Ao deitar-me na minha cama nestas noites frias que se têm sentido, lembro-me imediatamente dos sem-abrigo, particularmente daqueles que têm cães e que não se querem separar deles, decisão que os afasta dos abrigos postos à sua disposição nas noites de intempérie. Bem sei que entre os sem-abrigo há que não queira dormir ou acordar com cães ao lado e está no seu direito. O que eu não compreendo é que diferença têm os cães dos sem-abrigo para os nossos. Serão porventura menos sensíveis? Não merecerão igual cuidado com o seu bem-estar? Não gozarão de igual protecção perante a Lei? O problema tem solução à vista e esta deverá ser implementada para valer aos mais vulneráveis que não abdicam da companhia dos seus cães. Quiçá pelo cão se recupere algum dono e este leve a reinserção social de outros. Encontrar locais de pernoita para os sem-abrigo com cães não é um quebra-cabeças, mas um simples acto de justiça e de boa vontade.
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