Os cães das polícias dos
Estados Unidos, que sempre ajudaram os seus homólogos humanos através dos seus
sentidos, estão agora a receber o seu próprio backup, a transportar câmeras de
vídeo ao vivo, dispositivos que carregam num colete e que transmitem imagens
para a tela de um manipulador, possivelmente colocada no seu pulso ou ao redor
do pescoço, avanço tecnológico que permite aos agentes policiais uma melhor
avaliação das situações antes de entrarem em acção. Estas chamadas “Câmeras K9”
começaram a ganhar força nos diversos departamentos policiais há 10 anos atrás,
depois do seu sucesso nas forças armadas norte-americanas. Shawn Gore, polícia
K-9 em Portland, Oregon, aludindo às vantagens desta nova tecnologia e
estratégia, descreve uma delas: “Se tivermos um encontro muito próximo com
pessoas armadas, isso não será bom para ninguém. Se podermos ganhar distância,
isso dar-nos-á muitas opções para negociar e reduzir a escalada”.
David Ferland, director
executivo da Canine Association, um programa de adestramento para cães
policiais, disse que os departamentos usam geralmente as câmeras quando os cães
saem na procura de suspeitos, pessoas desaparecidas ou explosivos, para a
segurança do cão e recolha de informações. Ferland não tem estatísticas, mas suspeita
que menos de 5% das forças policiais usam estas câmeras, atribuindo isso ao
facto de serem muito caras, já que o seu preço oscila entre os 6.000 e os 20.000
dólares, segundo adiantou. De acordo com a mesma fonte, algumas academias K-9
já estão a treinar cães com coletes e câmeras para que os animais se acostumem
com elas.
As forças da lei adquirem
geralmente estas câmeras através de doações ou do confisco do dinheiro
resultante da apreensão de drogas, que é exactamente o que sucede em Portland,
onde o Departamento de Polícia já usa 10 “Câmeras K9” desde 2012 e está em vias
de obter mais, custando-lhe cada uma cerca de 20.000 dólares. A Tactical
Electronics, que começou a fabricar câmeras K-9 em 2006, já vendeu entre 5.000
e 6.000 para as forças policiais e militares em todo o mundo, segundo adiantou Addie Ventris, director de
marketing da empresa. Em Wisconsin, o Departamento de Polícia de Muskego comprou
recentemente a sua primeira câmera para o seu cão Sirius, segundo fez
saber o agente K-9 Shawn Diedrich, que disse ainda: “Ser capaz de obter um
layout de uma área, seja na floresta, numa casa ou onde for, possibilitará aos
polícias entrar nesses ambientes com maior segurança”. Acontece na América, não
deixará de acontecer por cá.
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