Este Sábado foi bastante
profícuo em matéria laboral. Depois de ensaiarmos todos os detalhes
respeitantes a um salto binomial pretendido, preparámos os cães para não
dificultarem a vida aos seus condutores, ensinando-os a saltar sensivelmente a
mesma distância de banco em banco, trabalho preparatório que não tem registo
fotográfico porque o fotógrafo de serviço tinha as mãos nas algibeiras. Assim,
na foto acima podemos ver a Svetlana literalmente a voar com o Zeus sobre um
idílico riacho e na foto abaixo vemos o Paulo a seguir o seu exemplo na
companhia do Bohr.
Com o Black no quintal e a
não gostar de ser importunado, coube-me levar o Paco para o treino e, como cão
do “chefe”, não teve a vida facilitada, sendo sempre o primeiro a exemplificar
e a fazer os exercícios pretendidos, mostrando uma capacidade bem acima da
média atendendo ao pouco treino que tem (há por aqui quem diga que é muito
mal-empregado). Na foto seguinte vemo-lo a saltar um banco de jardim com
relativa facilidade.
Como se tornava imperativo
treinar passagens estreitas, porque tínhamos como objectivo pôr os cães a
evoluir sobre muros de alvenaria, aproveitámos um barrote de madeira com 10 cm
de largura para o efeito, onde para além da passagem, pedimos aos cães que se
sentassem e fizessem a inversão de marcha. Na foto seguinte podemos ver o Paulo
e o Bohr nesse trabalho.
Debaixo do mesmo trabalho
e sobre o mesmo barrote, podemos a ver a Svetlana a mandar o Zeus sentar-se,
tendo o cuidado de o equilibrar e de o ajudar no cumprimento da figura, que
atendendo à pouca base, não era fácil para um inexperiente cachorro fazer.
Passagens estreitas é com
o Paco, porque confia em quem o conduz, é concentrado e equilíbrio é coisa que
não lhe falta. Vale a pena observar o desembaraço deste cachorro CPA. O
desempenho do Paco chamou à atenção do Paulo Motrena que, quando fala, é
geralmente para se queixar que está mal da perna ou do joelho. Mas desta vez
inovou e disse acertadamente. Cães pretos!
Na foto seguinte, de rara
beleza mas falha de plano, porque mostra o óbvio e não a dificuldade do
exercício, vemos os 3 cães em classe sentados sobre obstáculos de musculação
humana sem o acompanhamento dos seus condutores e debaixo do comando de “quieto”,
o que equivale a dizer que fizeram este comando sobre uma superfície instável,
apesar da serenidade que emanam.
Depois disso evoluímos para
o topo dos muros, fazendo primeiro os mais largos e planos, para depois evoluir
para os mais estreitos e redondos. Na foto seguinte podemos ver a classe a
evoluir sobre um muro baixo, plano e largo como introdução, deslocando-se na
frente da classe escolar o binómio constituído pelo treinador e pelo Paco.
Como nesta escola os cães
só vão ao colo dos donos debaixo de necessidade extrema, quer sejam grandes ou
pequenos, todos têm que aprender a subir rampas íngremes para melhor acompanharem
os seus condutores. Na foto seguinte é possível ver a Svetlana a ensinar o Zeus
a subir uma escora de muro para chegar ao seu topo, trabalho que executaram sem
dificuldade.
E como subir implica em
descer e para baixo nem “todos os santos ajudam”, quando não há outra
alternativa, somos obrigados a ensinar os cães a descer em segurança, para que
não venham a estatelar-se no chão, despropósito geralmente acompanhado por uma
ou mais lesões. Assim, os cães deverão escorregar pelas paredes enquanto tal
seja possível, para diminuir a distância que os separa do solo e o impacto. Na
foto seguinte podemos ver o Paco a fazê-lo exemplarmente.
Com os cães a subir e a
descer naturalmente, optámos depois por convidá-los a caminhar sobre um muro
alto, redondo e estreito, primeiro isoladamente e depois em grupo. A foto
abaixo desnuda o alcance desta meta. Os condutores viram-se obrigados a travar
os cães, porque a confiança dos animais era tanta que queriam executar o
trabalho a galope.
Alguns dos nossos leitores
perguntarão o porquê deste trabalho e digamos que estão no seu direito. Uma
aula assim aponta para um quíntuplo objectivo, a saber: 1º _ Robustecimento da
liderança; 2º _ Superior preparo dos
condutores; 3º _ Aumento da versatilidade
canina para fins julgados úteis; 4º _ Maior confiança nos condutores por parte
dos cães e 5º _ Potenciação da cumplicidade binomial.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: João/Paco; Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. A reportagem
fotográfica esteve a cargo do suspeito do costume e ainda demos algumas dicas sobre
adestramento a quem connosco se cruzou, gente tão boa que não se importa de
fazer dos seus cães deuses, ainda que eles se venham a revelar déspotas e tiranos.
Neste momento os cães
encontram-se a dormir e a relaxar do trabalho matinal. Quanto ao Paco, a dormir
encostado à porta de entrada, comeu um reforço de 3 kg e deve estar a sonhar
com as planícies verdejantes que sempre invadem os sonhos dos cães felizes. Bom
fim-de-semana!
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