Não é nosso objectivo
explicar ou traduzir o Hino Norte-americano “The Star-Spangled Banner”, apenas
usámos a sua última estrofe pela força que transmite como mote para falar da “The
Annual Wiener Dog 100 Race”, um evento canino que ontem ocorreu mais uma vez
nos Estados Unidos no dia em que ali celebravam o “Memorial Day”, um feriado
federal destinado a lembrar e honrar aqueles que morreram pela pátria no
cumprimento do dever.
Efeméride que nos
transporta imediatamente para o Museu do Combatente em Belém e para o mural
onde se encontram inscritos os nomes de todos aqueles jovens portugueses que
morreram em idênticas circunstâncias na Guerra do Ultramar Português, nomes que
estão a desaparecer por ausência de tinta nas letras, o que é um profundo
desrespeito pelo seu sacrifício, que só não foi inglório porque morreram pelos
seus camaradas, que amiúde ali vão prestar-lhes homenagem. Os outros honram os
seus mortos e nós deixamo-los cair no esquecimento. Será que precisaremos de
uma autorização de Berlim, de apelar à carteira dos emigrantes para restaurar
as lápides ou ver-nos-emos obrigados a lançar um peditório nacional para o
efeito?
A “The Annual Wiener Dog
100 Race”, que este ano contou com a participação de 60 cães, é uma corrida
anual realizada junto ao Lago Compouce em Bristol, no Connecticut. Tem como objectivo
angariar fundos para resgatar e cuidar dos Dachshunds desprezados ou pertença
de famílias carenciadas naquele Estado norte-americano, sendo por isso um evento
festivaleiro de caridade, onde estes pequenos cães concorrem uns contra os
outros numa corrida com o seu quê de pitoresco e hilariante, num ambiente
alegre e descontraído, competição também aberta aos atletas caninos que se
deslocam com auxílio duma cadeira de rodas.
A
competição é animada e feita em várias mangas até se encontrar o vencedor
final, que este ano foi um exemplar de pelo comprido, o mesmo que se encontra
na foto abaixo a sacudir as orelhas e cuja medalha lhe chega ao chão (bem que
lhe poderiam ter arranjado uma com a fita mais curta).
O evento, para além dos
seus propósitos iniciais e campanha pública de sensibilização, presta-se ainda
ao convívio dos donos, que vibram com a participação alegre dos seus pequenos companheiros
incentivando-os à vitória. A realização desta corrida acaba por atrair muito
público e os media, participando nela grande número de cães resgatados,
inclusive aqueles que levaram de vencida doenças graves como o cancro, o que à
partida já os torna vencedores.
Iniciativas destas e com
os mesmos propósitos seriam bem-vindas aqui no Dia do Animal, ao fim-de-semana
ou num dia feriado. Não temos muitos Dachshunds mas sobram-nos muitos cães sem
raça definida! Realizar uma competição assim, aberta à participação dos cães
populares e das associações, seria um excelente meio para angariar fundos e
sensibilizar as pessoas para o abandono dos animais, evento que seria menos
enfadonho que as costumeiras participações dos cães de agility e dos cães
policiais. O que faltará para se instituir “a corrida do rafeiro”? Somente
iniciativa!
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