Ontem centenas de
proprietários caninos levaram os seus cães até WESTMINSTER em Londres, numa
iniciativa a que chamaram WOOFERENDUM, para incentivarem o debate público sobre
o BREXIT e quiçá forçarem a um novo referendo, já que conservadores e
trabalhistas encontram-se divididos sobre a saída do Reino Unido da União
Europeia.
É por demais evidente que
estamos perante uma inequívoca manobra política aproveitada pelo remanescente
dos europeístas britânicos que, sabendo da divisão existente no parlamento e
querendo relançar a discussão, não olharam a meios e deitaram a mão aos cães.
Apesar de entendermos que a saída do Reino Unido da UE não é bom para os
interesses europeus e muito menos para os britânicos, manifestações destas só
servem para banalizar um assunto tão sério e não serão elas que obrigarão ao
REMAINER que sugerem, muito embora despertem um forte apelo emocional.
Ainda que este WOOFERENDUM
tenha tido como objectivo principal destacar o receio da escassez de
veterinários e medicamentos para os animais de estimação, porque 90% dos
veterinários a trabalhar no Reino Unido provêm da UE e o seu eventual
desaparecimento comprometeria o bem-estar animal, percebe-se nitidamente que
este “referendo canino” tinha como objectivo, não o que adiantou, mas forçar
uma segunda votação sobre adesão à União Europeia, facto comprovado pelos
cartazes carregados pelos manifestantes, descaradamente anti-Brexit.
O verdadeiro objectivo
desta caminhada até ao parlamento, cujos organizadores esperavam uma maior
adesão por parte do público e de activistas, torna-se bastante claro quando se
lança para o ar que sair da Europa política prejudicará os cerca de 54 milhões
de animais de estimação existentes no Reino Unido. Se todos os britânicos
tivessem participado nesta caminhada com os seus animais de estimação, estou
certo que as ruas londrinas ainda se encheriam mais do que pela ocasião do
funeral da Princesa Diana, quando o Mayor de Londres se viu obrigado a pedir
barreiras de contenção emprestadas à França!
Para
a história fica um ordeiro acto cívico, uma manifestação de descontentamento contra
as actuais políticas do Governo presidido por THERESA MAY, uma mobilização
simultaneamente original e bem ao gosto britânico.
PS: Noutros lugares iluminar-se-iam
as ruas com pneus a arder, queimar-se-iam autocarros e ainda sobraria tempo
para se assaltar umas quantas lojas.
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