sexta-feira, 5 de outubro de 2018

NOVA ZELÂNDIA: USO DE COLEIRAS ELÉCTRICAS EM CÃES

O DEPARTAMENTO DE CONSERVAÇÃO neozelandês (DOC), que tem como função a CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO NATURAL E HISTÓRICO DA NOVA ZELÂNDIA, está a ministrar um curso de adestramento especial que visa impedir os cães locais de caçar ou correr atrás das aves nativas, valendo-se para isso de coleiras de choques eléctricos, acessórios cuja proibição aumenta à escala global por atentarem contra o bem-estar animal.
Este curso tem vindo a decorrer em HOKITIKA, Município na Região da Costa Oeste da Ilha Sul da Nova Zelândia, onde o DOC diz haver colónias significativas do pequeno PINGUIM AZUL (Eudyptula minor) que vivem na praia e de WEKA (Gallirallus australis) ao redor da cidade.
O PINGUIM-AZUL ou pinguim-fada (na foto seguinte)é a menor espécie pinguim do mundo, com cerca de 40 cm de comprimento. Esta espécie nidifica nas costas Sul da Austrália, Tasmânia, Nova Zelândia e Ilhas Chatham. O seu nome científico é Eudyptula minor, mede de 30 a 33 cm de altura (em adulto), tem 6 anos de expectativa de vida, pesa 1,5 kg em adulto, tem de comprimento 43 cm quando adulto e põe de 1 a 3 ovos.
A Gallirallus australis, vulgarmente conhecida como WEKA (na foto seguinte), é uma espécie de ave terrestre da família dos ralídeos (Rallidae) endêmica da Nova Zelândia, onde patenteia quatro subespécies. Pesa 900 g no estado adulto e o seu estado de conservação é considerado vulnerável e decrescente.
FIONA ANDERSON, guarda-florestal sénior do DOC, diz que os cães têm sido predadores significativos destas aves, que um cão pode acabar com uma colónia inteira e o que forte cheiro de pinguins pode tornar-se irresistível para seus sensíveis narizes.
Carcaças descongeladas de weka e de pinguins, assim como gravações dos seus chamamentos, têm sido usadas como parte do curso, que está a ser executado por um “treinador de aversão canina qualificado”. Os cães usam coleiras eléctricas, mas só aqueles que continuarem a mostrar algum interesse significativo nas aves, depois de terem sido treinados para não o fazer, receberão um leve choque. A mesma Sr.ª Anderson disse que todos os tipos de cães participam do curso, desde os cães de colo até aos de cães de caça e que o resultado tem sido incrível.
Resta dizer que a aversão canina às aves foi célere, que o feedback dos proprietários dos cães que frequentaram o curso foi bom, que o curso será repetido um ano depois, que o interesse foi grande e que vão haver mais cursos semelhantes por todo o país. Finalmente arranjou-se um fim útil para as coleiras eléctricas - salvar espécies em vias de extinção, porque no treino canino convencional nunca fizeram e não fazem falta nenhuma!

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