fase mais adiantada do seu percurso pedagógico e debaixo da nossa supervisão. Ontem coube à CPA Gaia ser conduzida por aquela prestável e simpática jovem.

Como a jovem em questão se mostrou descontraída e disse não ter medo de cães, foi-lhe permitido conduzir a cadela lupina num raio de 30 metros, pedindo depois ao animal que se sentasse e deitasse. Agradecemos aquela colaboração ocasional e demos por encerrados os trabalhos.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Jorge/Gaia/; Maria/Dobby e Paulo/Bohr. O aproveitamento da aula foi excelente e não se desperdiçou tempo útil. A reportagem fotográfica foi da autoria do Paulo Jorge e a sua edição coube ao Adestrador. A Catarina não esteve presente no treino com a Titã, a Stephanie ainda não deu à costa e o tempo esteve de feição. Amanhã retomaremos os nossos trabalhos.

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