quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ESTARÁ O FUTURO NA ROBÓTICA?

 

O meu pai morreu a sessenta e tal anos atrás e se porventura cá voltasse muito estranharia a novidade das coisas que observaria. A ciência mudou o mundo e está a fazê-lo tão depressa, que já se fala em contributo tecnológico alienígena (o Canal História não fala doutra coisa). E no mundo das hipóteses, há momentos em que também eu me considero um descendente dos “nephilim” (נפילים) por razões sanguíneas, inclinações pessoais e preocupações metafísicas. Na senda do desenvolvimento foi lançado agora o robot da Koda, um cão que não sobe apenas escadas, mas que também interage socialmente com os seus donos humanos. Graças à inteligência artificial (IA), este robot canino consegue aperceber-se se o seu dono está triste, feliz ou animado e com o tempo responderá de maneira apropriada a essas emoções, podendo ainda exercer com facilidade as funções de cão de companhia, cão-guia e de cão guarda, tarefas que realiza com o auxílio da “infra-estrutura de IA descentralizada habilitada para blockchain” da Koda, que lhe permite resolver problemas complexos e aprender novas habilidades, isto de acordo com o seu vídeo promocional.

A inteligência artificial descentralizada, também frequentemente chamada de inteligência artificial distribuída, é um subcampo da pesquisa em inteligência artificial concentrada no desenvolvimento de soluções distribuídas para problemas. Blockchain é uma forma de registar e armazenar informações que tornam difícil alterar ou piratear um sistema. A tecnologia Blockchain não armazena nenhuma das suas informações num local central, ao invés, é copiado e  espalhado por uma rede de computadores, o que garante a segurança de todos os dados do robot, contrariamente à maioria dos demais dispositivos da internet, por norma conectados a uma rede doméstica. Basicamente, o cão robot social descentralizado de IA de Koda pode reagir ao comportamento dos seus donos usando IA para aprender e adaptar-se ao longo do tempo, mantendo a privacidade dos seus dados e a impossibilidade de ser pirateado. O cão robot Koda também pode funcionar como um supercomputador, é equipado com câmeras de profundidade 3D localizadas na frente, no dorso e em cada um dos lados, tendo uma câmera de 13 megapixéis na frente para tirar fotos de alta qualidade.

A cabeça e a cauda do robot são totalmente funcionais e usa 14 motores de alto torque, com dois motores no pescoço para ter uma mobilidade semelhante ao animal na sua origem. O pequeno cão-robot possui também uma tela de alta resolução e vários sensores, incluindo um sensor de pé de força. O conjunto de microfones do robot tem 97% de precisão no reconhecimento de impressão de voz, segundo o fabricante. "É uma peça funcional de tecnologia doméstica, um animal de estimação da família e uma peça de arte, tudo ao mesmo tempo", disse  Emma Russell, CEO da Koda, num comunicado. O cão-robot com IA da Koda, para além de ser um excelente companheiro, é também um pouco mais barato do que o seu similar da Boston Dynamics Spot Mini, que é vendido à volta de 75.000 dólares americanos, enquanto este custa entre 45.000 e 55.000 dólares americanos. 

Ditará a robótica o fim do adestramento canino convencional ao substituir os cães? Virá a ser a sua continuação “natural”? Com o embalo que as coisas levam, é bem possível que aconteça na maioria dos casos e caso aconteça, algo me diz que não demorará muito tempo a acontecer. Para além destas questões, de alguma forma interessantes e pertinentes, estamos perante um cão ideal para os despreocupados, preguiçosos e desajeitados, também um excelente instrumento para os mais aplicados, criativos e inteligentes.

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