quarta-feira, 31 de maio de 2023

NÃO FOI O PRIMEIRO E NÃO SERÁ O ÚLTIMO

 

O apego dos cães pelos donos é por vezes tão forte que leva-os a acompanhar as exéquias e respectivos cortejos fúnebres dos seus falecidos donos. O assunto já não é para nós novidade nem para ninguém, porque eclode quase todos os anos em alguma parte do mundo. Desta vez ocorreu um caso em Itália cuja foto se tornou viral, imagem que foi postada nas redes sociais pela Agência Funerária Cappello e que aparece acompanhada com a seguinte mensagem “Hoje eu vi com meus próprios olhos o amor dos animais pelos seus donos" (foto abaixo). A referida imagem foi captada durante as exéquias fúnebres de Iolanda Cappello, que morreu aos 84 anos de idade, cerimónias que se realizaram na localidade de Santopadre, na região do Lazio, província de Frosinone, a 117.44 km de Roma.

O Bobby, assim se chama o cão, permaneceu deitado na frente do caixão da dona durante todo o funeral, não sem antes ter tentado subir para cima dele, o que deixou os enlutados profundamente emocionados com esse seu desejo. Cientes do profundo desgosto do animal, nem o padre celebrante nem nenhum dos presentes tentou afastar o cão durante o serviço religioso. Mais tarde, quando o cortejo fúnebre se dirigiu a pé para o cemitério, a cerca de um quilómetro de distância, o Bobby acompanhou o carro fúnebre ao longo do seu trajecto. Após o enterro, voltou para casa com a irmã da falecida. Imagens destas, capazes de fazer chorar as pedras das calçadas, relembram-nos o quanto os animais gostam de nós, não recebendo por vezes a atenção que merecem, cruel ingratidão perante amigos tão sinceros. O Bobby sobreviverá à sua própria morte, porque os que assistiram ao funeral de Iolanda Cappello jamais se esquecerão dele e dos laços afectivos que o ligavam à sua falecida dona. Convém não esquecer que há cães que dão a sua vida por nós!

terça-feira, 30 de maio de 2023

GUARDA PARTILHADA PORQUE OS CÃES NÃO SE PODEM RACHAR AO MEIO

 

Por toda a parte do mundo dito civilizado, o direito de família está também a ser aplicado à posse dos cães, nomeadamente a guarda partilhada em caso de separação dos donos, como decidiu o tribunal regional da cidade alemã de Frankenthal esta terça-feira.

O caso dizia respeito a um Labrador que ficou com um dos seus ex-companheiros no distrito de Bad Dürkheim após a sua separação, sendo negado ao homem o contacto regular com o animal, a pretexto de ser melhor para o cão ficar apenas com um dos seus donos. Contudo, o tribunal mostrou um parecer diferente, entendendo-o de acordo com a lei da co-propriedade, já que cão havia sido comprado pelos dois donos quando estes eram ainda um casal.

O veredicto do tribunal garantiu o interesse dos dois co-proprietários litigantes, que daqui em diante se irão revezar na guarda do cão de duas em duas semanas. O tribunal nunca considerou estar o bem-estar do animal ameaçado e a sua decisão é final. Não é preciso um grande esforço para se perceber que esta decisão teve como origem o direito de família, o mesmo que garante a cada progenitor ver o filho de ambos regularmente. Há quem não concorde com estas decisões judiciais e diga que são exageradas e absurdas. Porém, são letra de lei e como tal “LEX DURA LEX”. Já tivemos por cá uma decisão judicial idêntica e estou certo que outras se seguirão. Penso que a decisão do tribunal regional de Frankenthal foi correcta considerando o bem-estar individual e social do Lavrador, que assim não viu dissolvida a sua “matilha”, afinal tão importante para ele.

PASSA PARA CÁ O FRENCHIE OU LEVAS UMA NAIFADA!

 

A actual cidade norte-americana de Chicago, no Illinois, ainda não fez esquecer os crimes da “Lei Seca” (1920-1933) e os seus gangsters, hoje substituídos por vários gangues e com novos Torrios e Capones. A violência nunca se separou desta cidade e segundo o BUREAU OF RECORDS DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA DE CHICAGO, que ali rastreia o crime desde o início do Séc.XX, a taxa geral de criminalidade da cidade, particularmente a dos crimes violentos, é superior à média dos Estados Unidos. Ali, na noite da última quarta-feira, enquanto caminhava no Portage Park com a sua cadela Pepa, uma Buldogue Francesa, adoptada há menos de 2 meses, Alicja Pierzchala, uma senhora de 64 anos de idade (na foto seguinte), foi surpreendida por um assaltante armado de arma branca que a abordou pelas costas, exigindo que lhe entregasse a pequena cadela.

Disposta a não entregar a cadela que havia resgatado, a senhora resistiu ao assaltante e acabou no chão com a faca encostada a cabeça. Após aquele incidente, Alicja foi tratada num hospital a cortes nos pulsos e na testa e também a uma concussão no seu braço esquerdo. Ontem, terça-feira, Alicja disse que a sua Pepa já se encontra segura em casa, não adiantando pormenores sobre a sua devolução, dizendo apenas estar muito agradecida àqueles que a ajudaram a recuperar a sua cadelinha. Apesar da polícia já ter em sua posse o vídeo de vigilância de um vizinho e ter recuperado o telemóvel do suspeito, não foi feita até ao momento qualquer detenção.

