RAY
PRENTICE, Director de Defesa do Cliente da ALASKA AIRLINES, que
já leva 30 anos ao serviço desta companhia aérea, nunca ouviu falar de cavalos
miniatura a bordo dos seus voos, mas com a nova política que a que a companhia
adoptou a semana passada, deixou essa possibilidade em aberto, juntando cavalos
miniaturas a cães e gatos enquanto animais treinados e de serviço para ajudar
alguém com deficiência. Para além destes animais, nenhum outro é aceite como tal
e pode ser transportado ao lado dos passageiros da Alaska Airlines.
Apesar do uso de cavalos
miniatura como animais de serviço ser pouco frequente, algumas pessoas podem
preferi-los a outros animais, porque são robustos, têm uma vida útil mais
longa, podem ajudar pessoas com problemas de mobilidade e são conhecidos por
guiar invisuais. A opção pelos cavalos pode também obedecer a alguma objecção
religiosa relativa ao uso dos cães. ERIC
LIPP,
Director Executivo da OPEN
DOORS ORGANIZATION, organização sem fins lucrativos que apoia
deficientes em viagem, adiantou: “Só posso citar três pessoas que conheço nos
Estados Unidos que os usam e eles podem executar funções como levantar,
carregar, puxar e empurrar. Um cavalo miniatura, tal como o cão, vai buscar o
que o dono lhe pedir e vai guiá-lo se necessário.
Ao nomear os animais
permitidos a bordo e, por extensão, proibindo os restantes, a Alaska Airlines
está a tentar diminuir o aumento dos relatos sobre mau comportamento animal no
transporte aéreo, já que os noticiários têm vindo a destacar casos aberrantes e
abusivos, como o sucedido em Janeiro, quando uma mulher tentou sem sucesso embarcar
um pavão no NEWARK
LIBERTY INTERNATIONAL AIRPORT, dizendo que se tratava
do seu animal de apoio emocional. Também em Junho, um pretenso cão de apoio
atacou um passageiro num voo da DELTA
AIRLINES em ATLANTA,
mordendo-o no rosto várias vezes. Defensores das pessoas com deficiência,
companhias aéreas e agentes reguladores não têm dúvidas: alguns passageiros
estão a defraudar as regras, a levar para os aviões animais de estimação e
outros sob o pretexto de necessidade.
Para o homem da Open Doors
Organization, Eric Lipp, as pessoas estavam a abusar e faziam-no porque os
animais de apoio podem voar de graça, enquanto os de estimação são taxados.
Para se entender o montante da intrujice há que atentar para os números
divulgados pelo grupo industrial AIRLINES
FOR AMERICA, que diz que o número de animais de apoio
emocional subiu de 481.000 em 2016 para 751.000 em 2017 (o grupo não tinha dados
sobre a prevalência de cavalos em miniatura especificamente). Para além da
Alaska Airlines, também a SOUTHWEST
AIRLINES e a UNITED
AIRLINES aceitam os cavalos miniatura como animais de serviço,
sendo que a última também admite macacos e aves.
A Alaska Airlines, através
de comunicado, informou que a sua nova política visa proteger a saúde e
segurança de passageiros e tripulantes, mantendo assim voos ordeiros e seguros.
A mesma política define o que a companhia entende por animais de apoio
emocional, estipula que os passageiros só podem viajar somente com um animal
dessa categoria e eu ao únicos animais permitidos são cães e gatos. Na sua
definição de animais de apoio emocional, porque considerá-los como aptos para o
auxílio de deficiências relacionadas com a saúde mental e que não são treinados
para outras tarefas específicas, acabou por abrir as portas aos cavalos
miniatura.
Devido aos abusos e aos
crescentes relatos de mau comportamento, os reguladores viram-se obrigados a
reavaliar que animais, incluindo os de serviço e de apoio emocional, podem
acompanhar os passageiros com deficiência nos voos. A partir de Julho deste
ano, o TRANSPORTATION
DEPARTMENT (Departamento de Transporte) recebeu mais de 4.000
comentários sobre o assunto, que estão a ser avaliados antes que as novas
regras entrem em vigor. Actualmente, as companhias aéreas estão autorizadas a
recusar animais de serviço com base no tamanho do animal e preocupações com a
segurança dos outros passageiros, entre outras limitações. Segundo a agência
atrás citada, os cavalos miniatura deverão ser avaliados "caso a
caso" (há-os de vários tamanhos).
Alguns acham que os cavalos
miniatura não deveriam ser permitidos em aviões. Airlines for America e outros
dois grupos industriais, a REGIONAL
AIRLINE ASSOCIATION e a INTERNATIONAL AIRLINE AIR TRANSPORT ASSOCIATION,
disseram ao Departamento de Transporte em Julho que os cavalos miniatura “são
muito grandes e pesados, com um nível menor de flexibilidade física, para serem
adequadamente alojados em caixas de transporte. Também MELISSA POWELL, editora
da revista da AMERICAN
MINIATURE HORSE ASSOCIATION /
MINIATURE HORSE WORLD, observou que estes animais preferem estar
em manada, ao ar livre e que não são como os cães, pelo que passar horas num
avião lotado não será o ideal para eles (será que vão mais cómodos dentro de um
atrelado numa viagem longa pela estrada fora? Eu julgo que não!).
Certo é que os cavalos em
miniatura vieram para ficar, são versáteis, fiáveis, dedicados e podem guiar
invisuais em segurança, a mesma que poderão encontrar em cães treinados para o
mesmo efeito. Qualquer dia, quando menos se esperar, num voo para qualquer
parte, ainda vamos ter como companheiro de viagem um inesperado cavalinho em
miniatura. Como tudo o que é novidade, hoje poderá parecer estranho, mas amanhã
não o será.
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