Nem
toda a gente possui o afecto, a sensibilidade, o carácter, a disponibilidade, a
perspicácia, a paciência e a resiliência necessários para criar e educar um
cão, o que não impede que o venha a ter. Ano após ano, muitos dos malsucedidos
com os cães que não souberam escolher, acabam por mandá-los castrar, apesar de
tal decisão vir a prejudicar seriamente a qualidade de vida, o bem-estar e a
longevidade desses animais, particularmente se forem de médio ou grande porte,
como se o bisturi castrador pudesse substituir a cumplicidade que torna
possível a interacção entre homens e cães e possibilitasse o melhor
aproveitamento de cada animal.
Depois
de castrados, estes animais tendem a ser desprezados e atirados para um
quintal, invariavelmente esquecidos porque nada reclamam e com pouco se
contentam. E quando assim acontece, são os cães que pagam a impropriedade dos
donos, cuja decisão é um certificado de incompetência lavrada por si mesmos.
Gostará esta plebe de cães? Eu duvido, porque não gostam de ser incomodados e
não olham a meios para silenciar o tudo aquilo que os maça. Ironicamente
costumamos dizer a estes cavalheiros e damas que o cão mais indicado para eles
é o “Tamagotchi”(1) ou seja, nenhum! Assim como os homens robustecem
os cães, também os cães robustecem os homens.
(1) O Tamagotchi é um animal de estimação digital portátil criado no Japão por Akihiro Yokoi da WiZ e Aki Maita de Bandai . Foi lançado pela Bandai em 23 de novembro de 1996 no Japão e no dia 01 de Maio de 1997 no resto do mundo, tornando-se rapidamente num dos maiores brinquedos da moda no final dos anos 90 e no início deste milénio. Em 2010 foram vendidos mais de 76 milhões de Tamagotchis em todo o mundo. Em 2017, mais de 82 milhões de unidades foram vendidas. A maioria dos Tamagotchi estão alojados num pequeno computador em forma de ovo com uma interface constituída por três botões.
Sem comentários:
Enviar um comentário