“Caro João, Espero que esteja bem. Boa
estamos bem, o Radar acabou de fazer 12 anos. Está muito surdo e quebrado.
Estamos a considerar adquirir outro CPA brevemente. Caso conheça alguma futura
ninhada cujos cães sejam ajuizados por favor diga-nos qualquer coisa. Eu não
esqueço a cadela dourada Red e a Joana fala muito no cão preto Stone das
Caldas. Um grande abraço (…)” –
recebi ontem este email de um amigo que publico na íntegra por causa do seu
conteúdo e notícia poderem ter mais interessados. O “Radar” atrás citado é um
Pastor Alemão nascido numa localidade saloia que tem como padroeira Nossa
Senhora da Lapa, veio-nos parar às mãos ainda cachorro, com uma apresentação
morfológica por demais côncava e frágil, vindo a ser alvo de um acompanhamento
muito sério durante a sua fase de crescimento. Connosco aprendeu tudo o que
sabe, foi vedeta e permanecerá para sempre na minha memória. Como foi dito, fez
agora a bonita idade de 12 anos e algumas das mazelas típicas da idade
acompanham-no agora. Estou convencido que ainda durará mais alguns anos, muito
embora não seja da minha criação, que era naturalmente longeva e produzia
indivíduos até aos 16 anos de idade, graças à sua genética e superior
acompanhamento. Depois do que disse, escusado será dizer que espero sempre e
avidamente notícias do Radar, dos seus donos e restante agregado familiar.
Pede-me este amigo, caso tenha eu
conhecimento de uma ninhada ajuizada de Pastores Alemães que o contacte, porque
está a pensar adquirir um novo cão. Pastores Alemães há por aí muitos e “ao
preço da uva mijona” (1) e
nem aqueles que são vendidos mais caro espelham a qualidade esperada, na
maioria dos casos somente a pantominice ou fanfarronice de quem os vende. O que
garante o “juízo” de um cão é a riqueza do seu impulso ao conhecimento que lhe possibilitará
uma superior adaptação e interacção. Ora, quando os criadores da raça desprezam
e não sabem identificar este importante impulso herdado, a qualidade laboral
dos seus cães fica entregue à sorte, que não é uniforme nas ninhadas e que
tende a condenar a maioria dos cachorros à inutilidade, não diferindo os seus
criadores dos seus homólogos que se dedicam à criação de coelhos, chinchilas,
porquinhos-da Índia e até de ratazanas malhadas para o mundo do espectáculo. Assim,
não raramente e para todo e qualquer serviço, encontram-se com mais facilidade
bons cães sem pedigree do que com ele, invariavelmente mais saudáveis, prestimosos
e menos exigentes. Como faço questão de encontrar um cão capaz para este amigo,
vou começar desde já a procurá-lo, agradecendo àqueles que têm ninhadas (de
qualidade) que me informem através deste blogue para posterior visita,
apreciação e possível compra.
(1)Expressão popular portuguesa para dizer que algo é muito barato ou sem valor. “Mijona” é uma variedade de uva que frequentemente apresenta bagos de polpa aguada e sabor desagradável, advindo daí o facto de ter pouco valor.
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