quarta-feira, 4 de maio de 2016

NÃO DÁ PARA BRINCAR COM A PARVOVIROSE

Os veterinários que o digam, desde que andamos a dançar ao compasso da austeridade, muitos proprietários caninos deixaram de vacinar os seus cães, obrigados pela presente crise económica que teima em largar-nos e que afecta a maioria das famílias, vulnerabilizando os seus animais a toda a sorte de doenças capazes de matá-los. Entre elas encontra-se a parvovirose, que emergiu como uma ameaça mortal nos finais da década de 70, muito provavelmente como resultado da transferência directa do “panleucopenia felina” ou de um vírus semelhante transmitido pelos gatos domésticos. Se até aqui ela só ameaçava os cães domésticos, agora atinge também os canídeos selvagens, cujo vírus já foi encontrado em guaxinins (Procyon lotor), alcançando novos hospedeiros pela mutação do invólucro da proteína do parvovírus canino causada por uma única substituição de aminoácidos, isto segundo fizeram saber alguns professores da Universidade de Cornell, New York/USA, peritos em virologia, cujo trabalho e parecer foram publicados no “Journal of Virology “. Esta alteração superficial do vírus tende a tornar a parvovirose numa panzootia.
Diante deste panorama há que fazer sacrifícios para não sacrificar os cães. Se ainda não vacinou o seu cão contra a parvovirose, faça-o quanto antes. Entretanto, evite levá-lo para a floresta onde existem outros animais carnívoros ou para junto de santuários e cercas onde se encontram canídeos selvagens para não os sujeitar à contaminação. Aconselhamos a vacinação porque não temos à mão outros meios para combater a doença, apesar de sabermos que os laboratórios tardam em actualizar as estirpes das vacinas. Talvez estejamos diante de uma política de “o que não mata, engorda” mas ninguém nos poderá acusar de não termos feito de tudo para valer aos nossos cães.

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