segunda-feira, 8 de agosto de 2016

SÓ OS MAIS FORTES SOBREVIVEM E SÃO CAPAZES DE PRODUZIR UMA NOVA GERAÇÃO (PROPAGAR-SE)

O título que introduz este texto é uma lição da selecção natural que parece ter sido esquecida pelos canicultores modernos e quem tem resultado na produção de cães mais fracos e doentes, mais carentes do auxílio humano e com menor capacidade de adaptação. Como não estamos a tratar de animais selvagens mas de domésticos e dependentes, sabemos que as raças caninas do futuro serão as mais saudáveis, melhor adaptadas e mais aptas. Em vão têm-se produzido cães esteticamente perfeitos mas de precário suporte psicológico, como se mais interessasse o embrulho que o conteúdo e a saúde dos animais fosse um item desprezível. Em paralelo continuam a ser produzidos cães que rasam a aberração, imprestáveis e com a morte à porta (anunciada).
É evidente que o propósito inicial dos criadores das raças de trabalho não era esse, mas os seus seguidores, ao desprezarem o seu parecer e ao optarem por outros critérios, onde a estética se tornou rainha, acabaram por condenar as raças que lhe foram confiadas. Cite-se como exemplo o Cão de Pastor Alemão, hoje uma ténue imagem do que foi e que finalmente está a ser objecto de algum reparo, reparação tardia que lembra a triste política de “casa roubada, trancas à porta”.
E como falar de cães é também falar dos homens que os acompanham e tendo como consideração que só os mais fortes sobrevivem, todos os países sujeitos aos horrores das guerras económicas, como é o caso do nosso, caso não se livrem da austeridade, acabarão por desaparecer, porque ver-se-ão condenados a uma baixa taxa de natalidade e a longo prazo ao genocídio. Que grande responsabilidade têm os homens do presente quanto ao futuro! Os homens sujeitaram os cães ao mesmo calvário e ambos parecem votados à mesma sorte, pois não há dignidade na morte quando a vida é o melhor dos bens. Assim como esperamos dos políticos solução, não destes mas doutros que virão, os cães esperam que os seus criadores consigam transportá-los para o futuro, tarefa hercúlea que terão de abraçar, obrigados a retroceder para poderem avançar.  

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