Devido à sua excessiva procura, os buldogues franceses são hoje muito cobiçados e valorizados nos States, onde muitos acabam por ser roubados por meios mais ou menos violentos e debaixo de condições que favorecem os seus raptores. Roubar um Frenchie pode ser uma das condições de entrada para um gangue, como também se pode prestar para um “agarrado” alcançar alguns míseros dólares e continuar a consumir heroína ou cocaína. Como o roubo dos Buldogues Franceses é mais rentável que o assalto às carteiras, ele ainda perdurará por mais algum tempo. O roubo em Portugal deste cães não é muito comum, o que não invalida que os seus donos usem de alguma cautela. 

MAIS UM LAMENTÁVEL EPISÓDIO DE “CAÇA AOS MAIS VELHOS”

 

A nível global, no conflito latente e subversivo entre homens e cães, os primeiros humanos a ser eliminados são os mais fracos - as crianças e os mais velhos. Nos Estados Unidos grande número de afro-americanos são atacados por cães, o que poderá estar ligado ao medo generalizado e a aspectos culturais que sustentam diferenças e fazem despertar o instinto predatório canino. Na cidade norte-americana de Hawthorne, na Flórida, uma senhora de 86 anos, Gertrude Bishop, está a recuperar-se num hospital depois de ter sido violentamente atacada por dois cães na passada sexta-feira, que a deixaram sem a orelha direita, com uma grande laceração na boca e mordida em todos os seus membros, ficando a sua perna direita em tão mau estado que precisará de ser amputada. O ataque aconteceu quando Gertrude (na foto abaixo com o filho) estava a tirar água do carro. Parece que ela já havia tido problemas anteriores com aqueles cães na rua, mas nada comparado com o que lhe aconteceu agora. Valeu à pobre senhora o pronto socorro dos vizinhos, porque doutro modo poderia ter sucumbido.

Quem verdadeiramente adestra cães tem a obrigação de sociabilizá-los com as pessoas mais susceptíveis de serem atacadas, incluindo-se neste grupo as crianças, os mais idosos, os vários deficientes, o invisual que que avança com uma bengala e as minorias raciais, assim como com todos aqueles que pela estranheza da sua apresentação ou comportamento são capazes de suscitar uma resposta negativa por parte dos animais. Ao mesmo tempo, cabe aos adestradores esclarecer as populações acerca do modo correcto de abordar os cães, o que devem ou não fazer na sua presença. Provavelmente a Srª Gertrude ignorava como comportar-se diante daqueles cães, podendo involuntariamente tê-los provocado ainda mais. Todavia, se os cães não estivessem soltos, nenhum disparate teria acontecido!

MAIS UMA QUE NÃO SABIA

 

Os erros com cães tendem a repetir-se porque são muitos e a qualidade dos donos não tem sofrido grande alteração, apesar de actualmente terem ao seu dispor mais e melhor informação. Nos subúrbios de Christchurch, capital da Nova Zelândia, na manhã de ontem, Jo Sturgeon acordou sobressaltada ao som de gritos de dor, encontrando no quintal o seu cão em convulsão e coberto de sangue, conseguindo ainda vislumbrar um homem que fugia do local com um Pitbull branco, rumo à Ensors Road. De acordo com o relato de uma testemunha, o cão da senhora atrás citada (na foto seguinte) colocou a cabeça fora do portão da propriedade quando o Pitbull passava por ali com o seu dono. De imediato o molosso lançou-se sobre ele, apertando-lhe o focinho e imobilizando-o. Para que o soltasse, houve necessidade da testemunha se valer das suas botas de aço, sendo o maxilar do cão agredido completamente esmagado. Devido à gravidade dos seus ferimentos, não houve outra solução senão a de mandar abater o cão da Srª Jo Sturgeon, de nome Scott, um cruzado de CPA de quem se dizia ser muito dócil. Quanto ao Pitbull, ele já tinha um histórico de investidas no passado, tendo o hábito de atacar pessoas e portões, pelo que a vizinhança pediu inúmeras vezes ao seu dono que saísse com ele açaimado.

Por prevenção, para evitar lamentáveis desfechos destes, os portões das moradias dos proprietários caninos deverão ser completamente fechados, o que evitará que os seus cães se pendurem neles ou ponham a cabeça de fora, expondo-se e sujeitando-se assim ao ataque dos cães de passagem, que no confronto directo levam vantagem, ferindo gravemente ou até mesmo matando os seus opositores. Como se depreende, a disposição de blindar os portões deverá acontecer antes de algum vizinho adquirir um cão perigoso! Do relato de Christchurch estranha-se o facto da dona do cão abatido não ter tomado as providências necessárias para protegê-lo, porque já deveria saber da existência do Pitbull, do seu comportamento e da falta de civismo do seu dono. É comum pensamos que o mal só acontece aos outros e depois lamentamos não termos sido previdentes.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

PARA QUE A MORTE NÃO OS SEPARE

 

Por que razão tantas pessoas são mordidas e tantos bebés são mortos à dentada? Por que provocam tantos acidentes e morrem tantos cães? Basicamente por descontrolo e especificamente por ausência de um travamento eficaz. Para evitar o aumento destas dolorosas situações e não consentir que a desgraça desabe sobre os nossos cães é que treinamos amiúde a IMOBILIZAÇÃO À LINHA, exercício que visa o seu travamento pronto e imediato quanto é imperativo que o façam, tanto para poupar terceiros como para livrar os cães da morte, já que nenhum cão tem mais ou menos obediência do que outro, ou tem ou não tem, pois é nas situações extraordinárias que mais precisamos dela. Sábado foi dia de “Imobilização à Linha” e fizemo-la junto a uma pequena feira biológica, já que esta tarefa imprescindível, numa fase ulterior, deverá ser desenvolvida em locais de maior azáfama, distracção e eventual provocação, para que o travamento seja soberano e não dependa de circunstâncias particulares.

A Imobilização à Linha consiste numa linha formada por duas ou mais trelas juntas, onde os cães irão ser convidados a parar e ser condicionados a deitar-se com os donos deles distantes a 12 metros. A linha dista 6 metros dos dois lados de chamada. Podem participar neste exercício vários binómios e cabe a primeira chamada ao condutor mais à direita e assim sucessivamente. Os condutores só poderão chamar o seu cão depois do anterior se encontrar imobilizado. Pretende-se que os cães, depois de imobilizados façam a tangente à linha. Como o condutores mais exímios fazem desta tarefa um jogo, não alcançando nenhum cão a tangente, ganha aquele que por excesso ou defeito se encontrar mais perto da linha. São automaticamente eliminados os cães que se levantarem ou andarem antes da chamada do seu condutor, quer por distracção ou por responderem à chamada de outros. Serão igualmente imobilizados os cães que depois de eliminados voltarem a levantar-se. Na fase inicial desta tarefa a chamada e a imobilização são operadas pelos comandos verbais, muito embora posteriormente seja apenas permitida a linguagem gestual, considerando a necessidade de travamento em áreas com muito ruído. Condutores experientes discutem a imobilização praticamente ao milímetro.

Para além deste trabalho pedagógico constituído em jogo, sujeitamos os cães destinados à segurança a travamentos extraordinários, operando a cessação dos seus ataques lançados depois de vivamente provocados, para que não respondam a involuntárias provocações, não procedam a ataques inusitados e cessem imediatamente qualquer acção de perseguição, captura ou ataque mediante ordem expressa que, como foi dito, tanto pode ser verbal como gestual. Exceptuando um cão que seja deixado debaixo de um comando de alerta e entregue a si próprio no desempenho de um serviço, os outros só deverão intimidar, proteger ou atacar debaixo de ordem expressa, sendo isto que classifica a qualidade de um genuíno e útil guardião. A IMOBILIZAÇÃO À LINHA e a CESSAÇÃO DOS ATAQUES são trabalhos que pretendem evitar que mais vidas se percam, tanto de pessoas como de cães, devolvendo aos donos o controlo dos seus parceiros. Cão de guarda não é aquele que sai a morder às cegas, que teima em largar o agressor e que é facilmente eliminado, mas aquele que procura a vantagem e que segue escrupulosamente as instruções do dono, como só cão é capaz de fazer.

PS: As imagens constantes neste texto reportam-se ao trabalho do binómio Jorge/Gaia que junto com os binómios Paulo/Bohr e Stephanie/Harley constituíram a classe de instrução no Sábado. Sentimos a falta da Maria, que à procura de respostas para si, decidiu ir a uma conferência sobre Espinosa, um judeu sefardita nascido em Amsterdão no Séc. XVII, um filósofo racionalista tido como um dos primeiros pensadores do iluminismo (espera-se que a Maria tenha sido iluminada). Ignora-se o motivo da não comparência da Catarina.

MÚSICA, ACERTO E ESBARDALHANÇO

 

A lição de sexta-feira passada iniciou-se junto a um mal nutrido tocador de gaita-de-foles que emprestava à sua actuação coreografias erráticas ao sabor da sua inspiração momentânea, sendo por isso um precioso auxiliar educativo para ao nossos cães, não só para que se acostumassem à música, mas para que também se familiarizassem com os gestos bruscos de alguns viandantes. Em termos sociais, importava também que a adaptação à música conseguisse libertar os animais de uivar. Como se pode ver na foto acima, a adaptação dos cães aos instrumentos musicais não é fácil nem transversal, havendo alguns cuja adaptação será mais demorada. Quando não conseguimos alcançar o “quieto” debaixo de tensão, somos obrigados a retornar à primeira fase de instalação do comando, agora em circunstâncias mais favoráveis e com o auxílio da recompensa, procedimento que evitará possíveis traumas que levarão e à desconfiança dos animais em relação aos seus líderes. A foto abaixo reporta um dos momentos em que retornámos à 1ª fase para solucionarmos o problema.

Na foto seguinte podemos ver o CPA Bohr num desses momentos, agora mais sossegado devido à proximidade do dono. Ninguém é responsável pelas menos valias genéticas do seu cão, mas não há nenhuma que o impeça de confiar no seu dono, que jamais acontecerá caso o líder dê a tarefa como irremediavelmente perdida.

O SRD Harley, não obstante o seu pequeno tamanho, transporta consigo muito do Teckel que esteve na sua origem, o que tendencialmente o ensurdece e torna brigão, numa tentativa constante e incontida de ser “dono do seu nariz” e de não se subordinar gratuitamente. Naturalmente atento a tudo ao seu redor e avesso a olhar para a dona, terá que ser a recompensa a alterar a sua fixação.

A Stephanie já não estava entre nós desde o verão do ano transacto, voltou agora e parece não ter deixado de trabalhar com os seus cães, já que o Harley parece ter ganho asas e aprendido a “voar” sobre os obstáculos. Na foto que se segue vemo-lo a saltar decidido um suporte para bicicletas com a sua dona no lugar certo para o ajudar, o que no passado raramente acontecia.

Com o mesmo acerto técnico da dona, em estreia mundial, vemos este pequeno SRD a transpor uma sebe natural com 80 cm de altura e 60 de largura, o que não é tarefa fácil para um cão do tipo bassetóide, êxito que não se pode desligar do facto de ser um cruzado.

No mesmo salto, agora de outro ângulo, vemos o empenho da Stephanie que foi flagrada com os pés no ar. Se dúvidas houvesse sobre a valentia do cão e do à vontade com que partiu para cima do obstáculo, elas dissipar-se-iam perante a mímica majestática do pequeno grande cão.

