terça-feira, 31 de maio de 2016

IN THE LAND OF THE FREE AND THE HOME OF THE BRAVE

Não é nosso objectivo explicar ou traduzir o Hino Norte-americano “The Star-Spangled Banner”, apenas usámos a sua última estrofe pela força que transmite como mote para falar da “The Annual Wiener Dog 100 Race”, um evento canino que ontem ocorreu mais uma vez nos Estados Unidos no dia em que ali celebravam o “Memorial Day”, um feriado federal destinado a lembrar e honrar aqueles que morreram pela pátria no cumprimento do dever.
Efeméride que nos transporta imediatamente para o Museu do Combatente em Belém e para o mural onde se encontram inscritos os nomes de todos aqueles jovens portugueses que morreram em idênticas circunstâncias na Guerra do Ultramar Português, nomes que estão a desaparecer por ausência de tinta nas letras, o que é um profundo desrespeito pelo seu sacrifício, que só não foi inglório porque morreram pelos seus camaradas, que amiúde ali vão prestar-lhes homenagem. Os outros honram os seus mortos e nós deixamo-los cair no esquecimento. Será que precisaremos de uma autorização de Berlim, de apelar à carteira dos emigrantes para restaurar as lápides ou ver-nos-emos obrigados a lançar um peditório nacional para o efeito?
A “The Annual Wiener Dog 100 Race”, que este ano contou com a participação de 60 cães, é uma corrida anual realizada junto ao Lago Compouce em Bristol, no Connecticut. Tem como objectivo angariar fundos para resgatar e cuidar dos Dachshunds desprezados ou pertença de famílias carenciadas naquele Estado norte-americano, sendo por isso um evento festivaleiro de caridade, onde estes pequenos cães concorrem uns contra os outros numa corrida com o seu quê de pitoresco e hilariante, num ambiente alegre e descontraído, competição também aberta aos atletas caninos que se deslocam com auxílio duma cadeira de rodas.
A competição é animada e feita em várias mangas até se encontrar o vencedor final, que este ano foi um exemplar de pelo comprido, o mesmo que se encontra na foto abaixo a sacudir as orelhas e cuja medalha lhe chega ao chão (bem que lhe poderiam ter arranjado uma com a fita mais curta).
O evento, para além dos seus propósitos iniciais e campanha pública de sensibilização, presta-se ainda ao convívio dos donos, que vibram com a participação alegre dos seus pequenos companheiros incentivando-os à vitória. A realização desta corrida acaba por atrair muito público e os media, participando nela grande número de cães resgatados, inclusive aqueles que levaram de vencida doenças graves como o cancro, o que à partida já os torna vencedores.
Iniciativas destas e com os mesmos propósitos seriam bem-vindas aqui no Dia do Animal, ao fim-de-semana ou num dia feriado. Não temos muitos Dachshunds mas sobram-nos muitos cães sem raça definida! Realizar uma competição assim, aberta à participação dos cães populares e das associações, seria um excelente meio para angariar fundos e sensibilizar as pessoas para o abandono dos animais, evento que seria menos enfadonho que as costumeiras participações dos cães de agility e dos cães policiais. O que faltará para se instituir “a corrida do rafeiro”? Somente iniciativa!  

Sem comentários:

Enviar um comentário