Que ninguém duvide: os
cães que têm donos previdentes sofrem menos acidentes, têm melhor qualidade de
vida e vivem mais anos. Quando as férias chegam e convidam a evasão, alguns
proprietários caninos tomados dessa exaltação e sentimento de liberdade, também
extasiados pelo contacto com a natureza, têm por hábito lançar varas para os
seus cães irem-nas buscar, procedimento que pode pôr em perigo a saúde e a vida
dos seus companheiros, brincadeira inocente que amiúde tem sérios reflexos e
que pode induzir a sem número de vícios e menos valias. Se há que arremessar
algo para fortalecer a cumplicidade entre donos e cães, melhor será adquirir
utensílios próprios para o efeito (bolas, discos, brinquedos, churros, frisbies, etc.),
desde que previamente se reconheça o local a percorrer pelos cães, que deve ser
isento de riscos para os animais.
Apesar de poucos se
lembrarem disso, tanto o arremesso de uma vara verde como o de uma seca podem
causar sérias lesões nos cães e, na ausência de pronta assistência, tal
projecção pode ser-lhes fatal pela ignorância dos seus donos. Grande parte dos
arbustos que temos na nossa flora são tóxicos e as suas toxinas são particularmente
nocivas para os cães (ler a este respeito o artigo “JARDINS
PROIBIDOS”, editado neste blogue em 21/11/2014), o que torna o
lançamento de varas verdes particularmente perigoso para eles. Para além disso,
o hábito de pô-los a perseguir e mordiscar varas dessas pode ser um pressuposto
seguro para a destruição daqueles que têm e querem conservar os seus jardins.
O arremesso de varas secas,
que encontramos por toda a parte, pode também constituir-se num sério risco
para a saúde dos animais, porque se estilhaçam na sua boca e caso sejam duras
podem ficar cravadas no intervalo dos seus dentes, perfurar-lhes a língua e o céu-da-boca
ou alojarem-se na sua garganta, criando-lhes infecções e impedindo-os de se
alimentarem correctamente, tragédia que se repete ano após ano na época estival
e que acaba por endossá-los para os bons ofícios dos clínicos. Acresce ainda o
facto dos insectos nidificarem ou permanecerem nestas varas em diferentes
estados metamórficos, sendo alguns deles responsáveis por alergias indutoras a
choques anafiláticos que podem levá-los à morte.
A nosso ver e pela nossa
experiência, considerando a importância pedagógica dos diferentes brinquedos e
a utilidade do cão em trazer à mão aquilo que lhe é jogado, de suma importância
para que encontre amanhã aquilo que involuntariamente perdemos ou para que venha a transportar algo que nos faz falta, o brinquedo a
arremessar deverá ser sempre o mesmo, peculiar e diferente dos demais,
desconhecido do gosto corriqueiro e dos olhares alheios, para que não se
constitua em manobra de distracção para os cães guardiões ou instigue os cães a
roubar outros iguais, o que geralmente tem como consequência a luta pela sua
posse.
Reputados adestradores do
passado (é impossível citá-los todos), conhecedores desta problemática, tinham
por hábito fabricar os seus próprios sticks de arremesso, procedimento que
aconselhamos para os actuais proprietários caninos. Quanto às varas já sabe:
nem verdes nem secas!
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