Num
artigo datado de ontem, o jornal britânico MIRROR
fez saber que 1.000 crianças precisaram de cirurgia o ano passado devido a
ataques caninos e que centenas deles tinham 4 ou menos anos de idade,
baseando-se nos dados adiantados pelo NHS
(serviço nacional de saúde inglês), que mostraram que 1.006 pacientes com 14
anos ou menos foram operados para fechar feridas causadas por dentadas de cães,
incluindo 374 com quatro anos ou menos e que mais de 9.000 pessoas de várias
faixas etárias foram internadas nos hospitais por ferimentos infligidos por
cães desde o ano passado até à presente data. O total incluiu 3.473 indivíduos
que precisaram de cirurgia, o maior número desde que estes dados foram
divulgados pela primeira vez há 16 anos atrás. Foram necessárias 1.950
operações em 2007/8, o que significa que
os casos dispararam 78% desde então.
O
Dr. John Tulloch (na foto seguinte), professor de saúde pública veterinária na
Universidade de Liverpool, disse: “A
taxa de crescimento das dentadas é mais rápida do que o crescimento da
população canina, então o fenómeno não se deve apenas ao aumento do número de
cães. Houve um forte crescimento nas dentadas mesmo antes da pandemia,
então os 'cachorros pandêmicos' poderão ter agido como um catalisador para
acelerar as coisas, mas este é um problema que já vem ocorrendo há alguns
anos.” Ele disse que 80% dos ataques a
adultos e 90% a crianças ocorrem em casa. O Dr. Tulloch aconselhou os pais
a não deixarem crianças pequenas sozinhas com um cão, acrescentando: “O seu cão
médio não quer morder, ele procede assim como último recurso... para dizer
'deixa-me em paz'. “Eles (os cães) costumam mostrar sinais de alerta. Se alguém
vir esses sinais de alerta, precisará de afastar o cão ou de se afastar daquela
situação”. A pesquisa deste investigador mostra que os locais dos ataques incluem
Merseyside, Wakefield e West Yorks. No parlamento foi pedido que o valentão americano XL, responsável por nove
mortes desde 2021, seja a quinta raça proibida. Bella-Rae Birch, de 17
meses, foi fatalmente atacada por um valentão americano XL da família em 2022, na
sua casa em St Helens, Merseyside.
Como
o Mirror está fazer campanha para proteger as pessoas dos cães perigosos, ouviu
Jane Robinson (na foto abaixo), da Associação de Treinadores de Cães de
Estimação, que atribuiu o fenómeno à ausência de regulamentação que leva
criadores não-licenciados a criar cães em condições precárias que afectam o seu
comportamento, dizendo ainda que as coisas pioraram ainda mais porque a
industria do treino canino também não é regulamentada, acrescentando: “Qualquer
um pode criar um site e se autodenominar treinador de cães sem entender nada
acerca deles (…) Até que aconteça alguma regulamentação para ambas as
indústrias, as dentadas dos cães continuarão a aumentar.
Estou 100% de acordo, porque não posso estar mais, com o que disse o Dr. John Tulloch e em parte em desacordo com as afirmações de Jane Robinson, porque a agressividade canina não resulta somente de factores ambientais, há que considerar também os genéticos resultantes de distintas selecções e propósitos (subsiste ainda quem crie cães com o propósito de matar). O cerne do problema não assenta maioritariamente nos criadores e treinadores de cães, considerando que muitos dos animais envolvidos não tinha raça definida, atacaram dentro das suas próprias casas e não foram alvo de qualquer tipo de treino. No caso das crianças, os grandes responsáveis pelo problema foram os seus pais ou de quem cuidava delas, que sem qualquer tipo de conhecimento e formação, sujeitaram-nas aos desígnios dos cães, pelo que nem estes são culpados, mas a ignorância dos seus donos somada à sua irresponsabilidade enquanto pais. Apesar de se ouvir continuamente o contrário, a maioria das pessoas não sabe peva de cães, não se preocupa em saber e é feliz assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário