Hoje, como é meu hábito, saí com o Paco e internei-me na cidade, que se encontrava praticamente deserta e que parecia ser só minha, com folhas secas a rodopiar pelas ruas pálidas, onde faltava a alegria das crianças e o movimento das gentes. No ar, sentia-se o silêncio que costuma anteceder as tempestades e a noite caiu ainda mais triste. A morte desceu à rua e são muitos a vigiá-la das janelas, não querendo que lhes bata à porta. O cão não deu por nada, feliz que ia na minha companhia e para quem sou o melhor dos bens. Voltei para casa e não me deprimi, talvez porque o Paco não me deu tempo para isso, ansioso que andava em brincar comigo. Enquanto o Covid continua lá fora, com o cão em casa esqueço-me da pandemia.
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