Como
todos sabem, eu sou um adepto incondicional da comida confeccionada para os
cães. Há por aí muito dono, com medo que o seu cão enjoe a comida e não coma o
necessário, que ande constantemente a trocar-lhe de dietas, quer lhe dê ração
ou comida fresca, sem se lembrar de recorrer ao peixe e aos seus benefícios. Em
primeiro lugar, importa dizer que o apetite dos cães encontra-se condicionado
ao seu impulso herdado ao alimento, que obviamente difere de indivíduo para
indivíduo (uns são mais comilões do que outros mesmo na mesma ninhada). Depois,
nem todos os peixes são aconselháveis para as dietas caninas, particularmente
os criados em confinamento e alimentados artificialmente pelo homem, que não possuem
as mesmas qualidades encontradas no peixe selvagem e que acabam por ser
sensaborões e nocivos para pessoas e animais, como é o caso do salmão de
viveiro que chega à esmagadora maioria das mesas dos portugueses, que é só o
alimento mais tóxico do mundo, impregnado de químicos, bactérias, drogas e
pesticidas. Uma ração à base de salmão seria óptima para os cães se tivesse
como base salmão selvagem, o que me parece pouco provável.
Também os peixes que apresentam grandes quantidades de mercúrio e os demais afectados por metais pesados deverão ser desprezados nas dietas humanas e caninas. O peixe da minha eleição para os cães é a TAÍNHA (também conhecida por Fataça), desde que apanhada no mar e não na foz dos rios, porque é relativamente barata, rica em ómega-3, cálcio e fósforo, importantes subsídios para transmissão dos impulsos nervosos, para além de conter uma fonte de proteína de alto valor biológico que é de fácil digestão, fornecendo em simultâneo vitaminas lipossolúveis (A e D) que são fundamentais para a bem-estar canino e para o metabolismo do cálcio e do fósforo. A presença considerável de potássio, fósforo, iodo e selénio é crucial para o bom metabolismo energético e ósseo dos cães, exercendo o selénio uma importante acção antioxidante no seu organismo. O consumo regular de Tainha previne ainda a perca da massa cinzenta no cérebro, que se encontra ligada a doenças degenerativas, sendo por isso indicada também para os cães mais velhos depois de cozida e livre de espinhas.
Devemos
dar sempre peixe aos cães? Nem sempre nem nunca! Em que situações ou
circunstâncias deveremos dar peixe aos cães e com que regularidade? Como já
disse em textos anteriores, os cães deverão comer de acordo com a função a que
se destinam, para que melhor suportem os esforços a que virão ser sujeitos. Não
há qualquer problema em alternar as diferentes carnes com o peixe, o que contribuirá
para o equilíbrio e balanceamento das dietas caninas, assim como para o
controlo do peso dos animais, já que os peixes aconselháveis têm em média um
percentual de gordura mais baixo, mas sem suprimir as vitaminas, minerais e
proteínas essências a uma vida saudável. Considerando os benefícios presentes
no peixe, é de todo aconselhável que o seu consumo seja também estendido aos
cachorros para que tenham um desenvolvimento salutar, mais energia, bons ossos
e dentes, sendo também aconselhado nas primeiras papas de desmame, facilitando
e encurtando este período transitório sem empanturrar os cachorros ou causar-lhes
distúrbios gastrointestinais, mormente vómitos e diarreias. Por outro, os cães
que são alérgicos ou que mostrem intolerância às mais variadas carnes, eventualmente
encontrarão no peixe a solução para os seus problemas.
Acompanhamos normalmente as refeições confeccionadas de peixe com massa ou arroz, consoante o maior ou menor nível de esforço exigido aos cães, para além de outros nutrientes igualmente importantes mas em menor quantidade. Muito mais haveria a dizer sobre a importância do peixe na alimentação dos cães, mas a menor ocorrência de cancros nos animais que o comem regularmente, parece ser razão mais do que suficiente. Teremos no futuro peixe selvagem que nos baste e que ainda sobre para os cães? Os mais pessimistas dizem que não e os mais optimistas nem querem pensar no assunto!
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