Um homem acorda depois de
uma noite de repouso, pleno de vigor, espreguiça-se e sente força no corpo
todo, encara o sol que vê da janela com confiança, sente-se desafiador,
atira-se para debaixo do chuveiro, assobia uma melodia e sai a correr de casa
com o cão, com a bruma na face e o coração a rebentar de aventura, trilhando o
que vê e ávido de encontrar o que quer que seja, embalado pelo sangue a
fervilhar e pelo ar quente que lhe sai dos pulmões, aqui e ali ensaia compassos
de dança, pula que nem um caprino e sente-se vivo da cabeça aos pés. O cão olha
para ele e vai seguro, rompe na mesma toada e absorve a mesma
disposição, ambos são um, um que vale por muitos! Celebrar a vida com um cão ao
lado é abandonar o fado e tomar o mundo nas suas mãos, absorver a energia que
brota da terra e levitar com o animal sobre falésias, campos e vales. Infelizmente há
muita gente que raramente acorda assim, facto que lamentamos mas que não nos
impede de ir adiante, porque a natureza convida-nos e a nossa alma responde-lhe
afirmativamente, como parte de um todo escondido na modicidade do nosso corpo.
E quando se acorda assim, um homem já não é homem – é Deus!
domingo, 29 de maio de 2016
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