Depois
de ter sido noticiado que cães e gatos são proibidos nos prédios do Vaticano,
de acordo com o regulamento actualmente em vigor, alguns defensores dos
direitos dos animais italianos, passando por cima de várias competências,
decidiram entrar em contacto directo com o Papa Francisco, como foi o caso da
ENPA (Autoridade Nacional de Protecção Animal), que através da sua presidente
nacional, Carla Rocchi, escreveu ao Papa “para chamar à atenção de Sua
Santidade para este problema que causa separação forçada de entes queridos,
especialmente neste triste momento de pandemia” – fez saber esta associação
numa nota, onde ainda se pode ler: “A sua sensibilidade e o nome que escolheu
para si garantem-nos de que vai querer acabar com este anacronismo do passado
que temos a certeza que não reflecte os seus sentimentos e o fundo da sua alma”
(estará o Papa a precisar de ser catequisado ou alguns dos seus colaboradores
mais directos a partir da “Declaração Universal dos Direitos do Animal”?).
Os mesmos defensores dos direitos dos animais italianos, diante de uma possível mudança no regulamento em vigor, apelam a Jorge Mario Bergoglio, enquanto papa, “para a abolição desta norma anacrónica desprovida de piedades cristãs”. Conforme faz saber o site do jornal romano “Messaggero”, o regulamento da “ASPA” (Administração do Património da Sé Apostólica) que mantém estas regras em centenas de edifícios e apartamentos nas diferentes zonas da “Cidade Eterna”, já se encontra em vigor desde 1976, estendendo-se também a proibição a “animais de capoeira”. O mesmo jornal transalpino informa que Dom Nunzio Galantino, presidente da ASPA, já recebeu a incumbência de actualizar a gestão dos edifícios do Vaticano e que em breve será possível rever a proibição da posse de cães e gatos (então e as galinhas e os coelhos? Transformar-se-á o Vaticano num Estado de “cobras e lagartos”?). Brincadeiras à parte, o assunto é mais melindroso do que parece, uma vez considerados os aspectos teológicos, político-sociais (liberdades e direitos dos cidadãos), patrimoniais e administrativos. Será que alguma vez iremos ver cães a passar com as bandejas da colecta durante a missa? Os futuros adestradores terão a incumbência de ensinar cães a participar ordeiramente na liturgia? Eu já não estranho nada e haverá por aí muito boa gente a dizer: “ E porque não?” E se assim for, para quê condenar o uso de animais no Circo.
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