Com
tanto turco na Alemanha, vivem lá quase 2,8 milhões de turcos e seus
descendentes (1), seria de esperar que o Kangal (Kangal
Çoban Köpeği) viesse a proliferar na Vaterland
de Goethe e a causar graves incidentes na sociedade alemã. Este cão gigante do tipo
molosso, tem vindo a ser seleccionado e usado na Turquia como cão protector de
rebanhos no intuito de dissuadir lobos e outros predadores, pelo que é
fortemente instintivo, de difícil sociabilização, de fraco impulso ao
conhecimento, pouco dado à interacção e com tendências para “varrer” qualquer
intruso que encontrar pela frente, seja ele pessoa ou animal. Por causa destas
características, ciclicamente, vamos tendo notícias de algum Kangal e quase
sempre pelas piores razões possíveis. O mais recente episódio envolvendo um
Kangal na Alemanha aconteceu na passada terça-feira no município de Dellstedt, localizado
no distrito de Dithmarschen, estado da Schleswig-Holstein e que culminou com a
morte de um Dachshund.
O
incidente deu-se quando uma jovem de 20 anos decidiu empreender uma caminhada
com o seu cão e foram ambos atacados por dois cães que se encontravam soltos,
segundo disse a polícia. O seu cão, um Dachshund de pêlo duro, foi morto no
local do confronto. A sua dona foi ferida numa mão e numa perna. A polícia está
agora a investigar as violações cometidas pelos donos dos cães que resultaram
em lesões corporais negligentes. Conforme relatou o “Bild” (2),
um dos cães agressores terá sido um Kangal, cão turco que pode pesar até aos
60kg. Quando o Kangal correu em direcção ao Dachshund, a dona deste tentou
protegê-lo pegando-lhe ao colo, acabando por ser mordida numa mão e numa perna.
O outro cão envolvido também atacou a jovem e o Kangal aproveitou para matar o
Dachshund. Transeuntes ligaram para os serviços de emergência e a jovem foi
levada a uma clínica para ser tratada das suas lesões.
Segundo informações adiantadas pelo
jornal atrás citado, o Kangal deverá pertencer a um casal de 55 e 59 anos de
idade respectivamente e já teria atacado uma mulher em abril, pelo que os seus
donos foram alvo de um processo de contra-ordenação. Em função disso, o cão
turco ficou proibido de abandonar a propriedade do casal, mesmo sob vigilância,
desconhecendo-se quais as razões que o levaram a andar sem qualquer controlo no
exterior.
(1) Em 2018, perto de 52% dos estrangeiros a viver na Alemanha (10,9 milhões de pessoas) não tinham cidadania alemã. O maior grupo étnico não-alemão são os turcos, com quase 2,8 milhões de imigrantes e seus descendentes. (2) Jornal tablóide alemão, anteriormente conhecido por “Bild Zeitung”, que foi fundado em 1952 por Axel Springer, tornando-se rapidamente no jornal mais vendido, por larga margem, não apenas na Alemanha, mas também em toda a Europa.
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