quarta-feira, 10 de outubro de 2018

PARA A ALASKA AIRLINES SÓ SÃO 3!

RAY PRENTICE, Director de Defesa do Cliente da ALASKA AIRLINES, que já leva 30 anos ao serviço desta companhia aérea, nunca ouviu falar de cavalos miniatura a bordo dos seus voos, mas com a nova política que a que a companhia adoptou a semana passada, deixou essa possibilidade em aberto, juntando cavalos miniaturas a cães e gatos enquanto animais treinados e de serviço para ajudar alguém com deficiência. Para além destes animais, nenhum outro é aceite como tal e pode ser transportado ao lado dos passageiros da Alaska Airlines.
Apesar do uso de cavalos miniatura como animais de serviço ser pouco frequente, algumas pessoas podem preferi-los a outros animais, porque são robustos, têm uma vida útil mais longa, podem ajudar pessoas com problemas de mobilidade e são conhecidos por guiar invisuais. A opção pelos cavalos pode também obedecer a alguma objecção religiosa relativa ao uso dos cães. ERIC LIPP, Director Executivo da OPEN DOORS ORGANIZATION, organização sem fins lucrativos que apoia deficientes em viagem, adiantou: “Só posso citar três pessoas que conheço nos Estados Unidos que os usam e eles podem executar funções como levantar, carregar, puxar e empurrar. Um cavalo miniatura, tal como o cão, vai buscar o que o dono lhe pedir e vai guiá-lo se necessário.
Ao nomear os animais permitidos a bordo e, por extensão, proibindo os restantes, a Alaska Airlines está a tentar diminuir o aumento dos relatos sobre mau comportamento animal no transporte aéreo, já que os noticiários têm vindo a destacar casos aberrantes e abusivos, como o sucedido em Janeiro, quando uma mulher tentou sem sucesso embarcar um pavão no NEWARK LIBERTY INTERNATIONAL AIRPORT, dizendo que se tratava do seu animal de apoio emocional. Também em Junho, um pretenso cão de apoio atacou um passageiro num voo da DELTA AIRLINES em ATLANTA, mordendo-o no rosto várias vezes. Defensores das pessoas com deficiência, companhias aéreas e agentes reguladores não têm dúvidas: alguns passageiros estão a defraudar as regras, a levar para os aviões animais de estimação e outros sob o pretexto de necessidade.
Para o homem da Open Doors Organization, Eric Lipp, as pessoas estavam a abusar e faziam-no porque os animais de apoio podem voar de graça, enquanto os de estimação são taxados. Para se entender o montante da intrujice há que atentar para os números divulgados pelo grupo industrial AIRLINES FOR AMERICA, que diz que o número de animais de apoio emocional subiu de 481.000 em 2016 para 751.000 em 2017 (o grupo não tinha dados sobre a prevalência de cavalos em miniatura especificamente). Para além da Alaska Airlines, também a SOUTHWEST AIRLINES e a UNITED AIRLINES aceitam os cavalos miniatura como animais de serviço, sendo que a última também admite macacos e aves.
A Alaska Airlines, através de comunicado, informou que a sua nova política visa proteger a saúde e segurança de passageiros e tripulantes, mantendo assim voos ordeiros e seguros. A mesma política define o que a companhia entende por animais de apoio emocional, estipula que os passageiros só podem viajar somente com um animal dessa categoria e eu ao únicos animais permitidos são cães e gatos. Na sua definição de animais de apoio emocional, porque considerá-los como aptos para o auxílio de deficiências relacionadas com a saúde mental e que não são treinados para outras tarefas específicas, acabou por abrir as portas aos cavalos miniatura.
Devido aos abusos e aos crescentes relatos de mau comportamento, os reguladores viram-se obrigados a reavaliar que animais, incluindo os de serviço e de apoio emocional, podem acompanhar os passageiros com deficiência nos voos. A partir de Julho deste ano, o TRANSPORTATION DEPARTMENT (Departamento de Transporte) recebeu mais de 4.000 comentários sobre o assunto, que estão a ser avaliados antes que as novas regras entrem em vigor. Actualmente, as companhias aéreas estão autorizadas a recusar animais de serviço com base no tamanho do animal e preocupações com a segurança dos outros passageiros, entre outras limitações. Segundo a agência atrás citada, os cavalos miniatura deverão ser avaliados "caso a caso" (há-os de vários tamanhos).
Alguns acham que os cavalos miniatura não deveriam ser permitidos em aviões. Airlines for America e outros dois grupos industriais, a REGIONAL AIRLINE ASSOCIATION e a INTERNATIONAL AIRLINE AIR TRANSPORT ASSOCIATION, disseram ao Departamento de Transporte em Julho que os cavalos miniatura “são muito grandes e pesados, com um nível menor de flexibilidade física, para serem adequadamente alojados em caixas de transporte. Também MELISSA POWELL, editora da revista da AMERICAN MINIATURE HORSE ASSOCIATION / MINIATURE HORSE WORLD, observou que estes animais preferem estar em manada, ao ar livre e que não são como os cães, pelo que passar horas num avião lotado não será o ideal para eles (será que vão mais cómodos dentro de um atrelado numa viagem longa pela estrada fora? Eu julgo que não!).
Certo é que os cavalos em miniatura vieram para ficar, são versáteis, fiáveis, dedicados e podem guiar invisuais em segurança, a mesma que poderão encontrar em cães treinados para o mesmo efeito. Qualquer dia, quando menos se esperar, num voo para qualquer parte, ainda vamos ter como companheiro de viagem um inesperado cavalinho em miniatura. Como tudo o que é novidade, hoje poderá parecer estranho, mas amanhã não o será.

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