Com a Stephanie em grande plano e com o Harley a responder afirmativamente às tarefas, optei por um exercício colectivo de ginástica, agora envolvendo também o binómio Paul/Bohr, em torno de um suporte para bicicletas, um cruzamento onde o Bohr passaria por baixo e o Harley saltaria por cima. A Stephanie que até ali tinha ido tão bem, ao medir mal os passos, embateu contra o Pastor Alemão e esticou-se ao comprido no chão, levantando-se depois num lamento desusado (voltou no dia seguinte com um penso rápido em cada palma da mão). A foto seguinte mostra um destes cruzamentos feito com êxito.

Como o pequeno Harley anda por demais obstinado e ataca até cães maiores do que ele, para ajudar na solução do problema e reforçar o papel da liderança, entendi conduzi-lo em simultâneo com o CPA Bohr.

Participaram nos trabalhos os binómios Paulo/Bohr e Stephanie/Harley; o Plano de Aula foi cumprido; a reportagem fotográfica coube aos mesmos e o tempo esteve de feição.

domingo, 28 de maio de 2023

МИP

 

“МИP” (MIR) é uma palavra russa que pode ser traduzida como “mundo” ou “paz” e o que eu desejo é que haja paz no mundo, que a guerra na Ucrânia acabe antes de se transformar num devastador conflito mundial como não há memória. Com a foto acima pretendo manifestar este desejo, que penso ser a bem do planeta e de todos os povos da Terra. Todos temos direito à vida, todos precisamos e merecemos ter paz.

GAIA: UMA AGENTE DE ENSINO

 

A “TROCA DE CONDUTORES”, para além de uma manobra de sociabilização animal, é um importante subsídio pedagógico que se presta a vários fins, servindo também os cães como agentes de ensino para os condutores que são convidados a conduzi-los. Ontem verificou-se que a Stephanie, a nossa chinesinha de eleição, apresentava vários erros de condução que dificultavam a aprendizagem do seu SRD - o Harley. Entendi e ao que parece bem, passar-lhe a CPA Gaia para a mão (na foto acima), para que melhor apreendesse os requisitos técnicos em falta e conseguisse aplicá-los no seu cão, como veio a suceder.

Com o precioso auxílio da Gaia, a Stephanie apercebeu-se do muito stresse que estava a transmitir ao seu cão pela confusão das mensagens e pelo uso erróneo das suas posturas, menos valias que se viu obrigada a abandonar para poder conduzir satisfatoriamente a Pastora Alemã. As duas fotos deste texto mostram o acerto desta nossa condutora oriental. Diante dos resultados obtidos, há que dar os parabéns à Gaia – uma verdadeira agente de ensino!

UMA EM MILHARES

 

O adestrador é um sujeito que morre com muitas históricas por contar para não ser confundido como um trocista ou um inconveniente. No seu métier, tanto pela positiva como pela negativa, não são os cães que o surpreendem, são os donos que não param de surpreendê-lo através de acções no mínimo hilariantes, por vezes trágicas, consoante o seu despropósito, destacando-se nelas as mais insólitas, aquelas que são uma entre milhares e que o deixam sem saber o que fazer, se rir ou lamentar. Imagine-se um condutor a quem é pedido que conduza o seu cão em liberdade (solto) na via pública e que é secundado por dois binómios constituídos por duas cadelas, sendo que uma delas está com o cio. Todos atravessam a passagem de peões e a cadela com o cio, por inexperiência da sua condutora ocasional, urina sobre a passadeira. Sem que o seu condutor se aperceba, o cão que ia na frente volta atrás e retorna à passadeira pedonal (a oito metros de distância), lambendo ali a urina deixada pela cadela, numa hora de bastante tráfego rodoviário. Despertado para a realidade ao sentir a falta do cão, o seu condutor acabou por ir buscá-lo, livrando-o de sérios apuros (há dias de sorte!). “Junto” não será ombro direito do cão, joelho esquerdo do dono? O condutor em questão não foi objecto de qualquer correcção da minha parte por via do caricato da situação e por não querer chamar à atenção dos restantes transeuntes para o seu despropósito, já que não é todos os dias que se assiste a tamanha insanidade – a distracção não terá limites? - Pelos vistos parece que não! Diz-se por aí “que a distracção é a morte do artista”. No adestramento, a distracção do condutor pode resultar na morte do cão.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: UM CÃO DE GOSTOS SIMPLES

 

Um sujeito muito queixoso chega ao consultório de um médico e diz-lhe: “O meu cão mordeu-me”. O clínico antes de ver a ferida pergunta-lhe: “Colocou algum coisa?” O paciente admirado responde-lhe: “ Não, ele gostou mesmo assim!”

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ O PEIXE NÃO É SÓ PARA GATOS!, editado em 23/05/2023

2º _ ALTERAR A LEI SOBRE CÃES PERIGOSOS PARA SEGURANÇA DE TODOS, editado em 23/05/023

3º _ SCHOOL ON TOUR: NAS MARGENS DO SORRAIA, editado em 22/05/2023

4º _ O CONTA-QUILÓMETROS DA MARIA, editado em 23/05/2023

5º _ ABRIU A PORTA À DESGRAÇA!, editado em 24/05/2023

6º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015

7º _ OS ANGLICANOS JÁ ESTÃO A ABRIR OS SEUS TEMPLOS AOS CÃES, editado em 19/05/2023

8º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE, editado em 11/05/2016

9º _ PASTORES ALEMÃES LOBEIROS: O QUE OS TORNA TÃO ESPECIAIS, editado em 02/11/2015

10º _ SALVAR O CÃO BANKHAR DA MONGÓLIA, editado em 14/04/2020

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º Portugal, 2º Estados Unidos, 3º Brasil, 4º Reino Unido, 5º Alemanha, 6º Suécia, 7º Suíça, 8º Itália, 9º Colômbia e 10º Angola.

