O
DEPARTAMENTO DE CONSERVAÇÃO neozelandês (DOC),
que tem como função a CONSERVAÇÃO
DO PATRIMÓNIO NATURAL E HISTÓRICO DA NOVA ZELÂNDIA,
está a ministrar um curso de adestramento especial que visa impedir os cães
locais de caçar ou correr atrás das aves nativas, valendo-se para isso de
coleiras de choques eléctricos, acessórios cuja proibição aumenta à escala
global por atentarem contra o bem-estar animal.
Este curso tem vindo a
decorrer em HOKITIKA,
Município na Região da Costa Oeste da Ilha Sul da Nova Zelândia, onde o DOC diz
haver colónias significativas do pequeno PINGUIM
AZUL
(Eudyptula minor) que vivem na praia e de WEKA
(Gallirallus australis) ao redor da cidade.
O PINGUIM-AZUL
ou pinguim-fada (na foto seguinte)é a menor espécie pinguim do mundo, com cerca
de 40 cm de comprimento. Esta espécie nidifica nas costas Sul da Austrália,
Tasmânia, Nova Zelândia e Ilhas Chatham. O seu nome científico é Eudyptula
minor, mede de 30 a 33 cm de altura (em adulto), tem 6 anos de expectativa de vida,
pesa 1,5 kg em adulto, tem de comprimento 43 cm quando adulto e põe de 1 a 3
ovos.
A Gallirallus australis, vulgarmente
conhecida como WEKA
(na foto seguinte), é uma espécie de ave terrestre da família dos ralídeos
(Rallidae) endêmica da Nova Zelândia, onde patenteia quatro subespécies. Pesa
900 g no estado adulto e o seu estado de conservação é considerado vulnerável e
decrescente.
FIONA
ANDERSON, guarda-florestal sénior do DOC, diz que os cães têm
sido predadores significativos destas aves, que um cão pode acabar com uma
colónia inteira e o que forte cheiro de pinguins pode tornar-se irresistível
para seus sensíveis narizes.
Carcaças descongeladas de
weka e de pinguins, assim como gravações dos seus chamamentos, têm sido usadas
como parte do curso, que está a ser executado por um “treinador de aversão
canina qualificado”. Os cães usam coleiras eléctricas, mas só aqueles que continuarem a mostrar algum
interesse significativo nas aves, depois de terem sido treinados para não o fazer,
receberão um leve choque. A mesma Sr.ª Anderson disse que todos os tipos de
cães participam do curso, desde os cães de colo até aos de cães de caça e que o
resultado tem sido incrível.
Resta dizer que a aversão canina
às aves foi célere, que o feedback dos proprietários dos cães que frequentaram
o curso foi bom, que o curso será repetido um ano depois, que o interesse foi
grande e que vão haver mais cursos semelhantes por todo o país. Finalmente
arranjou-se um fim útil para as coleiras eléctricas - salvar espécies em vias
de extinção, porque no treino canino convencional nunca fizeram e não fazem
falta nenhuma!
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