Nunca houve tantos cães a
sofrer do TRANSTORNO DE
ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO como agora. Grande parte dos animais
afectados fica a dever esse transtorno ao comportamento dos seus donos na hora
de deixá-los e reencontrá-los em casa, agravando assim os malefícios do seu
isolamento forçado. O entrar e sair de casa dos donos deverá constituir-se num
acto natural a assimilar pelos cães, uma rotina do seu quotidiano que não lhes
cause transtorno e nunca num drama chorado e insolucionável, como tantas e
tantas vezes acontece. Nestas situações, exige-se equilíbrio emocional por
parte dos donos para evitar o desequilíbrio dos animais, que uma vez instalado
fará com que ladrem desalmadamente e enveredem por um sem número de disparates,
causando graves prejuízos domésticos e sérios incómodos para os vizinhos,
enquanto os seus donos estão fora.
Para que tal não suceda,
importa não exaltar ou destacar os momentos de entrada e saída dos donos, mas
banalizá-los através de repetição e por períodos de tempo cada vez maiores,
treino infalível para evitar a ocorrência do problema e também para o combater.
Gente que se despede ordinariamente dos seus cães como se fosse para terras
distantes e não tivesse a certeza de voltar ou que ao entrar em casa abraça-os
com tal efusão como se houvesse passado da morte para a vida e já os julgasse
irremediavelmente perdidos, sempre acabará por desnortear os animais e
causar-lhes ansiedade, condições mais do que suficientes para a eclosão deste
problema comportamental. Sair de casa deverá ser um “até já!” e entrar nela um
“já estou de volta!”. Para facilitar as coisas, porque a esmagadora maioria dos
cães assim transtornados sai pouco à rua e não foi objecto de algum treino em
particular, a saída dos donos poderá associar-se inicialmente a algum tipo de
recompensa capaz de a fazer esquecer, ao ponto de chegar a ser
desejada. A coabitação com cães, visando o seu bem-estar, não dispensa o uso da
razão e a consequente temperança dos donos.
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