Ninguém no seu perfeito
juízo pode deixar de condenar o sucedido com os cães no Cerco de Estalinegrado,
altura em que foram usados como armas anti-tanque, quando carregando explosivos
faziam explodir os Panzers alemães. O prejuízo que causaram com a sua morte
acabou por ser também decisivo para o desfecho daquele conflito. Enquanto durou
e logo pela manhã, correndo atrás do prejuízo, atiradores alemães abatiam todo
e qualquer cão que avistassem.
Hoje usam-se drones para
esse efeito e os cães de guerra actuais são maioritariamente usados para a
detecção de explosivos e não para carregá-los, alteração que não mudou a sua malfadada
sorte, porque o primeiro tiro em direcção a um binómio é para o cão.
Não se sabe ao certo
quantos cães de guerra foram feridos ou morreram na Invasão do Iraque, na
Guerra do Afeganistão e noutros conflitos, mas sabe-se que grande número deles
acabou por ser abatido depois de haver sobrevivido às guerras para onde foram
levados, o que não pode deixar ninguém indiferente e que deverá também ser objecto
de profunda reprovação.
Agradar-se-ão os cães de
memoriais ou preferirão viver? Já não será tempo de acabarmos com as guerras e
de deixarmos os cães em paz? Verdade seja dita: a política relativa aos animais
continua a ser hipócrita, como hipócrita é aquele que badala a paz e pensa em
guerra. Se os homens aprendem com os seus erros, porque persistem em
repeti-los? Enquanto não nos virmos como iguais, os cães não deixarão de pagar
pela nossa cegueira.
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