SOCIABILIZAÇÃO, SAÚDE E ESPERANÇA DE VIDA

 

Os cientistas que conduzem o DOG AGING PROJECT tentaram não fazer recomendações sobre o envelhecimento saudável com base nos resultados das suas pesquisas. Mas depois de analisar os dados de seu último estudo sobre os determinantes sociais da longevidade, uma coisa se tornou óbvia demais para ser ignorada, a matilha é o que mais importa, porque os cães com interacções sociais positivas vivem vidas mais saudáveis, o que realça a necessidade canina de ter fortes conexões sociais e companheiros sociais, conforme fez saber Brianah McCoy, Ph.D. (na foto abaixo) candidata da Arizona State University (ASU), que é um dos principais autores do estudo, que disse ainda: “No geral, é bom para o seu cão ter apoio social por perto, na forma de outras pessoas e outros cães. Os cães são animais sociais, assim como nós, então eles beneficiam-se por estar perto de outras pessoas.” As novas descobertas foram publicadas online na semana passada na revista EVOLUTION, MEDICINE & PUBLIC HEALTH. Estes são os dados mais recentes e baseiam-se no excepcional poder estatístico de 25.000 cães envolvidos por via das parcerias a Escola de Medicina da Universidade de Washington, a Escola de Medicina Veterinária Texas A&M e mais de uma dúzia de instituições membros em todo o país. Os autores do estudo estão a analisar dados e pesquisas de saúde sobre os cães para tirar conclusões únicas que possam válidas para a saúde humana.

Muitas das conclusões a que os cientistas chegaram faziam todo o sentido, outros pareciam contra-intuitivas. “Este estudo ilustra o alcance incrivelmente amplo do Dog Aging Project”, disse Daniel Promislow, co-director do projecto e investigador principal. “Aqui, vemos como os cães podem ajudar-nos a entender melhor como o ambiente à nossa volta influencia a saúde e as muitas maneiras pelas quais os cães reflectem a experiência humana. Assim como acontece com as pessoas, os cães em ambientes com poucos recursos são mais propensos a ter problemas de saúde. Graças à riqueza dos dados, estudos de acompanhamento terão o potencial de ajudar-nos a entender como e porquê os factores ambientais afectam a saúde dos cães”. Factores de suporte social, como morar com outros cães, foram associados a uma melhor saúde canina quando controlados por idade e peso. Factores de adversidade financeira e familiar foram associados a problemas de saúde e menor mobilidade. “As desigualdades sociais também atingem os nossos animais de companhia”, disse Noah Snyder-Mackler, professor assistente da Escola de Ciências da Vida da ASU, que supervisionou o artigo recente. “Acho que é uma lição importante de como podemos desenvolver intervenções para lidar com essas desigualdades.”

Embora a importância da interacção social para os mamíferos não seja uma nova descoberta, o profundo tesouro de dados permitiu ao grupo de pesquisa descobrir que o efeito do apoio social era cinco vezes mais forte do que o dos factores financeiros. Juntos, os pesquisadores sugerem que os resultados demonstram a importância da renda, da estabilidade familiar e da idade do dono nos resultados de saúde dos cães de companhia. As descobertas iluminam modificadores comportamentais e ambientais que podem promover o envelhecimento saudável entre as espécies – por exemplo, o companheirismo social é bom e o isolamento é ruim. Estes resultados parecem simples, outros precisarão de mais exames para ser descodificados. Por exemplo, cães que vivem em ambientes mais ricos tendem a ter problemas de saúde mais documentados. A possível razão: esses cães eram mais propensos a serem levados ao veterinário, portanto, havia uma consciência mais profunda da importância da sua saúde. O resultado mais inesperado teve a ver com as crianças: mais tempo com as crianças, ao que parece, está ligado a uma pior saúde do cão. “Isso foi definitivamente uma surpresa”, disse a co-autora Layla Brassington, do estado do Arizona. “Mas achamos que isso ocorre porque quanto mais tempo os donos têm para se dedicar aos filhos humanos, menos tempo eles têm para seus filhos peludos.”

O presente estudo veio desacreditar métodos de adestrar cujos seguidores diziam contribuir para a saúde e longevidade dos cães, assim como questionar certas provas caninas sustentadas no isolamento dos animais, no stresse e na privação do seu viver social. Assim, respeitando o que agora foi revelado, o fim último do treino de um cão não deverá ser pô-lo a morder, mas integrá-lo numa matilha onde possa interagir sem atropelos e num grupo de pessoas onde seja desejado e acarinhado. A sua sociabilização e a riqueza do seu viver social serão factores inibitórios da sua prestação como guardião? Não necessariamente, porque só se perde quem já nasceu perdido e o apoio recebido por humanos e cães tende a fortalecê-los! A sociabilização dos cães e o enriquecimento do seu viver social tornam-nos mais confiantes e seguros, diminuindo praticamente a zero os acidentes que possam causar. As aulas colectivas e os exercícios que integram vários cães ao mesmo tempo, ao desenvolverem fortes vínculos afectivos, tornam possível a desejável matilha escolar, espinhal dorsal para uma futura vida saudável. É também importante que o seu cão faça amizade com os seus vizinhos e respectivos cães, para que o seu território se estenda para além das quatro paredes que o abrigam. Pelo mal que lhes fazemos (aos cães), ao furtar-lhes a sociabilização e os seus benefícios, perdemos a autoridade de criticar fulano tal que tinha os seus galgos maltratados!

