Na composição fotográfica
acima podemos ver o certo e o errado no que concerne às ajudas a dar a um cão
atrelado na transposição de um salto vertical. Na transposição da esquerda é
visível o adiantamento do condutor em relação ao cão, adiantamento que
facilitará o esforço do animal, ao indicar-lhe a convexidade, a extensão e a
saída em segurança daquele obstáculo. Para além disto, o adiantamento do
condutor transmite ânimo ao cão e leva-o a aceitar com naturalidade o
exercício, o que é de extrema importância quando queremos que um cão médio
salte verticais de 120 cm de altura e uma extensão de 375cm planos. Na
transposição da direita o condutor encontra-se paralelo ao cão, como se tivesse
sido surpreendido pelo arranque do animal ou “não tivesse pernas para o
acompanhar”. Quando assim se procede, na saída do obstáculo, o cão tende a bater-lhe
com os pés por culpa do atraso do seu condutor, que o obrigará a um salto
desequilibrado e demasiado esforçado (pendurado) sobre as mãos, o que a seu
tempo será responsável por várias lesões, uma vez que o animal “salta com o
dono às costas” e este indevidamente funciona como uma âncora.
Na foto acima podemos ver
a Svetlana a cometer um erro bastante usual na ginástica cinotécnica, aquele
que leva o condutor a erguer demasiado os braços para garantir o salto em
extensão do cão, ao invés de se adiantar para lhe facilitar a transposição, o
que normalmente leva os animais a empoleirar-se sobre os obstáculos, ou a fazer
desconchavados saltos verticais. Incorrem naturalmente neste erro as pessoas em
má forma física e as carentes de arranque rápido. No intuito de proteger a
integridade física dos cães, quando nas mãos de condutores com estas
insuficiências, melhor será deixar um cão na posição de “quieto”, enquanto o
dono se adianta no comprimento total da trela, partindo depois ambos em
simultâneo e sem causar atropelos ao desempenho do animal. De qualquer modo, o
dono sempre será obrigado a correr.
A prática da ginástica
cinotécnica, quando respeitados os seus princípios técnicos, tende a dotar os
binómios de maior disponibilidade física e psicológica, poder de arranque e
resistência, factores que somados levam à melhoria dos seus ritmos vitais. E
quando assim é, adeus fones, odor do suor alheio, chiar dos ténis e paredes dos
ginásios. Viva a vida e saia para o ar livre, leve o seu cão consigo e faça
exercício com ele, verá que vale a pena!
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