Segundo
o jornal Israel Hayom on-line (em hebraico: ישראל היום), literalmente “Israel Hoje”, de acordo com o
recém-lançado Registo de Animais de Estimação do Ministério da Agricultura e
Desenvolvimento Rural, as famílias israelitas tinham 496.538 cães em 2019,
sendo a maioria deles machos, cerca de 251.291. O mesmo registo mostra também
que 70% das cadelas foram esterilizadas em 2019 e que apenas 55% dos machos
foram castrados no mesmo ano.
A idade média de um cão em 2019 era de 6,4 anos e
pelo menos 21.000 eram cachorros (descritos como tendo um ano ou menos). Os nomes
mais populares para os cadelas nesse ano foram “Lula” para as fêmeas e “Louis”
para os machos. Mika, Luna, Toffee, Belle, Moka e Lucy foram os nomes seguintes
mais procurados para as fêmeas e Toy, Johnny, Shoko (leite com chocolate),
Lucky, Simba e Max para os machos.
O amor dos israelitas pelos cães não é coisa de
hoje e a recuperação do Cão de Canaã disso é exemplo. Tornado cão nacional de Israel,
este cão é um rápido pastor de tamanho médio, dócil com a família e indiferente
a estranhos, sendo um persistente guardião de rebanhos e casas, avisando
amiúde. Aparentemente incansável, desloca-se preferencialmente em trote rápido
e natural (marcha), sendo o parceiro ideal para caminhantes e corredores.
Inteligente, confiante e territorial, acabará por dominar o seu dono caso este
seja passivo e não se estabeleça como chefe da matilha, pelo que o treino e a
sociabilização precoce são fundamentais.
A história
deste cão está ligada à diáspora israelita como explicaremos sucintamente a
seguir. No ano 70 da nossa Era, após décadas de inquietante ocupação da Judeia,
os romanos destruíram Jerusalém e dispersaram os israelitas pelo Médio-Oriente
e pela bacia do Mediterrâneo. Com os donos mortos e os rebanhos espalhados, os
Cães de Canaã refugiaram-se no Deserto de Negev (na foto abaixo), que ocupa 60% do território de Israel, onde
sobreviveram, vivendo ali maioritariamente sem serem domesticados até ao século
XX.
Os
israelitas usam também cães nas suas Forças de Defesa (conhecidas comummente no
país pelo acrónimo hebraico Tzahal (צה"ל),
na polícia e na defesa das suas fronteiras. O treino e a qualidade destes cães
são por todos reconhecidos e temidos pelos seus inimigos. Tradicionalmente, estes
cães de guerra encontram-se bem equipados para as distintas operações onde sua
presença é solicitada.
Mas não é de guerra que queremos falar, mas da paz que os cães transmitem através da coabitação. Desta vez foi a pandemia que declarou guerra ao mundo e a todos, mas no meio da saturação, da raiva, da tristeza, do isolamento, da incerteza, da breve descrença e do desânimo passageiro e do medo, é muito bom baixarmos a mão e afagarmos o cão que temos ao nosso lado, sensação que muitos israelitas há muito conhecem.
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