Mr. Alan Tobin, um
desconhecido até há pouco tempo no panorama da cinofilia e no mundo da
canicultura, é um político e conselheiro municipal de Ashbourne, no Condado de
Meath, Província de Leinster/Irlanda, mentor de umas tabuletas que mandou
afixar no seu município relativas aos cães que considera perigosos. As raças
que lá especou e com direito a fotografia são: Pit Bull Terrier Americano, Bull
Mastiff, Staffordshire Bull Terrier, Pastor Alemão, Akita Japonês, Leão da
Rodésia, Doberman, Rottweiler, Bull Terrier Inglês e Tosa Japonês. Como este
distinto cavalheiro admitiu no Facebook ser o responsável por aqueles avisos,
que obrigam os donos dos cães daquelas raças a ter mais de 16 anos, a tê-los atrelados
ou açaimados e a terem nas coleiras o nome do seu proprietário e endereço,
grande tem sido a celeuma nas redes sociais, havendo quem o considerasse e
disso desse mostra, usando-lhe o rosto como focinho de cão, também um como cão perigoso.
Podemos não
concordar com as escolhas deste político irlandês mas alguma razão assiste ao
homem, considerando o montante dos ataques caninos sobre crianças, adultos e
outros cães no Reino Unido. Como profissional não considero nenhuma das raças
adiantadas perigosas e se algumas delas são, seguindo o mesmo princípio, outras
há que não constam do rol do Sr. Tobin, já que o Irish Red Terrier é pouco
sociável com os outros cães e o Kerry Blue Terrier é altamente territorial
(cada país protege os seus cães e indexa os alheios, políticas!). Concordo
absolutamente que os cães mais agressivos e com maior força de mordedura sejam obrigados
a circular à trela e açaimados, não tanto por eles mas pela possível ausência
de controlo por parte dos seus donos. Acho até que as disposições e coimas
publicadas por Tobin são suaves e pouco resolverão (a coisa em Portugal toca
mais fino!).
Na Irlanda, aqui e
por toda a parte há que educar os donos, obrigá-los ao ensino dos seus cães
para que possam controlá-los eficazmente, quer sejam rotulados de perigosos ou
de anjinhos, medida que cabe aos respectivos governos implementar, porque só
assim a ocorrência de “acidentes” com cães diminuirá e os seus cidadãos poderão
circular mais à vontade. Entendemos que a posse de um cão e o respectivo
licenciamento só fazem sentido se todos os proprietários caninos forem
obrigados a educar os seus cães, a ensiná-los a coabitar harmoniosamente na sociedade,
porque sabemos que nesta matéria mais vale a educação do que todas as
proibições e penas (que o digam aqueles que perderam os seus filhos e entes
queridos por via dos ataques caninos). Eu adoro brincar com cães mas não posso
brincar com a vida dos meus semelhantes!
Caso houvesse essa
vontade política, as pessoas seriam mais respeitadas e os cães melhor
compreendidos, medida que contribuiria para a diminuição do desemprego, para o
aproveitamento dos etólogos que temos, para a dignificação dos adestradores e
para o bem-estar geral. Cabe aos distintos governos fazê-lo, os cidadãos
agradecem!
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