O
meu pai morreu a sessenta e tal anos atrás e se porventura cá voltasse muito
estranharia a novidade das coisas que observaria. A ciência mudou o mundo e
está a fazê-lo tão depressa, que já se fala em contributo tecnológico
alienígena (o Canal História não fala doutra coisa). E no mundo das hipóteses,
há momentos em que também eu me considero um descendente dos “nephilim” (נפילים) por
razões sanguíneas, inclinações pessoais e preocupações metafísicas. Na senda do
desenvolvimento foi lançado agora o robot da Koda, um cão que não sobe apenas
escadas, mas que também interage socialmente com os seus donos humanos. Graças
à inteligência artificial (IA), este robot canino consegue aperceber-se se o
seu dono está triste, feliz ou animado e com o tempo responderá de maneira
apropriada a essas emoções, podendo ainda exercer com facilidade as funções de
cão de companhia, cão-guia e de cão guarda, tarefas que realiza com o auxílio
da “infra-estrutura de IA descentralizada habilitada para blockchain” da Koda,
que lhe permite resolver problemas complexos e aprender novas habilidades, isto
de acordo com o seu vídeo promocional.
A
inteligência artificial descentralizada, também frequentemente chamada de inteligência
artificial distribuída, é um subcampo da pesquisa em inteligência artificial concentrada
no desenvolvimento de soluções distribuídas para problemas. Blockchain é uma
forma de registar e armazenar informações que tornam difícil alterar ou piratear
um sistema. A tecnologia Blockchain não armazena nenhuma das suas informações num
local central, ao invés, é copiado e
espalhado por uma rede de computadores, o que garante a segurança de
todos os dados do robot, contrariamente à maioria dos demais dispositivos da internet,
por norma conectados a uma rede doméstica. Basicamente, o cão robot social
descentralizado de IA de Koda pode reagir ao comportamento dos seus donos usando
IA para aprender e adaptar-se ao longo do tempo, mantendo a privacidade dos
seus dados e a impossibilidade de ser pirateado. O cão robot Koda também pode
funcionar como um supercomputador, é equipado com câmeras de profundidade 3D
localizadas na frente, no dorso e em cada um dos lados, tendo uma câmera de 13
megapixéis na frente para tirar fotos de alta qualidade.
A
cabeça e a cauda do robot são totalmente funcionais e usa 14 motores de alto
torque, com dois motores no pescoço para ter uma mobilidade semelhante ao
animal na sua origem. O pequeno cão-robot possui também uma tela de alta
resolução e vários sensores, incluindo um sensor de pé de força. O conjunto de
microfones do robot tem 97% de precisão no reconhecimento de impressão de voz, segundo
o fabricante. "É uma peça funcional de tecnologia doméstica, um animal de
estimação da família e uma peça de arte, tudo ao mesmo tempo", disse Emma Russell, CEO da Koda, num comunicado. O
cão-robot com IA da Koda, para além de ser um excelente companheiro, é também
um pouco mais barato do que o seu similar da Boston Dynamics Spot Mini, que é vendido
à volta de 75.000 dólares americanos, enquanto este custa entre 45.000 e 55.000
dólares americanos.
Ditará a robótica o fim do adestramento canino convencional ao substituir os cães? Virá a ser a sua continuação “natural”? Com o embalo que as coisas levam, é bem possível que aconteça na maioria dos casos e caso aconteça, algo me diz que não demorará muito tempo a acontecer. Para além destas questões, de alguma forma interessantes e pertinentes, estamos perante um cão ideal para os despreocupados, preguiçosos e desajeitados, também um excelente instrumento para os mais aplicados, criativos e inteligentes.
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