segunda-feira, 15 de agosto de 2016

NÃO LANCE VARAS PARA O SEU CÃO IR BUSCAR

Que ninguém duvide: os cães que têm donos previdentes sofrem menos acidentes, têm melhor qualidade de vida e vivem mais anos. Quando as férias chegam e convidam a evasão, alguns proprietários caninos tomados dessa exaltação e sentimento de liberdade, também extasiados pelo contacto com a natureza, têm por hábito lançar varas para os seus cães irem-nas buscar, procedimento que pode pôr em perigo a saúde e a vida dos seus companheiros, brincadeira inocente que amiúde tem sérios reflexos e que pode induzir a sem número de vícios e menos valias. Se há que arremessar algo para fortalecer a cumplicidade entre donos e cães, melhor será adquirir utensílios próprios para o efeito (bolas, discos, brinquedos, churros, frisbies, etc.), desde que previamente se reconheça o local a percorrer pelos cães, que deve ser isento de riscos para os animais.
Apesar de poucos se lembrarem disso, tanto o arremesso de uma vara verde como o de uma seca podem causar sérias lesões nos cães e, na ausência de pronta assistência, tal projecção pode ser-lhes fatal pela ignorância dos seus donos. Grande parte dos arbustos que temos na nossa flora são tóxicos e as suas toxinas são particularmente nocivas para os cães (ler a este respeito o artigo “JARDINS PROIBIDOS”, editado neste blogue em 21/11/2014), o que torna o lançamento de varas verdes particularmente perigoso para eles. Para além disso, o hábito de pô-los a perseguir e mordiscar varas dessas pode ser um pressuposto seguro para a destruição daqueles que têm e querem conservar os seus jardins.
O arremesso de varas secas, que encontramos por toda a parte, pode também constituir-se num sério risco para a saúde dos animais, porque se estilhaçam na sua boca e caso sejam duras podem ficar cravadas no intervalo dos seus dentes, perfurar-lhes a língua e o céu-da-boca ou alojarem-se na sua garganta, criando-lhes infecções e impedindo-os de se alimentarem correctamente, tragédia que se repete ano após ano na época estival e que acaba por endossá-los para os bons ofícios dos clínicos. Acresce ainda o facto dos insectos nidificarem ou permanecerem nestas varas em diferentes estados metamórficos, sendo alguns deles responsáveis por alergias indutoras a choques anafiláticos que podem levá-los à morte.
A nosso ver e pela nossa experiência, considerando a importância pedagógica dos diferentes brinquedos e a utilidade do cão em trazer à mão aquilo que lhe é jogado, de suma importância para que encontre amanhã aquilo que involuntariamente perdemos ou para que venha a transportar algo que nos faz falta, o brinquedo a arremessar deverá ser sempre o mesmo, peculiar e diferente dos demais, desconhecido do gosto corriqueiro e dos olhares alheios, para que não se constitua em manobra de distracção para os cães guardiões ou instigue os cães a roubar outros iguais, o que geralmente tem como consequência a luta pela sua posse.
Reputados adestradores do passado (é impossível citá-los todos), conhecedores desta problemática, tinham por hábito fabricar os seus próprios sticks de arremesso, procedimento que aconselhamos para os actuais proprietários caninos. Quanto às varas já sabe: nem verdes nem secas!

Sem comentários:

Enviar um comentário