sexta-feira, 12 de agosto de 2016

NÓS POR CÁ: PORTUGAL A ARDER!

Os nossos políticos ainda não compreenderam que o País não é só praias, como ainda não conseguiram arranjar solução para as assimetrias económicas e demográficas entre o litoral e o interior, encontrando-se este quase deserto e esquecido como se tivéssemos território a mais, parte geográfica de Portugal onde reside e resiste o que resta das nossas florestas, agora fustigadas pelo fogo e entregues ao infortúnio de bandidos, interesses e desinteresses. Ouve-se por todo o lado a seguinte sentença: “aquele que larga o fogo devia ser deitado lá dentro para arder junto”, como se a morte de meia-dúzia de alienados resolvesse o problema e a prevenção dos incêndios fosse impossível. O problema é estrutural, exige um reordenamento florestal capaz, medidas de prevenção adequadas, mais pessoal devidamente disponível, preparado e apetrechado, assim como meios mais prontos e eficazes no combate aos incêndios. Para além do excelente lençol freático que temos, que faz inveja a muitos, a nossa floresta é outro bem precioso que somos obrigados a conservar, porque doutro modo o deserto avançará impiedoso sobre nós, como já está a suceder e acabará por levar-nos a água que não podemos dispensar.
A classe política que governa o mundo em que vivemos parece arredada dos graves problemas que afectam o nosso Planeta, entretida que anda em jogos de poder, riquezas e contrapartidas, como se não tivéssemos provocado profundas alterações climáticas e a Terra tivesse recursos ilimitados. E perante a sentença popular aqui em voga, quem deveríamos deixar arder junto com o fogo: os pirómanos ou aqueles deveriam proteger as nossas florestas e não o fazem? A resposta parece óbvia. E quando desastres destes acontecem, a solução é sempre a mesma: decretar o estado de calamidade! Calamidade é não julgarmos aqueles que nos condenam. Portugal arde mais uma vez, o saque continua e o País vai a pique. Precisamos de sangue novo e ainda não conspurcado para a resolução dos nossos problemas e do mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário