domingo, 31 de janeiro de 2021

ABERRAÇÕES POLACAS

 

O dono de um American Staffordshire Terrier, homem de 37 anos, na cidade polaca de Rybnik, na voivodia da Silésia, através da Internet, colocou o seu cão à disposição de um estuprador animal de 50 anos de idade, que aceitou a oferta e abusou do pobre animal. Durante a consumação do acto, o estuprador sentiu-se mal e desfaleceu, não conseguindo o médico de emergência, que entretanto havia sido chamado ao local, reanimá-lo. O proprietário do cão estuprado enfrenta agora uma pena de prisão de 3 anos e o animal foi confiado aos cuidados da organização “Fundacja Jestem Głosem Tych, Co Nie Mówią", o que em português pode ser traduzido como “Voz daqueles que não podem falar”. O defunto, de má memória, pertencia à comunidade de Leszczyny e foi lesto a responder ao anúncio do dono do cão, um porcalhão da mesma igualha.

Os dois homens concordaram em encontrar-se e passaram a noite com o cão. Quando pela manhã o “cliente” se sentiu mal e desmaiou, o dono do cão ligou para o número de emergência às 10:56. Quando o médico lá chegou, encontrou o estuprador mais velho já cadáver (um a menos!). A autópsia irá esclarecer qual a causa ou causas da morte, se o estuprador sofreu ou não um ataque cardíaco. Segundo a polícia, o dono do cão não queria necessariamente ganhar dinheiro, admitindo que tinha visto pornografia animal e que isso suscitou a sua curiosidade.

Malwina Pawela-Szendzielorz, porta-voz adjunta do Ministério Público de Rybnik, disse à revista Rybnik.com.pl que o proprietário canino de 37 anos foi acusado de dois crimes pelo Ministério Público por ter oferecido o cão para ser abusado e também por ter abusado dele em janeiro de 2020. Desde então, a polícia tem vasculhado o seu apartamento na procura de pornografia animal, mas até ao momento não encontrou nenhuma. Caso venha a encontrar, segundo a lei polaca, este estuprador poderá ser condenado a uma pena de prisão efectiva até 12 anos.

Infelizmente, aberrações destas não se restringem apenas ao território polaco ou a um continente específico, mas acontecem esporadicamente por toda a parte, possivelmente com maior frequência do que são anunciadas, não sendo raras no subcontinente indiano, nas grandes metrópoles e em populações isoladas de substrato cultural próprio.

VALE A PENA GUARDAR DE ALBERT EINSTEIN

 

“Tentei 99 vezes e falhei, e na centésima tentativa consegui. Nunca desista dos seus objectivos, mesmo que lhe pareçam impossíveis, porque a próxima tentativa poderá ser a vitoriosa.” O sucesso acompanha invariavelmente aquele que sabe escutar!

O CHACAL DOURADO ESTÁ A DIRIGIR-SE PARA OESTE

 

Um Chacal dourado, animal originário da Europa Central, foi visto pela primeira vez no departamento francês do Jura, na parte valdense do maciço montanhoso com o mesmo nome. Uma foto-armadilha imortalizou a chegada deste canídeo àquela cadeia montanhosa na noite de 4 para 5 do corrente mês, perto de Col de Marchairuz. Não se sabe ao certo se o Chacal se encontrava ainda em território suíço ou se já pisava território francês, certo é que estava a poucos quilómetros da cidade gaulesa fronteiriça de Foncine-le-Haut. Contactado pelo Voix du Jura, um jornal semanário da região, um representante da Kora, instituto especializado no acompanhamento dos grandes carnívoros e que instalou a referida câmera, originalmente instalada para estudar as populações de Lince, disse a propósito do aparecimento inesperado do Chacal: “Esta é a primeira constatação inegável da presença do Chacal neste sector.”

O Chacal dourado (Canis aureus) é um canídeo nativo da Europa Central, classificado pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) como espécie pouco preocupante, devido à variedade das suas dietas e à estabilidade dos seus abrigos que gradualmente se expandiu para a Ásia, Médio-Oriente e África. Este cão selvagem de tendência solitária, que raramente se constitui em matilha, mas que se torna mais sociável nos períodos reprodutivos, é tímido, omnívoro e necrófago, capaz de comer também pequenos roedores, pássaros, frutos, insectos e até pequenos ungulados, sendo parente próximo do lobo-cinzento e um pouco maior do que as raposas. O Chacal dourado é inofensivo para os seres humano. Nas última décadas do século passado continuou a sua expansão geográfica para oeste e grupos familiares foram identificados tanto na Áustria como na Itália, assim com alguns machos na Suíça a partir de 2011. Até agora, o Chacal só havia sido visto duas vezes em território francês: no maciço Chablais (Haute-Savoie) em Maio de 2018 e nos arredores de Salon-de-Provence (Bouches-do-Rhone) em 2019.

A caminhada empreendida pelo Chacal dourado para o oeste europeu (França), segundo os especialistas na matéria, deve-se essencialmente a três factores: ao aquecimento global, à diminuição dos seus ecossistemas a leste e à presença de menor número de predadores a oeste ou seja, à fragmentação das florestas nos Balcãs e à reduzida população de lobos cinzentos em França que são também seus predadores naturais.

Conforme fizemos saber no texto “O CHACAL E OS CÃES DE SULIMOV”, editado 18/10/2010, onde relatámos o meritório trabalho de Klim Sulimov, um russo a trabalhar para a Aeroflot no aeroporto moscovita de Sheremetyevo, que treina cães para a detecção de explosivos e seus componentes, que optou pela criação de uma nova raça híbrida para obter cães de faro superiores para o efeito, valendo-se para isso do Chacal com êxito, este cão selvagem poderá ser um excelente melhorador para o canis familiaris, dotando-o das qualidades que o processo de domesticação lhe roubou junto com as posteriores consanguinidade e a endogamia: melhor máquina sensorial e maior autonomia. Também os diferentes Lobos e o Dingo, quando usados como beneficiadores dos cães, podem dar híbridos férteis. Como não podia deixar de ser, o recurso à hibridação, tanto para o melhor como para o pior, ao estar associada à política, sempre estará sujeito à variabilidade dos tempos e das vontades.

Todavia, como já o dissemos atrás: “Todos os criadores experimentados, depois de conhecerem afincadamente os seus cães e as raças que produzem, as suas menos valias e virtudes perante novos desafios, porque são criadores e visam o beneficiamento, nalgum momento hão-de sonhar com a hibridação, quer aproveitando as raças já existentes quer recorrendo aos diferentes cães silvestres (selvagens), tentando contrariar algumas lacunas provenientes do eugenismo negativo operado até aqui, fortemente estético e nem sempre vocacionado para a utilidade.”

sábado, 30 de janeiro de 2021

ENSINAR O “QUIETO” PARA GANHAR O “AQUI”

 

Penso que ninguém duvida que as duas pedras basilares da obediência canina são os comandos de “junto” e “aqui” quando prontamente respondidos e que em cima ou a partir deles poder-se-á construir um código com várias centenas de comandos. Diante da importância que estes comandos têm na educação dos nossos cães, recapitulamo-los invariavelmente nas nossas sessões de treino diárias, porque importa aperfeiçoá-los, tornar mais célere a sua resposta - transformá-los em automatismos.

Qualquer cão mediano em termos pedagógicos deverá ser capaz, debaixo de ordem, de se manter “quieto” durante 2 horas e, quando é capaz de o fazer, conseguirá aguentar no seu posto o triplo desse período de tempo, garantido assim a protecção de bens, de gente indefesa e de propriedades, pelo que é imprescindível para o cão de guarda, também quando importa ocultá-lo o refreá-lo.

Uma das vantagens imediatas do “quieto” é o alcance do comando de “aqui”, porque os cães não nasceram para estar sós, detestam ser afastados dos donos e uma vez isolados, correm pronta e alegremente para os seus líderes quando estes os chamam. No GIF seguinte, fora deste contexto, vemos o percurso de obstáculos gravado por uma GoPro colocada no dorso do CPA Bohr.

Agradecemos a colaboração em diversos momentos dos seguintes binómios: Afonso/Nasha; André/Shelby; Jorge/Soneca; Noé/Ruky; Patrícia/Keila; Paulo/Bohr; Pedro Baptista/Lord; Pedro Rodrigues/Luna e Tomás/Dingo. Desejamos a todos os nossos leitores e amigos uma noite descansada e um feliz domingo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

A AUTÓPSIA CONFIRMOU

 

Uma deficiente de trinta e poucos anos, residente em Sénouillac, aldeia do Departamento francês de Tarn, foi encontrada morta no seu jardim e com as roupas rasgadas, no final da tarde da passada terça-feira, dia 26 do corrente mês. O cadáver foi descoberto pelo marido da defunta, que é vice-prefeito da aldeia atrás mencionada. A desaparecida movia-se numa cadeira de rodas e tinha naquele momento dois rottweilers perto de si, animais sobre os quais recaíram imediatamente sérias suspeitas de terem a abatido.

De acordo com o delegado do ministério público de Albi, Alain Berthomieu, que o especificou num comunicado, a deficiente morreu em consequência do ataque daqueles cães, segundo consta na autópsia do seu cadáver: “a morte é atribuível a uma paragem cardíaca, ela própria consequência de numerosas dentadas”. Há aqui qualquer coisa que não bate certo, a história parece mal contada e a notícia é parca em pormenores. Não compreendo para que precisaria a deficiente de dois rottweilers, pretenderia fazer deles cavalos e da sua cadeira de rodas carroça? Sim, porque doutra maneira jamais os seguraria! Quem sabe como tudo se passou não fala, mas uma avaliação ao comportamento dos cães poderá ser reveladora e explicar o que à partida se desconhece.

FREDDY, O MAIOR CÃO DO MUNDO, MORREU

 

Freddy, um Dogue Alemão que se tornou estrela na Internet e que foi nomeado pelo Guiness Book of Records em 2016 como o maior cão do mundo, morreu com a idade de oito anos e meio. A notícia foi dada pela sua dona anteontem no Twitter. O Freddy medida 1.03m de altura e 2.26m quando se levantava nas patas traseiras, imponente tamanho que não o impedia de ter um carácter suave e delicado. “Ele não era apenas o maior cão, mas também o de maior coração”, disse a sua dona, uma residente no Condado de Essex (Reino Unido).

Inconsolável com a perca deste grande cão, esta inglesa tem ainda uma irmã de Freddy, uma cadela chamada Fleur. Segundo confessou, dormia com os seus cães e não se importava em gastar mais de 500€ mensais para lhes preparar boas refeições. Curiosamente, apesar de Freddy ter ganho a medalha de maior cão do mundo há cinco anos atrás, ele não conseguiu igualar “Zeus”, um cão do Michigan, USA, que morreu em 2014 e que media 1,12m de altura ao garrote. O Freddy partiu, outro campeão substitui-lo-á!

VANTAGENS DO JOGO DA IMOBILIZAÇÃO À LINHA

 

O “JOGO DA IMOBILIZAÇÃO À LINHA” é um jogo binomial escolar que consiste em chamar os cães e imobilizá-los junto a uma linha no solo, partindo cada um deles segundo a sua ordem a partir da direita. Os cães são obrigados a deitar-se junto à linha e ganha o cão cujas mãos se encontrarem mais perto dela, tangencialmente e por excesso ou defeito. Cada cão só parte depois da plena imobilização do seu antecessor. Só uma paragem é válida durante a chamada dos cães e o jogo acontece alternadamente dos dois lados da linha. Numa fase ulterior os comandos verbais irão ser proibidos e substituídos pelos gestuais. Os cães que se levantarem, mexerem ou responderem afirmativamente às ordens de outros líderes que não os seus, são automaticamente eliminados em cada partida, assim como aqueles que se levantarem depois de imobilizados e os que se deitarem de modo incorrecto. As vantagens deste jogo prendem-se com a fixação exclusiva na pessoa do dono, com o cumprimento imediato das ordens por parte dos cães e com a instalação da contra-ordem no meio da confusão provocada por vários emitentes dos mesmos códigos.

FOTO PARA CALENDÁRIO DE INVERNO

 

Esta foto da SRD Keila daria uma excelente imagem de calendário para um dos meses de inverno, onde a policromia das cores locais se confunde com o manto do animal, tornando-se parte inseparável da paisagem que o rodeia, como se pertencessem a uma só matéria e tudo não passasse de uma estátua. Esta correspondência (camuflagem) é óptima para os cães de guarda, que tudo devem ver e não ser vistos, considerando o seu bem-estar e serviço. Eis a Keila no seu gélido esplendor (até arrepia!).

1. O QUE ESTÁ ALI A FAZER A VERTICAL DE 60cm?

 

No GIF acima antes do “relógio” (obstáculo tipo alvo elevado a 120 cm) vemos uma vertical tosca de 60 cm. O que estará ali a fazer, qual o seu propósito? Doravante, aos fins-de-semana, colocaremos um problema destes e indicaremos 3 soluções, mas só uma estará certa. A resposta certa desta semana será publicada na próxima. Vamos então às soluções:

1. A vertical está lá para dar mais velocidade à cadela e induzi-la, pela surpresa, com maior facilidade ao segundo obstáculo.

2. Para impedir que a cadela desista do obstáculo e se ponha em fuga, sendo segura pelo “junto” entre os dois obstáculos – como garantia da direcção pretendida.

3. A vertical está lá para ensinar a cadela a marcar o salto correctamente, porque ela não era capaz de o fazer de outra maneira e o seu dono não tinha como ensiná-la.

Na próxima sexta-feira indicaremos qual a resposta certa e colocaremos novo problema.

O CONDUTOR NÃO INDICOU O SALTO, PORQUÊ?

 

Os saltos de endurance, devido à sua dimensão, particular, grau de dificuldade, risco calculado e menor margem de erro, não se destinam a todos os binómios ou cães (para isso temos cá o Agility), mas apenas aos excepcionais. Para o efeito, os cães deverão gozar de boa saúde física e psicológica, estar devidamente condicionados, ser atleticamente superiores, portadores de uma alta capacidade de aprendizagem e de rara concentração. Aos condutores é exigido que conheçam bem os seus cães e que tenham sobre eles absoluto controlo, as características físicas próprias para o desempenho, aptos do ponto de vista sensorial, que sejam experimentados, emocionalmente equilibrados, clarividentes, medianamente inteligentes, ávidos de aprender, apegados à técnica, dados à minúcia e ao rigor, rápidos de pensamento e acção, resilientes e excepcionalmente seguros, já que estamos a falar de líderes. Hoje vamos dividir com os nossos leitores dois GIFs que mostram o desempenho do binómio Pedro/Luna em dois percursos de endurance, onde o condutor não indica o salto para o cão em determinados obstáculos. Fá-lo-á porquê? É que vamos já esclarecer!

No percurso presente no GIF introdutório a este texto (vertical crua de 100 + vertical cerrada de 100 + vertical de 110 + berço de 80 + vertical de 125cm), o condutor não indicou o salto do último obstáculo e bem, porque necessitou de reduzir a velocidade à cachorra para que ela não perdesse a impulsão necessária (estava perante o obstáculo mais alto) ou viesse a marcar mal o salto, acerto que alcançou ao lançar mão do “junto”. Do mesmo modo, no percurso imediatamente acima (vertical ilusória de 85 + vertical ilusória de 125 + fresta de 140cm), o condutor não indica a entrada ao segundo obstáculo, dispensando essa indicação para que o animal não acelerasse em demasia, tivesse mais tempo para ver a linha de transposição e marcar o salto. Quando estamos a trabalhar com obstáculos até 140cm de altura (simples, compostos e de uso duplo), a distância mínima entre eles deverá ser de 3 metros, pelo que não faltarão situações em que nos veremos obrigados a cadenciar o galope dos cães visando o seu bem-estar e sucesso. Há que dar os parabéns ao Pedro pelo seu desempenho e à cachorra CPA Luna pela sua voluntariedade.

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: CÃO PERGUIÇOSO

 

Dois vizinhos, um cavalheiro e uma senhora, que já não se encontravam há muito tempo devido ao confinamento, cruzam-se na rua com os seus cães e o cavalheiro diz para a vizinha que o seu cão é o mais preguiçoso do mundo. Perante o olhar incrédulo da senhora, o cavalheiro adianta: “É verdade. Enquanto os outros cães trazem a trela na boca, o meu traz a chave do carro para ir dar um passeio!”

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015

2º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 11/05/2016

3º _ DOBERMAN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 06/03/2016

4º _ PASTORES ALEMÃES LOBEIROS: O QUE OS TORNA TÃO ESPECIAIS, editado em 02/11/2015

5º _ SÃO COMO OS ESPANHÓIS: TÊM QUE VER COM AS MÃOS!, editado em 03/12/2009

6º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LNHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013

7º _ NÓS NÃO MENTIMOS AO PEDRO!, editado em 26/01/2021

8º _ CÃO DE GADO TRANSMONTANO AVALIADO NOS STATES, editado em 12/03/2018

9º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011

10º _ SOBRE A VACINA CONTRA O CORONAVÍRUS, editado em 27/01/2021

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Alemanha, 5º Reino Unido, 6º França, 7º Espanha, 8º Irlanda, 9º Moçambique e 10º Angola.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ESTARÁ O FUTURO NA ROBÓTICA?

 

O meu pai morreu a sessenta e tal anos atrás e se porventura cá voltasse muito estranharia a novidade das coisas que observaria. A ciência mudou o mundo e está a fazê-lo tão depressa, que já se fala em contributo tecnológico alienígena (o Canal História não fala doutra coisa). E no mundo das hipóteses, há momentos em que também eu me considero um descendente dos “nephilim” (נפילים) por razões sanguíneas, inclinações pessoais e preocupações metafísicas. Na senda do desenvolvimento foi lançado agora o robot da Koda, um cão que não sobe apenas escadas, mas que também interage socialmente com os seus donos humanos. Graças à inteligência artificial (IA), este robot canino consegue aperceber-se se o seu dono está triste, feliz ou animado e com o tempo responderá de maneira apropriada a essas emoções, podendo ainda exercer com facilidade as funções de cão de companhia, cão-guia e de cão guarda, tarefas que realiza com o auxílio da “infra-estrutura de IA descentralizada habilitada para blockchain” da Koda, que lhe permite resolver problemas complexos e aprender novas habilidades, isto de acordo com o seu vídeo promocional.

A inteligência artificial descentralizada, também frequentemente chamada de inteligência artificial distribuída, é um subcampo da pesquisa em inteligência artificial concentrada no desenvolvimento de soluções distribuídas para problemas. Blockchain é uma forma de registar e armazenar informações que tornam difícil alterar ou piratear um sistema. A tecnologia Blockchain não armazena nenhuma das suas informações num local central, ao invés, é copiado e  espalhado por uma rede de computadores, o que garante a segurança de todos os dados do robot, contrariamente à maioria dos demais dispositivos da internet, por norma conectados a uma rede doméstica. Basicamente, o cão robot social descentralizado de IA de Koda pode reagir ao comportamento dos seus donos usando IA para aprender e adaptar-se ao longo do tempo, mantendo a privacidade dos seus dados e a impossibilidade de ser pirateado. O cão robot Koda também pode funcionar como um supercomputador, é equipado com câmeras de profundidade 3D localizadas na frente, no dorso e em cada um dos lados, tendo uma câmera de 13 megapixéis na frente para tirar fotos de alta qualidade.

A cabeça e a cauda do robot são totalmente funcionais e usa 14 motores de alto torque, com dois motores no pescoço para ter uma mobilidade semelhante ao animal na sua origem. O pequeno cão-robot possui também uma tela de alta resolução e vários sensores, incluindo um sensor de pé de força. O conjunto de microfones do robot tem 97% de precisão no reconhecimento de impressão de voz, segundo o fabricante. "É uma peça funcional de tecnologia doméstica, um animal de estimação da família e uma peça de arte, tudo ao mesmo tempo", disse  Emma Russell, CEO da Koda, num comunicado. O cão-robot com IA da Koda, para além de ser um excelente companheiro, é também um pouco mais barato do que o seu similar da Boston Dynamics Spot Mini, que é vendido à volta de 75.000 dólares americanos, enquanto este custa entre 45.000 e 55.000 dólares americanos. 

Ditará a robótica o fim do adestramento canino convencional ao substituir os cães? Virá a ser a sua continuação “natural”? Com o embalo que as coisas levam, é bem possível que aconteça na maioria dos casos e caso aconteça, algo me diz que não demorará muito tempo a acontecer. Para além destas questões, de alguma forma interessantes e pertinentes, estamos perante um cão ideal para os despreocupados, preguiçosos e desajeitados, também um excelente instrumento para os mais aplicados, criativos e inteligentes.

SOBRE A VACINA CONTRA O CORONAVÍRUS

 

Recebemos de um amigo nosso um email esclarecedor sobre a vacina contra o Covid-19 cuja autoria desconhecemos, mas vale a pena transmitir.  A Vacina: os cientistas criaram em laboratório um RNAm sintético para ensinar as nossas células a produzir a proteína Spike igual à do vírus. Ao sermos vacinados com esse RNAm, ele começa a “ensinar” as nossas células musculares a produzir proteínas Spike, uma vez que a vacina é dada num músculo. Em seguida, o nosso sistema imunitário reconhece as proteínas Spike como invasoras e começa a produzir anticorpos e células T para eliminá-las. Finalmente, as proteínas Spike são eliminadas pelo nosso sistema imunitário, o RNAm que nos foi injectada destrói-se (tem uma vida bastante curta) e nós ficamos com o nosso sistema imunitário apto para combater uma infecção por coronavírus.

Nas vacinas convencionais o que é injectado no nosso corpo é o próprio vírus, bastante enfraquecido ou morto. As vacinas com RNAm levam-lhes vantagem, já que nenhum vírus é-nos inoculado e a pequena parte dele que é replicada, é produzida por nós próprios. A grande incógnita relativa a esta vacina é não sabermos ainda quanto dura a sua imunidade, apesar de sabermos que estamos protegidos enquanto o nosso sistema imunitário se lembrar como eliminou as proteínas Spike. A resposta à duração da imunidade só o tempo o dirá. Para aqueles que temem em demasia ser injectados com RNAm sintético, vale a pena lembrar-lhes que se forem infectados pelo coronavírus, ele deixar-vos-á todo o seu RNA, não só o bocadinho para produzir uma proteína específica, mas a totalidade do seu nefasto RNA. Nada irá produzir alterações ou afectar o nosso ADN, os morenos irão continuar morenos, os bonitos continuarão bonitos e os negacionistas da ciência continuarão encantados com a sua ignorância.

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Adestrar cães é em vários sentidos eliminar os maus-hábitos que os donos pela convivência transmitiram aos animais, pelo que só será verdadeiramente eficaz se produzir também alteração de comportamento nos proprietários caninos. Esta alteração pedagógica é por vezes uma tarefa hercúlea, mas não é impossível, porque a reciprocidade afectiva entre homens e cães facilitá-la-á.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

VIR COM PEZINHOS DE LÃ

 

A SRD Keila é uma cadela muito suave e silenciosa de comportamento, raramente se dá por ela e parece mover-se com pezinhos de lã ou levitar sobre o chão que pisa. O GIF acima prova o que acabámos de dizer, onde a vemos responder ao comando de “aqui” graciosa, em porte majestático, altiva e serena.

NÓS NÃO MENTIMOS AO PEDRO!

 

Quando o Pedro apareceu pela primeira vez com a cachorra CPA Nala para treinar foi-lhe dito que só treinamos campeões, que só apreciamos gente que trabalha, que não desperdiçamos tempo seja com o que for e muito menos com quem não vale a pena, condições que não o assustaram ou afastaram do nosso grupo escolar até à presente data, apesar de se manterem inalteráveis. Depois da CPA Nala veio a Luna e as exigências são as mesmas. No GIF acima vemos o binómio a executar duas sequências de obstáculos em liberdade e na foto abaixo a ultrapassar à trela uma vertical cruzada pouco balizada.

Temos a noção exacta, tanto em termos cognitivos como atléticos, que a CPA Luna tem muito para dar e que não ficará atrás doutros pastores alemães que já treinámos e que contribuíram para o nosso bom-nome e reputação. Na foto seguinte vemo-la a ultrapassar uma fresta elevada a 140 cm de altura.

Possuidora de uma boa capacidade de concentração, esta cachorra já consegue vencer obstáculos de duplo uso e fazê-los de acordo com a vontade do seu condutor. A imagem abaixo mostra-a a vencer uma vertical crua com 100 cm de altura.

Equilibrada no que concerne à elevação e extensão dos saltos, vemo-la a ultrapassar o “berço”, obstáculo de projecção negativa e de base diminuta quando comparada coma área a saltar, que outra coisa não é que um exel invertido. Apesar do grau de dificuldade do salto, a Luna ultrapassou-o sem maiores delongas ou dificuldades.

Esta cachorra salta comodamente e em segurança obstáculos verticais até 115 cm, o que é excelente para pastora alemã com a sua idade e altura. A foto abaixo mostra-a a vencer à trela uma vertical com a altura atrás mencionada (115cm).

Agora em liberdade, vemo-la a saltar uma vertical de 85 cm semiaberta ou “ilusória”, porque o corpo do obstáculo permite ver tudo o que está para além dele. Vale a pena reparar no acerto das acções do condutor que já se encontra adiantado quando a cadela se encontra no segundo momento do salto – na suspensão.

Também em liberdade, vemos a Luna na foto seguinte a transpor uma vertical convencional ou fechada de 105 cm, obstáculo de menor exigência usado como introdutor e aquecimento para os obstáculos de endurance, que tem apenas de particular ser mais alto do que os saltos naturais (60cm).

Terminamos esta pequena mostra atlética da cachorra CPA Luna como começámos, com a transposição conjunta dos obstáculos do perímetro exterior com a sequência dos obstáculos naturais, primeiro dos percursos que executou em liberdade.

Nós não mentimos ao Pedro – somos uma escola de e para campeões!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

QUEM SERIA O ANIMAL: O DONO OU O CÃO?

 

Em tom de brincadeira e não querendo estigmatizar ninguém, nos anos que levo como adestrador, quando um cão acerta aquilo que o dono errou, costumo dizer para os condutores em falta: “Peça lá desculpa ao cão, que o animal já todos sabemos quem é!” ou “sabe porque é que o cão é melhor do que você? Porque ele é produto de selecção e você é filho de uma emoção!”, comentários que sempre acabam secundados por um grande gargalhada geral e que se prestam à descontracção da classe em exercício, mas que com propriedade e de modo intencional, bem que poderiam ser endereçados ao dono de um Pastor Alemão que acabou abatido pela polícia ontem, domingo, na parte da tarde, na estação de comboios da cidade alemã de Duisburg (Duisburg-Obermeiderich), no estado de Nordrhein-Westfalen, metrópole que tem o maior porto seco da Europa.

Conforme fez saber a polícia local hoje, o dito Pastor Alemão já tinha ferido duas pessoas, incluindo o seu dono, um sujeito com 53 anos de idade que ficou gravemente ferido. A mesma polícia disse que o comportamento agressivo do cão ficou a dever-se ao cruzamento com outro cão. Uma testemunha de 44 anos conseguiu amarrar o Pastor Alemão a uma estaca, mas não o fez sem ser também mordida. Nem os funcionários do abrigo dos animais, nem os tratadores de serviço da polícia conseguiram serenar os ânimos do animal transtornado que “tentava desenvencilhar-se e que mordia descontroladamente”. Perante o fracasso de outras soluções, na iminência da estaca se soltar e da corda se partir, os polícias acabaram por abater o cão a tiro. O dono do animal abatido foi levado a um hospital e a testemunha de 44 anos manifestou desejo de ser vista por um médico.

Pela notícia apercebemo-nos imediatamente de duas coisas: o dono do cão não o tinha sociabilizado e não tinha sobre o animal um controlo eficaz, insanidades quanto baste para um desfecho assim. O que levará um homem a ter um Pastor Alemão nestas condições, sabendo-se de antemão que esta raça não foi feita para dar beijinhos, que reage com facilidade a provocações e que tende a capitanear as suas acções na ausência de uma liderança capaz. E, quando a liderança se revela imprópria, dependendo do indivíduo canino, este pode transformar-se numa arma pronta a disparar em todas as direcções, como aconteceu em Duisburg. A irracionalidade ou a sandice que culmina numa situação destas, rotula automaticamente o dono de animal de louco ou irracional, mais animal do que o seu próprio cão, para além de um potencial criminoso.

domingo, 24 de janeiro de 2021

TASER USADO PELA PRIMEIRA VEZ NA ALEMANHA CONTRA CÃES

 

A polícia da cidade de Dortmund, no estado alemão de Nordrhein-Westfalen, foi a primeira a usar oficialmente um “taser” contra um cão. De acordo com um relatório da polícia divulgado hoje, uma patrulha policial foi chamada a um apartamento na Imigstrasse, em Brechte, por suspeita de discussões acaloradas e deparou-se com três pessoas. Apesar de terem tocado à campainha várias vezes e de se tem identificado como agentes policiais, o dono do apartamento, um homem de 36 anos, não lhes abriu a porta nem acalmou o cão agressivo que se encontrava dentro da casa. Em vez disso, a porta do apartamento foi aberta de repente e um Rottweiler adulto cercou os polícias ladrando e rosnando ao seu redor, sem que o seu dono o mandasse retroceder ou cessar a ameaça. Temendo pela sua integridade física e disposto a restaurar a ordem, um dos polícias disparou então o DEIG, um taser, sobre o cão, não surtindo esse disparo qualquer efeito sobre o molosso, que só viria a abrandar o seu comportamento depois de outro disparo.

O homem de 36 anos, aparentemente bêbado, também se lançou sobre os agentes da autoridade, acabando detido e levado debaixo de custódia policial, devendo enfrentar um processo penal por suspeita de lesão corporal perigosa e agressão e resistência contra polícias. Neste momento está a realizar-se em Dortmund um teste modelo visando o uso destas armas paralisantes, que são uma alternativa mais branda às armas de fogo. O uso do taser tanto em humanos como em animais tem sido motivo de alguma controvérsia na Alemanha. Herbert Reul (na foto seguinte), Ministro do Interior, quando chamado a pronunciar-se sobre o assunto, disse que gostaria que os polícias nunca precisassem de usar o taser, mas que existem situações a justificar o seu uso.

Para se evitar a paralisação de cães diante de um taser, e com isto não queremos dar combate às necessárias e louváveis acções policiais, mas acautelar-nos diante de criminosos que possam adquirir indevidamente tasers, no intuito de protegermos os nossos cães, há que condicionar os animais a manter-se a uma distância superior ao seu alcance eficaz (30 metros), mas sem nunca baixar a guarda, porque abaixo desta distância qualquer cão será atingido, paralisado e posteriormente manietado, uma vez que as duas sondas alcançam uma velocidade instantânea de 300 km/h. Visando o contra-ataque, há que dar especial atenção às capturas por intercepção e ao efeito surpresa.

QUATRO ANOS DEPOIS

 

A entrada do ano de 2021 não poderia ter começado melhor para um residente em Saint-Jeannet, no Departamento dos Alpes Maritimes franceses, porque quando já havia perdido a esperança, finalmente reencontrou o seu cão Flynn, um cruzado de Cocker Spaniel, na passada sexta-feira, dia 22 deste mês, animal que havia desparecido no outono de 2016, perto de Antibes, na área de Rabiac-Estagnol. Este dono, agora premiado com o regresso do seu cão, com o apoio de uma rede de solidariedade, vasculhou durante meses o sector onde o animal havia desaparecido, organizou batidas, distribuiu cartazes e publicou igualmente sem sucesso anúncios nas redes sociais.

De um momento para o outro a sorte mudou e o residente em Saint Jeannet recebeu um telefonema de uma pessoa que trabalhava no refúgio de l'Espoir em Mougins: Flynn, de 11 anos, havia sido encontrado na mata por um colaborador daquele abrigo! A leitura do seu microchip levou-o de volta a casa, a reunir-se com a sua família, agora num novo lar e com a companhia de mais dois cães que ela entretanto adquiriu. Um final feliz que ilustra a recíproca afeição entre homens e cães. Agora o pequeno Flynn pode descansar, finalmente chegou a casa!