Os
veterinários que o digam, desde que andamos a dançar ao compasso da
austeridade, muitos proprietários caninos deixaram de vacinar os seus cães,
obrigados pela presente crise económica que teima em largar-nos e que afecta a
maioria das famílias, vulnerabilizando os seus animais a toda a sorte de
doenças capazes de matá-los. Entre elas encontra-se a parvovirose, que emergiu
como uma ameaça mortal nos finais da década de 70, muito provavelmente como
resultado da transferência directa do “panleucopenia felina” ou de um vírus
semelhante transmitido pelos gatos domésticos. Se até aqui ela só ameaçava os
cães domésticos, agora atinge também os canídeos selvagens, cujo vírus já foi
encontrado em guaxinins (Procyon lotor), alcançando novos hospedeiros pela
mutação do invólucro da proteína do parvovírus canino causada por uma única
substituição de aminoácidos, isto segundo fizeram saber alguns professores da
Universidade de Cornell, New York/USA, peritos em virologia, cujo trabalho e
parecer foram publicados no “Journal of Virology “. Esta alteração superficial
do vírus tende a tornar a parvovirose numa panzootia.
Diante deste
panorama há que fazer sacrifícios para não sacrificar os cães. Se ainda não
vacinou o seu cão contra a parvovirose, faça-o quanto antes. Entretanto, evite
levá-lo para a floresta onde existem outros animais carnívoros ou para junto de
santuários e cercas onde se encontram canídeos selvagens para não os sujeitar à contaminação. Aconselhamos a vacinação porque não temos à mão outros
meios para combater a doença, apesar de sabermos que os laboratórios tardam em
actualizar as estirpes das vacinas. Talvez estejamos diante de uma política de “o
que não mata, engorda” mas ninguém nos poderá acusar de não termos feito de
tudo para valer aos nossos cães.
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