terça-feira, 19 de janeiro de 2021

NÓS POR CÁ: HÁ QUALQUER COISA QUE NOS ULTRAPASSA

 

O governo agravou mais uma vez as medidas relativas ao confinamento, obrigando cada vez mais portugueses a ficar em casa, na esperança que o número de mortos e de internamentos por Covid-19 diminua. Continuo a não perceber como é que a pandemia chega aos lugares mais isolados e descobre uns quantos idosos num lar de quem ninguém ouviu falar. Ao que parece, o vírus está agora a atacar com maior incidência os jovens e os mais novos. Não acredito que Graça Freitas, Directora-Geral de Saúde, que também acabou infectada, não tenha respeitado a higienização preconizada, o uso da máscara e o distanciamento social. Parece que “andamos todos às aranhas”, que pouco ou nada sabemos sobre este maldito vírus e a sua propagação, dando a sensação que há qualquer coisa que nos ultrapassa ou escapa.

Entre 1347 e 1351, quando a Peste Negra assolou a Eurásia e matou entre 75 a 200 milhões de pessoas, também estas se encerraram em casa na esperança de sobreviverem, ignorando que o mal estava dentro das suas habitações e que era transmitido pelas pulgas saídas dos ratos. Estaremos nós agora melhor em casa do que na rua? O vírus não virá na mesma ter connosco? Morreremos na esperança de nos salvarmos ou lutaremos até que a morte nos bata à porta? Todos sabemos que é preciso fazer mais alguma coisa, mas ninguém sabe exactamente o quê, porque sabemos muito pouco sobre o inimigo que nos cerca, o que numa guerra convencional implicaria provavelmente numa derrota.

Este sentimento de impotência que se vai alastrando junto com a incerteza de acordar a mexer os dedos dos pés no dia seguinte, só podem ser rechaçados pela fé em dias melhores ou pela esperança que resiste e antecede a morte. Talvez haja em tudo isto sorte, mas ela é selectiva e abraça muito poucos. Assim, enquanto as vacinas não surtirem efeito e não soubermos mais sobre a presente pandemia, o melhor que podemos fazer é dar ouvidos à OMS, à DGS e ao governo, na esperança de vermos o nosso esforço recompensado. Como cristão não temo a morte, porque Cristo, o autor da minha salvação, venceu-a e com Ele vencê-la-ei pela Fé que Deus me deu.

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