segunda-feira, 8 de outubro de 2018

WOOFERENDUM: DOGS AGAINST BREXIT

Ontem centenas de proprietários caninos levaram os seus cães até WESTMINSTER em Londres, numa iniciativa a que chamaram WOOFERENDUM, para incentivarem o debate público sobre o BREXIT e quiçá forçarem a um novo referendo, já que conservadores e trabalhistas encontram-se divididos sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
É por demais evidente que estamos perante uma inequívoca manobra política aproveitada pelo remanescente dos europeístas britânicos que, sabendo da divisão existente no parlamento e querendo relançar a discussão, não olharam a meios e deitaram a mão aos cães. Apesar de entendermos que a saída do Reino Unido da UE não é bom para os interesses europeus e muito menos para os britânicos, manifestações destas só servem para banalizar um assunto tão sério e não serão elas que obrigarão ao REMAINER que sugerem, muito embora despertem um forte apelo emocional.
Ainda que este WOOFERENDUM tenha tido como objectivo principal destacar o receio da escassez de veterinários e medicamentos para os animais de estimação, porque 90% dos veterinários a trabalhar no Reino Unido provêm da UE e o seu eventual desaparecimento comprometeria o bem-estar animal, percebe-se nitidamente que este “referendo canino” tinha como objectivo, não o que adiantou, mas forçar uma segunda votação sobre adesão à União Europeia, facto comprovado pelos cartazes carregados pelos manifestantes, descaradamente anti-Brexit.
O verdadeiro objectivo desta caminhada até ao parlamento, cujos organizadores esperavam uma maior adesão por parte do público e de activistas, torna-se bastante claro quando se lança para o ar que sair da Europa política prejudicará os cerca de 54 milhões de animais de estimação existentes no Reino Unido. Se todos os britânicos tivessem participado nesta caminhada com os seus animais de estimação, estou certo que as ruas londrinas ainda se encheriam mais do que pela ocasião do funeral da Princesa Diana, quando o Mayor de Londres se viu obrigado a pedir barreiras de contenção emprestadas à França!
Para a história fica um ordeiro acto cívico, uma manifestação de descontentamento contra as actuais políticas do Governo presidido por THERESA MAY, uma mobilização simultaneamente original e bem ao gosto britânico.
PS: Noutros lugares iluminar-se-iam as ruas com pneus a arder, queimar-se-iam autocarros e ainda sobraria tempo para se assaltar umas quantas lojas.

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