quinta-feira, 15 de outubro de 2020

OITO VEZES MAIS

 

Um novo estudo denominado Covidac, realizado em particular pela Escola Veterinária VetAgro Sup, uma das quatro escolas veterinárias nacionais francesas, nos arredores de Lyon, que reuniu uma equipa multidisciplinar de veterinários, virologistas e médicos, com o objectivo de avaliar a intensidade da circulação do Covid-19 entre os animais domésticos, através de amostras de sangue colhidas de dois grupos de animais, entre Maio e Junho, concluiu que os animais são 8 vezes mais infectados quando em contacto com pessoas doentes.

O primeiro grupo abrangeu 47 animais (13 cães e 34 gatos), considerados de alto risco por serem oriundos de um surto onde pelo menos houve um caso humano diagnosticado. O segundo grupo, considerado de risco moderado, incluiu 28 animais (16 gatos e 22 cães) cujo status do proprietário era desconhecido. Nos animais de risco moderado, apenas um gato apresentou anticorpos. Por outro lado, no grupo de alto risco, mais de 20% dos animais foram considerados positivos, “o que sugere uma circulação viral muito maior do que o esperado”, observa o estudo. Este inquérito serológico não permite identificar a origem da sua contaminação, “mas o facto de um carnívoro doméstico correr o risco de ser infectado 8,1 vezes mais se residir com uma pessoa infectada com o Covid-19, constitui um forte argumento para a origem humana da sua infecção ”, conclui o estudo, recomendando por assim que os animais de estimação sejam afastados do contacto com pessoas infectadas com o presente vírus.

A questão do papel potencial dos animais de na disseminação do vírus tem sido objecto de atenção desde o seu surgimento que aconteceu no final de 2019, devido à sua provável origem animal, mas também pela existência de coronavírus relacionados que já circulavam em animais domésticos. Por outro lado, a ausência de risco associado a este último rapidamente ganhou consenso, ainda que alguns (em particular os gatos) pudessem transmitir o vírus em laboratório para seus congéneres e que animais infectados fossem esporadicamente identificados em Hong Kong, na Bélgica e depois noutros países. Trabalhos futuros terão como objetivo avaliar o risco associado a animais domésticos infectados, em particular por meio de análises serológicas em larga escala.

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