domingo, 29 de maio de 2016

WE MUST BE PREPARED: THEY LIKE TO BE DOGS!

Quando decidi dedicar-me a treinar cães a tempo inteiro, já lá vão algumas décadas, julguei que iria ter uma vida calma, aprazível e relaxante, longe do buliço urbano e dos seus conflitos, rodeado dos animais que continuo a amar e de gente sensível, sensata, alegre e feliz. Enganei-me com as letras todas, porque conheci donos mais irracionais que os seus cães e cães mais ajuizados que eles, matéria mais que suficiente para um cobiçado livro de humor, que ainda não publiquei por respeito às suas verídicas personagens, ainda vivas e às quais desejo boa saúde física e mental. Se começasse a levantar o véu, correria o risco de não me conter e ficaria a rir-me por tempo indeterminado, agora que tudo já passou, apesar de na altura não ter achado graça nenhuma (não há nada como o tempo para sarar feridas).
Estava convencido até há pouco tempo que já havia visto e ouvido de tudo relativo à antrozoologia, aos exageros presentes na cinofilia e às diferentes compreensões do antropomorfismo, também me enganei redondamente! Segundo faz saber o tablóide britânico “The Guardian” (www.theguardian.com/lifeandstyle/dogs), que entrevistou alguns destes novos “Anúbis”, há por aquelas paragens homens que se vestem, comportam e identificam-se como cachorros, procurando viver em matilha quando possível, devidamente ataviados e atrelados, brincando com brinquedos de borracha e reclamando por festas, não dispensando o cuidado de um ou mais donos, com os quais podem manter ou não relações sexuais e que são na sua maioria gays, dizendo-se iguais, quando na rua, aos demais cidadãos, dando assim seguimento a um apelo animal e instintivo, não-verbal e intuitivo que se presta aos seus relacionamentos mais íntimos.
Decididamente a vida dos futuros adestradores irá ser diferente. Imagine-se se o dono de um “cão” destes, não o conseguindo treinar devidamente, procura os bons ofícios de um adestrador? Há que estar preparado e ter algum cuidado na aplicação dos métodos, nomeadamente do “reforço positivo”, pois não se sabe se será suficiente para ladrarem e abanarem as suas caudas mecânicas de contentamento.    

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