A interacção com pessoas na rua de díspares apresentações é neste sentido também primordial para a integração e para o bem-estar dos cães, para além de ser também benéfica para a supressão de possíveis medos humanos. Exercícios de ginástica que convidam os cães a interagir com estranhos são também recomendáveis, para combater nos animais desconfianças, suspeitas e medos, assim como pretensas provocações. Eu posso ter o melhor cão do mundo, mas se não apostar na sua sociabilização, tê-lo-ei por menos tempo. Os cães que vivem num estado de constante alerta dentro de um recinto à espera de um possível intruso, estoiram-se precocemente, como se estoiram os que vão para a guerra e aqueles que apenas saem na iminência de conflitos, onde serão obrigados a varrer tudo o que tiverem pela frente. Para equilibrar estes animais, urge compensá-los paralelamente com actividades de cariz social que envolvam outros cães e demais gente, público inclusive, para que não se tornem intratáveis, acusem um desgaste exagerado, venham a ser precocemente imprestáveis e assolados pela demência. Para terminar lembro que os códigos inseridos nos cães devem ser revelados pelo menos a duas pessoas, para que a morte dos donos não implique na morte dos animais.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

SOMBRA ORIENTAL AO CREPÚSCULO

 

Ontem à tardinha vimos, inesperadamente, uma cara conhecida: a Stephanie, que como sempre se fazia acompanhar por um dos seus cães, na ocasião com o SRD River. Tal qual sombra ou névoa a dissipar-se, a nossa amiga chinesa acompanhou-nos ao longo da nossa caminhada pedagógica, praticamente inaudível como se não andasse com os pés pelo chão. O River, conforme se pode ver na foto seguinte, não esqueceu o que aprendeu na escola, mostrando-se diligente e concentrado.

A Stephanie prometeu reiniciar hoje a sua instrução binomial, o que poderá ser verdade ou não, porque ela promete muito e à última da hora sempre acaba por não comparecer, desculpando-se com episódios e situações pouco comuns. Pode ser que seja desta!

NÓS POR CÁ: A HISTÓRIA DO TICKET

 

Quando saio com o meu cão sou quase sempre interpelado por alguém, porque ele chama à atenção de quem passa e muitos não resistem a querer saber mais sobre o animal. Logo pela manhã ouço alguém dizer: “Que lindo animal!” Quando levanto os olhos, cada vez ando mais curvado, deparo-me com um sujeito alto, moreno, bem arreado e com sotaque brasileiro, que me pergunta qual é raça do cão. Ao aproximar-se do animal disse-me que já tinha tido um Pastor Canadense (1), um exemplar extraordinário que durou 16 anos. Perguntei-lhe de que cidade era do Brasil e ele respondeu-me que era do Rio de Janeiro, cidade que em muitos aspectos se confunde com Lisboa (digo eu). Como a conversa ia animada, perguntou-me há quantos anos não ia ao Brasil, eu disse-lhe que a última vez que lá estive foi em 2011, ao que ele me respondeu ”estar agora aquele grande país bem pior, o que a ninguém espanta porque tem como presidente um ladrão.” “Vou-lhe dar um exemplo: há pouquinho tirei o ticket do estacionamento e quando ia para o colocar dentro do carro, reparei que não tinha as suas chaves comigo. Levantei as escovas limpa pára-brisas e prendi ali mesmo o papelinho, já passou uma hora e ele continua lá! Se isto acontecesse no Brasil, já alguém o teria tirado e colocado no seu carro!” E mais não disse, entrando depois para uma residencial de luxo. Pela breve conversa deu para perceber duas coisas: que malandros há-os por todo o lado e que o Brasil se encontra politicamente bipolarizado.

(1)Pastor Canadense é o mesmo que Pastor Canadiano, um Pastor Alemão de pelagem branca de origem idêntica ao do Pastor Suíço.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

SALVAR URSOS COM O CÃO DE URSOS DA CARÉLIA

 

Como já tive ocasião de dizer várias vezes, tenho passado a minha existência à espera de possuir um CÃO DE URSOS DA CARÉLIA, cão que parece ter sido talhado para mim e para os meus anseios, resultar num casamento perfeito atendendo à sua grande ternura, mímica, versatilidade, valentia e capacidade de enfrentar grandes mamíferos. Todavia, por má sorte ou destino, tal nunca aconteceu e dificilmente virá a acontecer, o que não impede que este cão continue a povoar os meus sonhos e a fazer-me acordar feliz. No estado norte-americano de Montana, a bióloga Carrie Hunt (na foto seguinte), fundadora do WIND RIVER BEAR INSTITUTE em 1996, treina hoje cães de ursos da Carélia para afastar os ursos que se aproximam demasiado dos assentamentos humanos e que de outra forma seriam mortos. “Eu queria tornar as coisas mais seguras para os ursos e para as pessoas”, disse ela.

Os cachorros desta raça passam por uma série de testes nos quais os treinadores ensinam-lhes os comportamentos correctos, avaliam a sua personalidade e as suas reacções ao verem ursos e pumas de peluche espalhados pelo campo. Em média, apenas 20% de uma ninhada terá aptidão para o conflito com ursos, onde um movimento errado ou a menor hesitação pode levar a ferimentos graves. “Estamos a procurar descobrir aqueles têm as características necessárias. A colocação dos cães é importante para a segurança das pessoas”, disse Nils Pedersen, director do instituto. “O que queremos ver é um cachorro que tenha uma motivação intrínseca para caçar ao encontrar algo novo e assustador”. Depois de prontos prontos, estes cães serão implantados por toda a América do Norte, trabalhando por exemplo com o serviço de bombeiros do Alasca para manter os bombeiros seguros quando são chamados e, simultaneamente, reduzir o número de ursos mortos a cada ano. Entre 2020 e 2022, o adestrador de cães Greg Colligan trabalhou com um cachorro destes na sua primeira missão, ajudando a resolver conflitos entre pessoas e ursos pardos no parque nacional e reserva Denali, no Alasca. “Ele foi integrado em quase todas as facetas do que fazemos como uma equipa de gestão de vida selvagem”, disse Colligan, ex-técnico-chefe da vida selvagem daquele parque. “Ele ajudou-nos a detectar ursos e a expulsá-los de uma área caso precisássemos, sendo a chave para tudo o que fizemos.”

Os Cães de Ursos da Carélia estão a ser cada vez mais usados pelos administradores da vida selvagem e da terra, não apenas nos Estados Unidos, mas também no Canadá e até no Japão, para encorajar o distanciamento social entre os humanos e os animais selvagens. Na América do Norte, os ursos vivem em paisagens onde a pegada humana está a expandir-se. Como resultado, as pessoas e os predadores são forçados a dividir o mesmo espaço, o que contribui para o aumento dos conflitos entre ambos. Os ursos costumam visitar as áreas dominadas pelos humanos como fontes de alimento de fácil acesso (caixotes do lixo, capoeiras, comedouros de aves ou árvores frutíferas), especialmente no verão e no outono, quando precisam armazenar energia para a hibernação. Com temperaturas mais altas resultantes da crise climática e mais alimentos humanos prontamente disponíveis, os ursos podem até atrasar a hibernação. No Nevada, o aumento da população de ursos-negros está em colisão com o crescimento do desenvolvimento urbano. A bióloga Heather Reich relata que, entre 1987 e 1991, o Departamento de Vida Selvagem do Nevada recebeu uma média de 14 ligações anuais devido aos conflitos com ursos. Entre 2007 e 2011, esse número cresceu para mais de 500 e em 2022 foram recebidas 1.450 ligações!

Clayton Lamb, da University of British Columbia, estudou dados demográficos de mais de 2.500 ursos castanhos na Colúmbia Britânica ao longo de 40 anos e descobriu que, em paisagens dominadas por humanos, quase 30% dos ursos não chegou a viver até aos 14 anos de idade. Contrariamente, apenas quatro morreram durante o mesmo período numa área selvagem sem pessoas para enfrentar. Os animais que conseguiram sobreviver nas áreas dominadas por humanos adoptaram um estilo de vida nocturno para evitar as pessoas. “Se um urso pode aprender a viver perto das pessoas, eles podem sobreviver, mas muito poucos ursos chegam à idade adulta e descobrem como viver naquela paisagem”, diz Lamb. No Nevada, os gestores da vida selvagem começaram inicialmente a assustar os ursos-negros habituados aos humanos com geradores de ruído e balas de borracha, o que nem sempre funcionou. “Os ursos deixaram de se assustar com o ruído e depressa perceberam que nada lhes acontecia”, disse Reich, que atribuiu a última invasão de ursos a uma geada no final da primavera que matou os seus recursos naturais, como foi o caso as bagas. “Isso obrigou os ursos a recorrer às áreas urbanas numa busca desesperada por comida”, disse ela.

Em 2001, o departamento de vida selvagem começou a empregar cães de ursos da Carélia. Agora, quando um urso problemático se aventura a chegar mais perto, Reich e seus colegas agarram o animal. Então, quando o urso é novamente solto, os cães seguem-no numa breve perseguição. “Para o urso, a experiência é muito má”, disse Reich. Os ursos são naturalmente cautelosos com os canídeos, já que os coiotes e os lobos podem matar as suas crias. “Os cães têm uma linguagem corporal, uma conversa de animal para animal que fala muito mais alto com o urso do que eu”, disse o mesmo Reich. A lição ensinada pelos cães é aquela que os ursos parecem não esquecer. Um estudo sobre ursos negros na Bacia de Tahoe conduzido por Mario Klip, cientista ambiental do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, descobriu que os ursos que tiveram encontros com Cães de Ursos da Carélia tornaram-se mais noturnos, menos activos no inverno e passaram menos tempo nas áreas urbanas. “Os cães tornam-me um biólogo melhor porque me permitem manter os ursos na paisagem o máximo que posso, em vez de ter que matá-los e removê-los”, continuou Reich. Com seu olfacto aguçado, os cães-urso também podem detectar a presença de um urso precocemente, permitindo que os responsáveis pela vida selvagem tomem medidas preventivas enquanto se mantêm seguros.

“Eles permitem-me fazer coisas com os ursos que eu não conseguia fazer sozinho”, disse Reich. “Se tivermos ursos numa toca debaixo das casas, é muito melhor mandarmos lá os cães do que enfrentar os ursos sozinhos”. Em última análise, apesar dos cães poderem ajudar a salvar a vida de um urso, os humanos também devem fazer sua parte, guardando o lixo em recipientes resistentes a ursos ou instalando cercas eléctricas. No Wind River Bear Institute, Hunt enfatiza o “pastor de ursos”. “Trata-se de ensinar aos ursos e às pessoas os comportamentos correctos para que possam viver na mesma área”, diz ela, mas isso só funcionará se as pessoas removerem a atracção do lixo e outras tentações. Como os Cães de Ursos da Carélia são geralmente amigos das pessoas, eles também podem ajudar a educá-las sobre a necessidade de adotar comportamentos que reduzam os conflitos. “As pessoas sempre querem falar connosco quando aparecemos com os cães,”, disse Colligan. “Os cães são uma forma de nos relacionarmos com os ursos numa situação de conflito homem-urso, mas também permitem que nós, humanos, nos relacionemos uns com os outros.” Eu não queria um cão destes para afugentar qualquer espécie de ursos, tampouco para satisfazer algum “macaco” na cabeça, somente queria estabelecer com ele novas formas de comunicação, já que é cão para isso.

