Não
há razão para alarme, porque as mordeduras de víboras são raras e de carácter
defensivo, quando estas se encontram nos aglomerados rurais ou nas clareiras
das florestas ao sol. Em Portugal temos dois tipos de víboras venenosas e muito
raramente poderemos encontrar alguma delas. Escuteiros, caminhantes, ciclistas
de todo-o-terreno e passeadores de cães serão à partida os mais propensos a
encontrá-las, pelo que algumas regras deverão ser seguidas em abono da cautela,
regras que já adiantei no texto “ALERTA
VÍBORA: PROCEDIMENTOS ESCOLARES E DOMÉSTICOS”, datado de
28/01/2010. Como Verão, cobras e víboras andam de mãos dadas, há que proteger
os nossos cães desses encontros para que não acabem como uma Staffordshire no CALDERGLEN COUNTRY PARK,
na Escócia, que acabou por ficar com uma perna amputada (as víboras são
igualmente venenosas para pessoas e cães).
Tudo
se passou na quinta-feira, dia 22 de junho, quando a cadela de um ano de idade
passeava num parque rural perto de East Kilbridge, junto a um riacho no
Calderglen County Park, onde acabou por ser mordida por uma víbora. Quatro dias
depois do sucedido, o animal foi levado à pressa para um hospital veterinário,
onde foi tomada a decisão de lhe amputar a pata traseira mordida pelo réptil.
Tal como em Portugal, a víbora é a única cobra venenosa na Escócia. Apesar das
suas picadas serem raras, a ajuda médico-veterinária deverá ser solicitada logo
após a mordedura. “Ela tinha o que parecia ser um corte na pata. Eu lavei a
ferida quando a vi e esperava que ela não fosse muito dolorosa.” O dono da
Stella, assim se chama a cadela levou-a a um veterinário e este receitou-lhe
antibióticos, mas a ferida parecia continuar infectada e causar-lhe muita dor.
Ela (a cadela) recebeu imediatamente tratamento veterinário, foi inclusive
vista três vezes antes de ser levada à pressa para o hospital veterinário.
No
fim-de-semana já a cadela não punha a pata no chão nem fazia uso dela. Perante
a situação, o veterinário decidiu amputar-lhe a perna, amputação que revelou
tratar-se de uma mordedura de víbora. “A carne da pata estava a apodrecer” A
Staffie está agora a recuperar em casa da operação e fará fisioterapia para
aprender a andar só com três pernas. A sua dog walker, que também administra
uma empresa de tosquias, postou fotos da ferida da Stella no Facebook como um
alerta para os donos dos cães, escrevendo: “ (O veterinário) disse que já
aconteceram mais casos de picadas de víboras, portanto, fique atento e evite os
lugares onde elas possam estar, especialmente depois de terem saído da
hibernação do início da primavera até agosto. Elas preferem o clima quente e
seco, por isso aparecem mais. Seja mais vigilante e cauteloso nos dias
agradáveis de verão.”
Um porta-voz do SSPCA (SCOTTISH SOCIETY FOR PREVENTION OF CRUELTY TO ANIMALS), sociedade para o bem-estar animal, disse a respeito: ““As víboras tendem a manter-se sozinhas e não mordem a menos que estejam com medo, infelizmente, os cães tendem a aproximar-se delas sem medo, a assustá-las e acabam por ser mordidos… Se o veneno ficar nos tecidos ao redor da picada, causará dor e inchaço, mas se se espalhar mais e entrar na corrente sanguínea, pode causar problemas muito mais graves, como danos no fígado, rins, coração e sistema nervoso… Se o veneno for injectado diretamente na corrente sanguínea, pode causar a morte muito rapidamente. Também pode ser muito grave se o seu cão for mordido no focinho ou no pescoço, porque o inchaço pode causar-lhe sérios problemas respiratórios." Assim como o cego usa a sua bengala para evitar chocar contra algo, também à imitação dos peregrinos que não dispensam o seu bordão, muna-se este verão de uma vara ao entrar em charnecas e florestas. Soltar o seu cão nestes ecossistemas pode ter um perigo acrescido – as víboras.
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