A autonomia canina é tirada
numa primeira fase aos animais pelo exercício da liderança e depois devolvida
quando o adestramento for dado por concluído, na transição do instinto para o
condicionamento graças ao ensino ministrado, ensino esse que também garante a transformação
das respostas naturais em fim útil. Assim sucede na obediência e na guarda,
disciplinas que não podem ser dissociadas pela necessidade de controlo absoluto
sobre os cães. Se numa primeira fase não consentimos que os cães se empinem
sobre os donos, por razões ligadas ao estabelecimento da liderança e da
hierarquia, mais tarde, quando chegar o momento certo, tal deverá ser permitido
e até incentivado para que os animais ganhem maior confiança e atinjam outro status,
o que lhes permitirá não vacilar diante de qualquer ser humano invasor (aramado
ou não) e de intenções duvidosas. Esta transição da subordinação para a
paridade, ganha força quando se permite a um cão colocar as patas sobre os ombros
do dono, como que a dizer-lhe: “posso confiar em ti, tu e eu somos iguais”.
Quando
não se alcança a subordinação requerida e anterior à desejada relação de
paridade, os donos dos cães têm dificuldades em controlá-los e expõem-nos a sem
número de perigos, porque os animais arrancam por si próprios mesmo quando ao
lado dos seus donos e mestres, o que causa graves dificuldades ao travamento
desejado, dificuldades que têm, indevidamente, levado muitos ao uso da coleira
de choques eléctricos, que outra coisa não é do que uma manifestação de
despreparo, impotência e crueldade. Se eu elevar um cachorro preso por um
churro ao nível da minha cara e nisso persistir quando a sua obediência é ainda
ténue, estou a promovê-lo precocemente para a desobediência e para o seu
ensurdecimento, o que para além de causar delongas no “larga”, pode ainda ter
como consequência a cegueira absoluta, aquela que pode não poupar a pessoa do
próprio dono. Não é esse o caso da MAGGIE (presente nas duas fotos anteriores),
porque a sua subordinação, depois de alcançada, deu lugar à relação de paridade
desejada, estando às suas novas acções neste momento a ser codificadas – “canem habemus”.
PS: WHITE POWER é a
alcunha escolar desta amistosa e dedicada Bull Terrier.
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