ABRIU A PORTA À DESGRAÇA!

 

Numa área adjacente à cidade alemã de Bremen, no passado domingo, dia 20 do corrente mês, um ladrão teria amarrado e trancado um homem de 83 anos dentro de um barracão por dois dias, matando em seguida o cão do octogenário. De acordo com fontes policiais, o idoso de 83 anos encontrava-se no terreno da sua propriedade em Goldrenettenweg, no bairro "In den Wischen", na tarde de domingo, quando foi abordado por um jovem simpático, que disse ter sido posto fora de casa e que lhe pediu um lugar para ficar naquela noite. O octogenário anuiu ao desejo de jovem e quando ambos entraram na casa do jardim, o jovem empunhou uma faca, amarrou o idoso e trancou-o na casa de banho, agredindo-o a murro e pontapé enquanto o ameaçava de morte.

Como o cão do idoso se mostrava muito inquieto, o suposto agressor matou-o. Depois de duas noites amarrado, o idoso foi finalmente libertado ontem, terça-feira, fugindo o ladrão com a sua motocicleta, jóias e carteira. Como resultado das agressões de que foi vítima, o idoso foi internado devido às suas lesões. O jovem agressor foi descrito como tendo entre 20 e 25 anos; 1,80m de altura; olhos escuros e cabelo escuro. A motocicleta furtada pertence ao modelo MBK Ovetto 50 e é prateada. A polícia criminal está a investigar o caso e procura agora testemunhas, aceitando informações por via telefónica. Nunca foi aconselhável abrir a porta para desconhecidos e agora é extremamente perigoso fazê-lo. A nossa casa é o nosso castelo e é ainda mais quanto nos encontramos mais fracos, ao alcance de qualquer reles meliante. E depois, o respeito pelos mais idosos está a desaparecer, porque doutro modo não acabariam tantos em lares ou pior do que isso, abandonados nas camas dos hospitais. Provavelmente o generoso idoso de Bremen precisava de alguém com quem falar, confiou em quem não devia confiar e acabou manietado e agredido. O seu infeliz cão, para além de um fiel amigo, deveria ser “boa praça”, porque doutro modo depressa cairia sobre o jovem agressor.

PARAGUAYISCHE VERBRECHEM IM NEUEN DEUTSCHLAND

 

O Paraguai está a ser um verdadeiro éden para os alemães vindos da Europa, nunca ali houve tantos e a comunidade alemã já é a terceira maior daquele país, um paraíso sem impostos, vacinas e muçulmanos, que os emigrantes alemães dizem ser menos desenvolvido do que a Alemanha numa clara manifestação de arrogância e humilhação. A deslocação massiva de tanto alemão para aquele país sul-americano fez com que o Paraguai tenha hoje maior destaque nas notícias alemãs. Um morador do distrito de Tavapy, no departamento do Alto Paraná e distante 53 km da Ciudad del Este, denunciou às autoridades competentes a morte agonizante dos seus 4 cães na manhã do último sábado, acusando um vizinho de ter espalhado iscas envenenadas. O queixoso chama-se Éver Colmán Fretes e tem 34 anos de idade.

Ao que tudo indica, os cães teriam morrido depois de terem vomitado comida e veneno ingeridos na propriedade de um vizinho septuagenário. Fretes diz que saiu para o campo com os seus quatro cães e que estes o seguiram a pouca distância, voltando depois para trás rumo à casa do vizinho, donde retornaram com sintomas de envenenamento e pereceram quase na mesma hora. Os factos foram comunicados ao Promotor Adjunto de serviço, Dani Vergara, que enviou o caso para o Promotor de Justiça José Silguero de Santa Rita. O dono dos cães apresentou queixa na 39ª Delegacia de Tavapy e aguarda agora os primeiros resultados da investigação em curso. Infelizmente no Paraguai não se recebem só alemães, também se envenenam cães!

PS: Faça tudo o que tiver ao seu alcance para evitar que o seu cão venha a sucumbir deste modo. Se precisar de conselhos ou de ajuda, contacte-nos.

NÓS POR CÁ: HÁ DIAS EM QUE MAIS VALE FICAR EM CASA!

 

Apostado em fazer do pequeno-almoço a minha melhor refeição e com uma vontade imensa de comer uns pãezinhos de centeio da Baviera, zarpo de casa rumo ao supermercado. Ao chegar lá, procuro um carrinho de compras livre e tenho dificuldade em encontrar um que não tenha lá dentro uma luva descartável das usadas para pegar no pão. Depois de muito inspeccionar, lá encontro um e entro pela loja adentro, onde surpreendo a repositora da fruta a coçar o ânus por baixo das calças de licra. Viro a cara para o lado, penso no sol radiante que está fora e sigo em frente. Ao chegar às prateleiras do pão, sou surpreendido por uma senhora a cuspir nas luvas descartáveis para as separar umas das outras. Hesito em tirar pão e acabo por procurar uma luva que garantidamente não tenha cuspo. Pego o pão e dirijo-me apressadamente para a caixa, convencido que não teria mais “surpresas”. Entro na fila para pagar e quando chega a minha vez, deparo-me com a menina da caixa a tirar com as suas longas unhas de gel a cera dos ouvidos, antes de abrir o saco onde trazia o pão. Cheguei a casa sem apetite, bebi um copo de água e guardei os pãezinhos para comer quando me esquecer do que vi. Com comportamentos anti-higiénicos assim, não admira que as doenças infecciosas proliferem por aqui!